Anatomia comparada da antera de espécies de Passiflora L.(Passifloraceae) do Rio Grande do Sul
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/17477 |
Resumo: | Passiflora L. é o maior dos gêneros de Passifloraceae, com cerca de 530 espécies, e ocorre predominantemente no continente americano. Compreende trepadeiras herbáceas ou lenhosas com gavinhas, raramente ervas, arbustos ou pequenas árvores. A sistemática de Passiflora, assim como de Passifloraceae, não está ainda bem resolvida, pois são frágeis os limites de circunscrição de vários subgêneros, seções e séries e a última revisão sistemática dos gêneros americanos data do século passado. Esta classificação estabelece 23 subgêneros e é inteiramente baseada em caracteres morfológicos, principalmente da estrutura floral. Estudos recentes, morfológicos e moleculares, indicam a redução destes subgêneros à apenas quatro: Passiflora, Decaloba, Astrophea e Deidamioides. Porém, a relação entre estes subgêneros é incerta, sendo de fundamental importância a realização de estudos morfológicos para a sustentação e esclarecimento das relações entre os grupos deste gênero. Este estudo tem por objetivo descrever a morfologia externa, vascularização e estrutura histológica da antera deiscente, a estrutura e histoquímica da esporoderme dos grãos de pólen, bem como a caracterização das aberturas do pólen de treze espécies de Passiflora L. (subgêneros Astrophea, Decaloba e Passiflora) que ocorrem no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, sob microscopia óptica e eletrônica de varredura, fornecendo dados anatômicos que auxiliem na distinção entre estas espécies e na delimitação dos grandes subgrupos do gênero, bem como no entendimento de suas relações e que possam ser utilizados em análises filogenéticas. As espécies de Passiflora possuem antera tetraesporangiadas com deiscência rimosa, ampla variação de tamanhos e, como os demais verticilos florais, apresentam movimentação durante a abertura da flor. Anatomicamente, apresentam epiderme persistente, com cutícula lisa à estriada e células estomiais alongadas na maioria das espécies, endotécio com espessamentos distintos e lignificados, camadas médias colapsadas, membrana tapetal evidente e orbículos pequenos. Os grãos de pólen, com variáveis padrões morfológicos, apresentam grandes quantidades de substâncias lipofílicas sobre a esporoderme. Podem apresentar ou não pequenos grãos de amido e citoplasma PAS-positivo. A esporoderme apresenta intina triestratificada (estrato péctico, péctico e protéico, péctico celulósico) e exina diferenciada em ectexina e endexina. Três padrões estruturais foram encontrados: tipo 1, grãos de pólen com intina espessa, ectexina de aspecto internamente verrucado, ausência de camada basal compacta, nexina 1 como uma mistura de ectexina e endexina, onde são visíveis as columelas imersas (subgênero Passiflora); tipo 2, grãos de pólen com intina fina, endexina internamente lisa, com camada basal compacta, formada somente pela ectexina (subgêneros Astrophea e Decaloba); tipo 3: grãos de pólen com intina fina, endexina internamente lisa, ausência de camada basal, nexina 1 granulosa, como uma mistura de ectexina e endexina (P. suberosa - Decaloba). Em relação aos tipos de aberturas, a espécie do subgênero Astrophea apresenta pólen 6- colporado, com três endoaberturas lalongadas; as espécies do subgênero Passiflora apresentam pólen 6-12-sincolpado, com colpos fundidos aos pares, delimitando o pseudopérculo; as espécies do subgênero Decaloba apresentam pólen 6-colporados operculados e P. capsularis apresenta pólen 12- colporado. Algumas características encontradas neste estudo merecem especial atenção pelo seu potencial uso na filogenia do grupo, com necessidade de estudos mais amplos. Entre eles, o tamanho das anteras, presença de células estomiais, tipos de espessamentos do endotécio, padrões de vascularização, características do retículo na exina (amplitude e presença de báculas), estrutura da exina e tipos de aberturas. |
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Passiflora L. é o maior dos gêneros de Passifloraceae, com cerca de 530 espécies, e ocorre predominantemente no continente americano. Compreende trepadeiras herbáceas ou lenhosas com gavinhas, raramente ervas, arbustos ou pequenas árvores. A sistemática de Passiflora, assim como de Passifloraceae, não está ainda bem resolvida, pois são frágeis os limites de circunscrição de vários subgêneros, seções e séries e a última revisão sistemática dos gêneros americanos data do século passado. Esta classificação estabelece 23 subgêneros e é inteiramente baseada em caracteres morfológicos, principalmente da estrutura floral. Estudos recentes, morfológicos e moleculares, indicam a redução destes subgêneros à apenas quatro: Passiflora, Decaloba, Astrophea e Deidamioides. Porém, a relação entre estes subgêneros é incerta, sendo de fundamental importância a realização de estudos morfológicos para a sustentação e esclarecimento das relações entre os grupos deste gênero. Este estudo tem por objetivo descrever a morfologia externa, vascularização e estrutura histológica da antera deiscente, a estrutura e histoquímica da esporoderme dos grãos de pólen, bem como a caracterização das aberturas do pólen de treze espécies de Passiflora L. (subgêneros Astrophea, Decaloba e Passiflora) que ocorrem no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, sob microscopia óptica e eletrônica de varredura, fornecendo dados anatômicos que auxiliem na distinção entre estas espécies e na delimitação dos grandes subgrupos do gênero, bem como no entendimento de suas relações e que possam ser utilizados em análises filogenéticas. As espécies de Passiflora possuem antera tetraesporangiadas com deiscência rimosa, ampla variação de tamanhos e, como os demais verticilos florais, apresentam movimentação durante a abertura da flor. Anatomicamente, apresentam epiderme persistente, com cutícula lisa à estriada e células estomiais alongadas na maioria das espécies, endotécio com espessamentos distintos e lignificados, camadas médias colapsadas, membrana tapetal evidente e orbículos pequenos. Os grãos de pólen, com variáveis padrões morfológicos, apresentam grandes quantidades de substâncias lipofílicas sobre a esporoderme. Podem apresentar ou não pequenos grãos de amido e citoplasma PAS-positivo. A esporoderme apresenta intina triestratificada (estrato péctico, péctico e protéico, péctico celulósico) e exina diferenciada em ectexina e endexina. Três padrões estruturais foram encontrados: tipo 1, grãos de pólen com intina espessa, ectexina de aspecto internamente verrucado, ausência de camada basal compacta, nexina 1 como uma mistura de ectexina e endexina, onde são visíveis as columelas imersas (subgênero Passiflora); tipo 2, grãos de pólen com intina fina, endexina internamente lisa, com camada basal compacta, formada somente pela ectexina (subgêneros Astrophea e Decaloba); tipo 3: grãos de pólen com intina fina, endexina internamente lisa, ausência de camada basal, nexina 1 granulosa, como uma mistura de ectexina e endexina (P. suberosa - Decaloba). Em relação aos tipos de aberturas, a espécie do subgênero Astrophea apresenta pólen 6- colporado, com três endoaberturas lalongadas; as espécies do subgênero Passiflora apresentam pólen 6-12-sincolpado, com colpos fundidos aos pares, delimitando o pseudopérculo; as espécies do subgênero Decaloba apresentam pólen 6-colporados operculados e P. capsularis apresenta pólen 12- colporado. Algumas características encontradas neste estudo merecem especial atenção pelo seu potencial uso na filogenia do grupo, com necessidade de estudos mais amplos. Entre eles, o tamanho das anteras, presença de células estomiais, tipos de espessamentos do endotécio, padrões de vascularização, características do retículo na exina (amplitude e presença de báculas), estrutura da exina e tipos de aberturas. |
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