Mudanças na gengivite em uma população brasileira de adultos e avaliação de fatores protetores : um estudo de coorte prospectivo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Christofoli, Bárbara Rocha
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/178522
Resumo: Gengivite é a doença periodontal mais prevalente em todas as populações. No entanto, existe uma grande variedade entre as estimativas de prevalência (50-100%) entre diferentes estudos epidemiológicos. O objetivo do presente estudo foi avaliar as mudanças na gengivite após 4 anos e determinar os possíveis fatores de proteção em adultos brasileiros de Porto Alegre. Na avaliação inicial, uma amostra representativa de 1.023 adultos com 35 anos ou mais foi obtida por meio de uma estratégia de amostragem probabilística de múltiplos estágios. Após 4 anos, 402 indivíduos com pelo menos 1 dente foram reexaminados. Foi aplicado um questionário estruturado e foi realizado o índice de sangramento gengival (ISG) em quatro sítios de todos os dentes. Os indivíduos foram dicotomizados como aqueles que apresentaram reduções em ISG acima de 15% e aqueles que apresentaram reduções inferiores a 15% ou aumento do ISG. Os modelos de regressão de Poisson foram ajustados para estimar os riscos relativos (RR) e intervalos de confiança de 95% (IC 95%). A extensão geral dos sítios com ISG reduziu significativamente de 25.9% para 20.1%. Esta redução foi maior e significativa nas superfícies livres (34.1% para 24.0%), enquanto nas superfícies proximais a redução não foi significativa (17.9% para 16.1%). O percentual de indivíduos com redução de ISG ≥ 15% em todos os sítios e apenas em superfícies livres foi de 31.0% e 38.8%, respectivamente. Para todas as superfícies, a frequência de escovação auto-referida ≥ 2 vezes/dia aumentou a probabilidade de redução de ISG em 72% em comparação com ≤ 1 vez/dia (RR = 1.72; IC 95%: 1.01-3.16). Para superfícies livre, a frequência de escovação e o tabagismo permaneceram associados, e os indivíduos com peso normal apresentaram uma probabilidade 26% maior de redução de ISG do que indivíduos obesos com excesso de peso (RR = 1.26; IC 95%: 1.01-1.62). Em conclusão, foi observada uma redução na extensão da gengivite ao longo do tempo nesta população brasileira. A frequência de escovação e o peso normal foram fatores protetores para gengivite. Fumar reduziu gengivite ao longo do tempo, mas provavelmente devido ao seu efeito de vasoconstrição na margem gengival.
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Os indivíduos foram dicotomizados como aqueles que apresentaram reduções em ISG acima de 15% e aqueles que apresentaram reduções inferiores a 15% ou aumento do ISG. Os modelos de regressão de Poisson foram ajustados para estimar os riscos relativos (RR) e intervalos de confiança de 95% (IC 95%). A extensão geral dos sítios com ISG reduziu significativamente de 25.9% para 20.1%. Esta redução foi maior e significativa nas superfícies livres (34.1% para 24.0%), enquanto nas superfícies proximais a redução não foi significativa (17.9% para 16.1%). O percentual de indivíduos com redução de ISG ≥ 15% em todos os sítios e apenas em superfícies livres foi de 31.0% e 38.8%, respectivamente. Para todas as superfícies, a frequência de escovação auto-referida ≥ 2 vezes/dia aumentou a probabilidade de redução de ISG em 72% em comparação com ≤ 1 vez/dia (RR = 1.72; IC 95%: 1.01-3.16). Para superfícies livre, a frequência de escovação e o tabagismo permaneceram associados, e os indivíduos com peso normal apresentaram uma probabilidade 26% maior de redução de ISG do que indivíduos obesos com excesso de peso (RR = 1.26; IC 95%: 1.01-1.62). Em conclusão, foi observada uma redução na extensão da gengivite ao longo do tempo nesta população brasileira. A frequência de escovação e o peso normal foram fatores protetores para gengivite. Fumar reduziu gengivite ao longo do tempo, mas provavelmente devido ao seu efeito de vasoconstrição na margem gengival.Gingivitis is the most prevalent periodontal disease in all populations. However, there is a great variety between estimates of prevalence of gingivitis (50-100%) among different epidemiological studies. The aim of the present study was to assess changes in gingivitis over 4 years and to determine possible protective factors in Brazilian adults. At baseline, a representative sample of 1,023 adults 35 years and older was obtained using a multistage probability sampling strategy. After 4 years, 402 individuals with at least 1 tooth were re-examined. A structured questionnaire was applied and gingival bleeding index (GB) was performed at four sites of all teeth. Individuals were dichotomized into those showing reductions in GB higher than 15% and those showing reductions under 15% or increase in GB. Poisson regression models were fitted to estimate relative risks (RR) and 95% confidence intervals (95%CI). The overall extent of sites with GB reduced significantly from 25.9% to 20.1%. This reduction was higher and significative in free surfaces (34.1% to 24.0%), whereas in proximal surfaces the reduction was not significant (17.9% to 16.1%). The percentage of individuals with GB reduction ≥15% in all sites and only free sites was 31.0% and 38.8%, respectively. For all surfaces, self-reported brushing frequency ≥2 times/day increased the probability of reducing GB by 72% compared to ≤1/day (RR=1.72; 95%CI 1.01-3.16). For each 10 packyears smoked, the probability of reduction in GB was 3% higher (RR=1.03; 95%CI 1.01-1.04). For free surfaces, brushing frequency and smoking remained associated, and normal weight individuals had 26% higher probability of reducing GB than overweight-obese individuals (RR=1.26; 95%CI 1.01-1.62). In conclusion, it was observed a reduction in the extension of gingivitis over time in this Brazilian population. Brushing frequency and normal weight were found to be protective factors for gingivitis. Smoking reduced gingivitis over time, but probably due to its vasoconstriction effect on the gingival margin.application/pdfporGengiviteDoenças periodontaisPeriodontiaGingivitisEpidemiologyRiskProtective factorsCohort studiesMudanças na gengivite em uma população brasileira de adultos e avaliação de fatores protetores : um estudo de coorte prospectivoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de OdontologiaPrograma de Pós-Graduação em OdontologiaPorto Alegre, BR-RS2018mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001063862.pdf.txt001063862.pdf.txtExtracted Texttext/plain93200http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/178522/2/001063862.pdf.txt3a2719cd40ff5f344745846bc4f5d52dMD52ORIGINAL001063862.pdf001063862.pdfTexto completoapplication/pdf1057782http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/178522/1/001063862.pdf5a7c0c2373a32779eb2bfcc5bae9cfe3MD5110183/1785222022-05-14 05:03:38.437574oai:www.lume.ufrgs.br:10183/178522Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-05-14T08:03:38Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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