Desenvolvimento de uma matriz de alginato e gelatina entrecruzada com genipina para imobilização de β-galactosidase

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Hackenhaar, Camila Regina
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/230845
Resumo: O uso de enzimas imobilizadas tem crescido em função de suas inúmeras vantagens quando comparada ao uso de enzimas livres. No entanto, é fundamental avaliar a escolha do suporte, aliando disponibilidade, biocompatibilidade, atoxicidade e boas qualidades mecânicas, a fim de melhorar as características da enzima a ser imobilizada. Assim, o objetivo deste trabalho foi preparar um suporte composto de alginato de sódio e gelatina aproveitando as diferentes características dos materiais para imobilização de β-galactosidase de Aspergillus oryzae. Para isso, foram avaliadas diferentes concentrações de alginato de sódio, gelatina, genipina e carga enzimática com o intuito de verificar o efeito de cada componente nos parâmetros de imobilização. A elaboração das esferas de alginato-gelatina foi realizada através da gelificação ionotrópica, seguido de ativação utilizando genipina, um composto natural extraído do jenipapo (Genipa americana L), e imobilização covalente da enzima no suporte. Caracterizações calorimétricas (TGA e DSC) e estruturais (SAXS) foram realizadas com o biocatalisador. Além disso, verificou-se o desempenho da enzima imobilizada em relação à sua estabilidade térmica, operacional e de armazenamento. Os resultados mostraram que a enzima foi imobilizada com sucesso apresentando altos rendimentos de imobilização. As modificações micro-estruturais das esferas determinadas por SAXS, demonstram que a adição de genipina e enzima no sistema produziu uma redução significativa no tamanho e na densidade Ca(II)-alginato. Através das análises TGA e DSC, pode-se constatar que a ativação com genipina, seguida da imobilização da enzima, não tiveram influência na resistência à temperatura do suporte. A maior estabilidade térmica do biocatalisador foi observada em presença do substrato lactose. O processo de imobilização proporcionou alta estabilidade ao armazenamento, permitindo manter aproximadamente 80 % da atividade relativa após 175 dias sob refrigeração a 4 °C. Para o processo de hidrólise da lactose, o biocatalisador mostrou-se estável por 11 bateladas de reuso, resultando em 69.3 % de conversão de lactose, a 40 °C. Para esta mesma temperatura, em um reator de leito fixo com fluxo de 0,25 mL min-1, a conversão de lactose foi de 76.5 % em 20 h de operação contínua. Dessa forma, os resultados obtidos demonstram que o suporte utilizando alginato de sódio e gelatina tem potencial para aplicações em processos de imobilização enzimática, pois, alia as boas propriedades de cada componente, além de ser uma matriz segura para aplicações em alimentos.
id URGS_33d407ccb1898ced8c857ca4e2fd52ac
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/230845
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Hackenhaar, Camila ReginaHertz, Plinho FranciscoKlein, Manuela Poletto2021-10-16T04:39:06Z2021http://hdl.handle.net/10183/230845001131738O uso de enzimas imobilizadas tem crescido em função de suas inúmeras vantagens quando comparada ao uso de enzimas livres. No entanto, é fundamental avaliar a escolha do suporte, aliando disponibilidade, biocompatibilidade, atoxicidade e boas qualidades mecânicas, a fim de melhorar as características da enzima a ser imobilizada. Assim, o objetivo deste trabalho foi preparar um suporte composto de alginato de sódio e gelatina aproveitando as diferentes características dos materiais para imobilização de β-galactosidase de Aspergillus oryzae. Para isso, foram avaliadas diferentes concentrações de alginato de sódio, gelatina, genipina e carga enzimática com o intuito de verificar o efeito de cada componente nos parâmetros de imobilização. A elaboração das esferas de alginato-gelatina foi realizada através da gelificação ionotrópica, seguido de ativação utilizando genipina, um composto natural extraído do jenipapo (Genipa americana L), e imobilização covalente da enzima no suporte. Caracterizações calorimétricas (TGA e DSC) e estruturais (SAXS) foram realizadas com o biocatalisador. Além disso, verificou-se o desempenho da enzima imobilizada em relação à sua estabilidade térmica, operacional e de armazenamento. Os resultados mostraram que a enzima foi imobilizada com sucesso apresentando altos rendimentos de imobilização. As modificações micro-estruturais das esferas determinadas por SAXS, demonstram que a adição de genipina e enzima no sistema produziu uma redução significativa no tamanho e na densidade Ca(II)-alginato. Através das análises TGA e DSC, pode-se constatar que a ativação com genipina, seguida da imobilização da enzima, não tiveram influência na resistência à temperatura do suporte. A maior estabilidade térmica do biocatalisador foi observada em presença do substrato lactose. O processo de imobilização proporcionou alta estabilidade ao armazenamento, permitindo manter aproximadamente 80 % da atividade relativa após 175 dias sob refrigeração a 4 °C. Para o processo de hidrólise da lactose, o biocatalisador mostrou-se estável por 11 bateladas de reuso, resultando em 69.3 % de conversão de lactose, a 40 °C. Para esta mesma temperatura, em um reator de leito fixo com fluxo de 0,25 mL min-1, a conversão de lactose foi de 76.5 % em 20 h de operação contínua. Dessa forma, os resultados obtidos demonstram que o suporte utilizando alginato de sódio e gelatina tem potencial para aplicações em processos de imobilização enzimática, pois, alia as boas propriedades de cada componente, além de ser uma matriz segura para aplicações em alimentos.The use of immobilized enzymes has grown due to its numerous advantages when compared to the use of free enzymes. However, it is essential to evaluate the choice of support, combining availability, biocompatibility, atoxicity, and good mechanical qualities, in order to improve the characteristics of the enzyme to be immobilized. Thus, this work's objective was to prepare a support composed of sodium alginate and gelatin taking advantage of the different characteristics of the materials for immobilization of β-galactosidase from Aspergillus oryzae. For this, different concentrations of sodium alginate, gelatin, genipin, and enzyme load were evaluated in order to verify the effect of each component on the immobilization parameters. The elaboration of the alginate-gelatin beads was performed through ionotropic gelation, followed by activation using genipin, a natural compound extracted from genipap (Genipa americana L), and covalent immobilization of the enzyme in the support. Calorimetric (TGA and DSC) and structural (SAXS) characterizations were performed with the biocatalyst. In addition, the performance of the immobilized enzyme in relation to its thermal, operational and storage stability was verified. The results showed that the enzyme was successfully immobilized, obtaining high immobilization yields. The structural modifications of the beads determined by SAXS demonstrates that the addition of genipin and enzyme in the system produced a significant reduction in size and density of Ca(II)-alginate. Through the TGA and DSC analyzes, it can be seen that activation with genipin, followed by immobilization of the enzyme, did not influence the temperature resistance of the support. The greater thermal stability of the biocatalyst was observed in the presence of its substrate, lactose. The immobilization process provided high stability to the storage, allowing to maintaining 80 % of the relative activity after 175 days under refrigeration at 4 °C. The biocatalyst proved to be stable for 11 batches of reuse for the lactose hydrolysis process, resulting in 69.3 % lactose conversion at 40 °C. For this same temperature, in a fixed bed reactor with a flow of 0.25 mL min-1, the lactose conversion was 76.5 % in 20 h of continuous operation. Thus, the results obtained in this work indicate that the support using sodium alginate and gelatin has potential for applications in enzymatic immobilization processes, as it combines the good properties of each component, in addition to being a safe matrix for food applications.application/pdfporAlginato de sódioGelatinaGenipinabeta-GalactosidaseImobilização enzimáticaHidrólise de lactoseCovalent immobilizationSodium alginateGelatinGenipinβ-galactosidaseLactose hydrolysisDesenvolvimento de uma matriz de alginato e gelatina entrecruzada com genipina para imobilização de β-galactosidaseinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Ciências e Tecnologia de AlimentosPrograma de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de AlimentosPorto Alegre, BR-RS2021doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001131738.pdf.txt001131738.pdf.txtExtracted Texttext/plain134938http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/230845/2/001131738.pdf.txtc45ae9e6413c420ab00bfbb62fb3f2e5MD52ORIGINAL001131738.pdfTexto parcialapplication/pdf985124http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/230845/1/001131738.pdf2e00dff08a8612580fbbaba70f247557MD5110183/2308452021-11-20 05:56:37.783747oai:www.lume.ufrgs.br:10183/230845Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532021-11-20T07:56:37Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Desenvolvimento de uma matriz de alginato e gelatina entrecruzada com genipina para imobilização de β-galactosidase
title Desenvolvimento de uma matriz de alginato e gelatina entrecruzada com genipina para imobilização de β-galactosidase
spellingShingle Desenvolvimento de uma matriz de alginato e gelatina entrecruzada com genipina para imobilização de β-galactosidase
Hackenhaar, Camila Regina
Alginato de sódio
Gelatina
Genipina
beta-Galactosidase
Imobilização enzimática
Hidrólise de lactose
Covalent immobilization
Sodium alginate
Gelatin
Genipin
β-galactosidase
Lactose hydrolysis
title_short Desenvolvimento de uma matriz de alginato e gelatina entrecruzada com genipina para imobilização de β-galactosidase
title_full Desenvolvimento de uma matriz de alginato e gelatina entrecruzada com genipina para imobilização de β-galactosidase
title_fullStr Desenvolvimento de uma matriz de alginato e gelatina entrecruzada com genipina para imobilização de β-galactosidase
title_full_unstemmed Desenvolvimento de uma matriz de alginato e gelatina entrecruzada com genipina para imobilização de β-galactosidase
title_sort Desenvolvimento de uma matriz de alginato e gelatina entrecruzada com genipina para imobilização de β-galactosidase
author Hackenhaar, Camila Regina
author_facet Hackenhaar, Camila Regina
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Hackenhaar, Camila Regina
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Hertz, Plinho Francisco
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Klein, Manuela Poletto
contributor_str_mv Hertz, Plinho Francisco
Klein, Manuela Poletto
dc.subject.por.fl_str_mv Alginato de sódio
Gelatina
Genipina
beta-Galactosidase
Imobilização enzimática
Hidrólise de lactose
topic Alginato de sódio
Gelatina
Genipina
beta-Galactosidase
Imobilização enzimática
Hidrólise de lactose
Covalent immobilization
Sodium alginate
Gelatin
Genipin
β-galactosidase
Lactose hydrolysis
dc.subject.eng.fl_str_mv Covalent immobilization
Sodium alginate
Gelatin
Genipin
β-galactosidase
Lactose hydrolysis
description O uso de enzimas imobilizadas tem crescido em função de suas inúmeras vantagens quando comparada ao uso de enzimas livres. No entanto, é fundamental avaliar a escolha do suporte, aliando disponibilidade, biocompatibilidade, atoxicidade e boas qualidades mecânicas, a fim de melhorar as características da enzima a ser imobilizada. Assim, o objetivo deste trabalho foi preparar um suporte composto de alginato de sódio e gelatina aproveitando as diferentes características dos materiais para imobilização de β-galactosidase de Aspergillus oryzae. Para isso, foram avaliadas diferentes concentrações de alginato de sódio, gelatina, genipina e carga enzimática com o intuito de verificar o efeito de cada componente nos parâmetros de imobilização. A elaboração das esferas de alginato-gelatina foi realizada através da gelificação ionotrópica, seguido de ativação utilizando genipina, um composto natural extraído do jenipapo (Genipa americana L), e imobilização covalente da enzima no suporte. Caracterizações calorimétricas (TGA e DSC) e estruturais (SAXS) foram realizadas com o biocatalisador. Além disso, verificou-se o desempenho da enzima imobilizada em relação à sua estabilidade térmica, operacional e de armazenamento. Os resultados mostraram que a enzima foi imobilizada com sucesso apresentando altos rendimentos de imobilização. As modificações micro-estruturais das esferas determinadas por SAXS, demonstram que a adição de genipina e enzima no sistema produziu uma redução significativa no tamanho e na densidade Ca(II)-alginato. Através das análises TGA e DSC, pode-se constatar que a ativação com genipina, seguida da imobilização da enzima, não tiveram influência na resistência à temperatura do suporte. A maior estabilidade térmica do biocatalisador foi observada em presença do substrato lactose. O processo de imobilização proporcionou alta estabilidade ao armazenamento, permitindo manter aproximadamente 80 % da atividade relativa após 175 dias sob refrigeração a 4 °C. Para o processo de hidrólise da lactose, o biocatalisador mostrou-se estável por 11 bateladas de reuso, resultando em 69.3 % de conversão de lactose, a 40 °C. Para esta mesma temperatura, em um reator de leito fixo com fluxo de 0,25 mL min-1, a conversão de lactose foi de 76.5 % em 20 h de operação contínua. Dessa forma, os resultados obtidos demonstram que o suporte utilizando alginato de sódio e gelatina tem potencial para aplicações em processos de imobilização enzimática, pois, alia as boas propriedades de cada componente, além de ser uma matriz segura para aplicações em alimentos.
publishDate 2021
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2021-10-16T04:39:06Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2021
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/230845
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001131738
url http://hdl.handle.net/10183/230845
identifier_str_mv 001131738
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/230845/2/001131738.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/230845/1/001131738.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv c45ae9e6413c420ab00bfbb62fb3f2e5
2e00dff08a8612580fbbaba70f247557
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1810085566856822784