Poesia em vida dura, tanto bate até que fura : interfaces sobre encontro, (trans) formação e cuidado

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gusmão, Renata Castro
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/258740
Resumo: Esta tese parte da sensação no corpo ao me encontrar com a poesia de mulheres, que circulava em praça pública, em uma arena do Slam das Minas/RS. Sensação, que chamei de espanto. Espanto, que cartografa a pesquisa. Que tem como objetivo: conhecer o que reverbera da conversa entre slam e universidade, que mobilize o pensamento e a ação em encontro, (trans)formação e cuidado. Um campo que se forjou na pandemia de coronavírus. Slam e universidade, espaços recheados de presencialides, foram esvaziados, ganharam fronteiras digitais. Da escuta atenta à uma imensidão de informações que surgiram neste período, um campo se formou aos meus ouvidos na escuta de podcasts: Minas Pretas, Pimenta no Cúir, Preta Galáctica e Slam Rotina – envolvendo: 21 episódios e 36 slammers (foram ao ar entre 2020 e 2021). Do mergulho nas vozes, do aprender a ficar submersa, do suportar a sensação, rastreei vozes entre as ondas sonoras dos podcasts. Pousei, para escutar com mais detalhes. Formaram-se os territórios de sentidos: um tripé que sustenta e movimenta o percurso. Representado imagéticamente por uma espiral tripla. Cada espiral representa um território de sentidos – encontro; (trans)formação e cuidado. Territórios, criados pelo movimento de pouso nas vozes de slammers, que deixaram sua poesia e narrativas de vida em podacasts. Realizei uma curadoria de já ditos. Vozes que compõem os territórios como pistas/sentidos, que têm como eixo engrenagem o Bem Viver, como uma direção à outros mundos possíveis que esta versão de mundo fracassada. Contar outras versões de mundos para que haja mundos. O encontro, como território-base, território abertura, composto pelos movimentos de pouso: escutar e costurar uma língua que faça pontes, uma língua como artesania. Foi necessário suportar o incômodo da agulha furando a carne, como um arremate de reparação histórica, de acerto de contas com um passado sangrento e uma possibilidade de contar outros futuros pelo presente. Deste movimento, surge a (trans)formação, como território de sentidos, e, consequentemente, o movimento de pouso: ser aprendiz, exigindo suspender as certezas. Para tal, a arena de slam foi tomada como professora e slammers como referências. Deste movimento surgiram pistas/sentidos para pensar os processos de ensino-aprendizagem em diversos cenários. Como o terceiro território de sentidos, surge a espiral cuidado, um território que já percorro há mais tempo no percurso da minha vida acadêmica-profissional. Foi necessário percorrer os outros dois territórios como uma forma de atualização de seus movimentos, repactuar as fronteiras de verbos. Repensar os corpos que se ensina como corpos na universidade. Remexer nas gavetas que estruturam e fragmentam os corpos-gaveteiros que nos sustentam. Se busquei, inicialmente, ouvir mulheres, a escuta transbordou em mulheridades. Territórios de sentidos provisórios, fronteiras de verbos que se conjugam na micropolítica das ações. Fronteiras que se ampliam, se expandem, se recolhem, resistem, conforme o contexto. Sementes de futuro que se aninham nas gargantas e se espalham pela poesia.
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Do mergulho nas vozes, do aprender a ficar submersa, do suportar a sensação, rastreei vozes entre as ondas sonoras dos podcasts. Pousei, para escutar com mais detalhes. Formaram-se os territórios de sentidos: um tripé que sustenta e movimenta o percurso. Representado imagéticamente por uma espiral tripla. Cada espiral representa um território de sentidos – encontro; (trans)formação e cuidado. Territórios, criados pelo movimento de pouso nas vozes de slammers, que deixaram sua poesia e narrativas de vida em podacasts. Realizei uma curadoria de já ditos. Vozes que compõem os territórios como pistas/sentidos, que têm como eixo engrenagem o Bem Viver, como uma direção à outros mundos possíveis que esta versão de mundo fracassada. Contar outras versões de mundos para que haja mundos. O encontro, como território-base, território abertura, composto pelos movimentos de pouso: escutar e costurar uma língua que faça pontes, uma língua como artesania. Foi necessário suportar o incômodo da agulha furando a carne, como um arremate de reparação histórica, de acerto de contas com um passado sangrento e uma possibilidade de contar outros futuros pelo presente. Deste movimento, surge a (trans)formação, como território de sentidos, e, consequentemente, o movimento de pouso: ser aprendiz, exigindo suspender as certezas. Para tal, a arena de slam foi tomada como professora e slammers como referências. Deste movimento surgiram pistas/sentidos para pensar os processos de ensino-aprendizagem em diversos cenários. Como o terceiro território de sentidos, surge a espiral cuidado, um território que já percorro há mais tempo no percurso da minha vida acadêmica-profissional. Foi necessário percorrer os outros dois territórios como uma forma de atualização de seus movimentos, repactuar as fronteiras de verbos. Repensar os corpos que se ensina como corpos na universidade. Remexer nas gavetas que estruturam e fragmentam os corpos-gaveteiros que nos sustentam. Se busquei, inicialmente, ouvir mulheres, a escuta transbordou em mulheridades. Territórios de sentidos provisórios, fronteiras de verbos que se conjugam na micropolítica das ações. Fronteiras que se ampliam, se expandem, se recolhem, resistem, conforme o contexto. Sementes de futuro que se aninham nas gargantas e se espalham pela poesia.This thesis starts from the sensation in the body when I encounter the poetry of women, which circulated in a public square, in an arena of Slam das Minas/RS. Sensation, which I called astonishment. Amazement, which maps the research. Which aims: to know what reverberates from the conversation between slam and university, which mobilizes thought and action in meeting, (trans)transformation and care. A field that was forged in the coronavirus pandemic. Slam and university, spaces filled with face-to-face content, were emptied and gained digital borders. From attentive listening to the immense amount of information that emerged during this period, a field was formed in my ears when listening to podcasts: Minas Pretas, Pimenta no Cúir, Preta Galáctica and Slam Rotina – involving: 21 episodes and 36 slammers (aired between 2020 and 2021). From diving into the voices, from learning to submerge, from enduring the sensation, I tracked voices across the soundwaves of podcasts. I landed to listen in more detail. The territories of senses were formed: a tripod that sustains and moves the route. Imagetically represented by a triple spiral. Each spiral represents a territory of senses – meeting; (trans)formation and care. Territories, created by the landing movement in the voices of slammers, who left their poetry and life narratives in podacasts. I carried out a curation of already said. Voices that compose the territories as clues/senses, which have Good Living as their axle gear, as a direction to other possible worlds than this failed version of the world. Count other versions of worlds so that there are worlds. The encounter, as base territory, opening territory, composed of the landing movements: listening and sewing a language that builds bridges, a language as craftsmanship. It was necessary to endure the annoyance of the needle piercing the flesh, as a finale of historical reparation, of settling accounts with a bloody past and the possibility of recounting other futures through the present. From this movement, (trans)formation arises, as a territory of senses, and, consequently, the landing movement: being an apprentice, demanding to suspend certainties. For this, the slam arena was taken as a teacher and slammers as references. From this movement, clues/means emerged to think about the teaching-learning processes in different scenarios. As the third territory of meanings, the care spiral appears, a territory that I have been traveling for a long time in the course of my academic-professional life. It was necessary to go through the other two territories as a way of updating their movements, renegotiating the borders of verbs. Rethinking the bodies that are taught as bodies at the university. Rummage through the drawers that structure and fragment the drawer bodies that sustain us. If I initially sought to listen to women, the listening overflowed with women. Territories of provisional meanings, borders of verbs that combine in the micropolitics of actions. Frontiers that expand, withdraw, resist, depending on the context. Seeds of the future that nest in throats and spread through poetry.application/pdfporCorpoUniversidadeCuidadoBoduPoetry slamEducationUinversitCarePoesia em vida dura, tanto bate até que fura : interfaces sobre encontro, (trans) formação e cuidadoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de EducaçãoPrograma de Pós-Graduação em EducaçãoPorto Alegre, BR-RS2023doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001169408.pdf.txt001169408.pdf.txtExtracted Texttext/plain292140http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/258740/2/001169408.pdf.txt66b1a7a879e18f24cb28896591048e41MD52ORIGINAL001169408.pdfTexto completoapplication/pdf5282101http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/258740/1/001169408.pdf68ec451ea65b4c941eb4957c6a792130MD5110183/2587402023-06-02 03:29:55.579076oai:www.lume.ufrgs.br:10183/258740Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-06-02T06:29:55Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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