Ferramentas para detecção da doença renal : valores de referência da taxa de filtração glomerular e desempenho das equações de estimativa com creatinina e cistatina C séricas em indivíduos saudáveis

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Soares, Ariana Aguiar
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/194302
Resumo: De acordo com os dados do Global Burden of Disease de 2010, a doença renal crônica (DRC) é a 18ª causa de morte no mundo e nos Estados Unidos, as doenças renais em geral representam a 9ª causa de morte. Dessa forma constitui-se em um problema de saúde pública mundial. O diabetes e a hipertensão são as principais causas de DRC e de ingressos em diálise. A DRC é definida como a presença de anormalidades de estrutura ou função renal durante três meses ou mais, com implicação à saúde. São marcadores de dano renal: albuminúria (índice albumina/creatinina ≥30 mg/g) ou concentração de albumina ≥17 mg/L ou anormalidades do sedimento urinário, indicativas de doença tubular, alterações detectadas por histologia, por imagem e ainda, história de transplante renal ou presença de redução da função renal (taxa de filtração glomerular <60 mL/min/1,73 m2 ). A taxa de filtração glomerular (TFG) é aceita globalmente como o melhor indicador de função renal. As diretrizes atuais recomendam que a classificação da doença renal crônica deva levar em conta o diagnóstico clínico, os níveis da taxa de filtração glomerular (TFG) – estimada com equações que incluem creatinina e/ou cistatina C e relatadas automaticamente nos laudos de creatinina - e o estágio de albuminúria do paciente. Com o propósito de validar ferramentas para detecção da doença renal, a presente tese foi dividida em 4 seções: na introdução foram revisados os aspectos epidemiológicos da doença renal crônica, sua definição e classificação além da descrição dos principais métodos relacionados à sua detecção, no capítulo 1 o objetivo foi de definir valores de referência da TFG em adultos saudáveis, estratificando por faixa etária, levando em consideração o gênero e a etnia no capítulo 2, o objetivo foi de avaliar a acurácia das equações CKD-EPI creatinina, CKD-EPI cistatina C e CKD-EPI combinada de creatinina-cistatina C para estimar a TFG em comparação com a TFG medida com 51Cr-EDTA em uma população de adultos saudáveis e, por fim, no capítulo 3, realizar uma avaliação para identificar os métodos utilizados para a medida da creatinina sérica nos laboratórios do estado do Rio Grande do Sul, avaliando a proporção de laboratórios que relatam a TFG estimada a partir da solicitação da dosagem da creatinina. Como resultados, os valores de referência da TFG foram definidos de acordo com a faixa etária, sendo a média±2DP de 76 a 148 mL/min/1,73 m2 para indivíduos abaixo de 45 anos e de 68 a 128 mL/min/1,73 m2 para indivíduos acima de 45 anos. As equações de estimativa da filtração glomerular tenderam a subestimar a filtração medida sendo o pior desempenho observado com as equações que incluem cistatina C nos indivíduos com mais de 45 anos. O relato automático da estimativa da TFG pelos laboratórios de análises clínicas do Rio Grande do Sul foi apenas de 9,8% do total dos laboratórios cadastrados no Conselho Regional de Farmácia. Em conclusão, a idade, mas não o gênero, deve ser levada em conta para calcular valores de referência da TFG. Em indivíduos saudáveis, a equação de estimativa da TFG baseada na creatinina mostrou-se superior às equações que empregam cistatina C, sendo necessários estudos adicionais para avaliar a performance das equações de estimativa da TFG. Finalmente, o relato automático da estimativa da TFG no laudo da creatinina sérica não é uma prática usual nos laboratórios sul-brasileiros.
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