Territorializações indígenas no Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Baggio Di Sopra, Fernando Ernesto
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/255080
Resumo: A presente dissertação de Mestrado aborda aspectos referentes às territorializações indígenas no Estado do Rio Grande do Sul, buscando identificar os recentes fluxos territoriais protagonizados pelos povos indígenas Charrua, Kaingang, Xokleng e Mbyá Guarani, com ênfase no período posterior à promulgação da Constituição Federal de 1988. Após proceder com a revisão bibliográfica referente a conceitos como território, cultura, autonomia e (etno)desenvolvimento, a presente dissertação buscou sistematizar as recentes territorializações indígenas no Rio Grande do Sul, as quais, sobrepostas, podem ser compreendidas como uma multiterritorialidade indígena mais ampla e abrangente, integrando elementos territoriais característicos das quatro supracitadas etnias. A partir de dados socioeconômicos, como Índice de Desenvolvimento Humano e orçamento público dos municípios sobrepostos a territorializações indígenas, buscou-se identificar possíveis fatores de atração e/ou repulsão territorial relacionados ao desenvolvimento regional e à disponibilidade de recursos econômicos e naturais nos municípios de origem e destino das recentes territorializações indígenas. Concomitantemente, a presente dissertação buscou verificar a existência de possíveis fatores de atração territorial relacionados aos ambientes biogeográficos, como no caso dos indígenas Mbyá Guarani, que tendem a se reterritorializar predominantemente em áreas de Mata Atlântica, em locais próximos a pequenos cursos fluviais, com solo fértil e ampla disponibilidade de mata nativa, secundarizando totalmente o contexto econômico no qual a área encontra-se inserida. À parte, os coletivos Kaingang passaram a territorializar-se politicamente e academicamente nos grandes centros urbanos, enquanto o povo indígena Xokleng encontra-se em recente processo de retomada de uma área ancestral no Rio Grande do Sul, após ter sido expulso de suas terras de ocupação tradicional nas fases iniciais do processo de colonização não-indígena do Estado. Por sua vez, os indígenas Charrua, após terem sido considerados coletivamente extintos ao fim do Massacre de Salsipuedes, ocorrido no Uruguai em 1831, ressurgiram publicamente, sob a forma de coletivo étnico, no início do século XXI, territorializando-se em um ambiente biogeográfico distinto de suas terras ancestrais situadas nos campos pampeanos, ao fundar a Aldeia Polidoro na região periférica de Porto Alegre.
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