A docência compartilhada no ensino de Ciências do 9º ano do ensino fundamental : as especificidades do fazer docente em uma proposta interdisciplinar

• Autor(a) principal: Silva, Débora Perônio da
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/249899
• topic: Ensino fundamental e médio; Ensino de ciências; Práticas interdisciplinares; Química; Física; Shared teaching; Interdisciplinarity; Science teaching

O ensino das Ciências da Natureza tem sido objeto de investigação sob diferentes enfoques, frequentemente na busca por caminhos para qualificá-lo e torná-lo mais significativo aos estudantes. Entendemos que a interdisciplinaridade pode ser uma forma de qualificar o ensino, pois propicia uma integração dos conhecimentos, favorecendo um entendimento do mundo natural de forma menos fragmentada. O objetivo geral desta pesquisa foi compreender como ocorre a articulação de saberes entre docentes dos componentes curriculares das Ciências da Natureza na busca pela qualificação do ensino no 9° ano em uma escola da rede privada. Os objetivos específicos buscaram a) identificar quais são as aproximações e afastamentos entre os conteúdos e conhecimentos que ocorrem no processo da docência compartilhada entre professores de Química e Física, a partir de planejamento interdisciplinar; b) evidenciar como se dá o processo de construção da interdisciplinaridade ao compartilhar os planejamentos, os projetos e as aulas de dois dos componentes curriculares das Ciências da Natureza; c) analisar os impactos do trabalho da docência compartilhada nas aprendizagens de Ciências dos estudantes do 9° ano do Ensino Fundamental especialmente nos componentes curriculares de Química e Física. A pesquisa foi qualitativa, de cunho exploratório. Os métodos utilizados foram a pesquisa bibliográfica que buscou avaliar as produções acadêmicas relacionadas à docência compartilhada e a interdisciplinaridade entre os componentes curriculares da área das Ciências da Natureza nos anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio no período de 2017 a 2021. A revisão da literatura ocorreu no Banco de Teses e Dissertações da CAPES, no Repositório Digital LUME da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e no Google Acadêmico. Também foi utilizada a análise de conteúdo dos materiais produzidos ao longo dos três anos de docência compartilhada, tais como planos anuais e trimestrais, sequências didáticas. A integração que ocorreu entre os conteúdos ao longo de 3 anos de trabalho interdisciplinar foi representada na forma de teias de conhecimentos que foram analisadas a partir de referenciais teóricos relacionados ao tema da dissertação. Como resultados gerais verificamos que a docência compartilhada e o planejamento interdisciplinar resultaram em um currículo como uma teia de relações que foram se integrando na medida em que o trabalho foi ocorrendo de forma sistemática e contínua. A partir das análises realizadas nos planos de ensino, identificou-se quais eram as aproximações e afastamentos entre os conteúdos e conceitos que ocorrem no processo de docência compartilhada, evidenciando como se dá o processo de construção da interdisciplinaridade ao compartilhar os planejamentos, os projetos e as aulas dos componentes curriculares de Química e Física. Em uma análise quantitativa foram analisados os resultados da avaliação institucional entre os anos de 2014 a 2018. Essa avaliação institucional ocorre ao término de cada etapa da Educação Básica e tem como objetivo diagnosticar e avaliar a qualidade da aprendizagem dos estudantes em todas as áreas do conhecimento. Esta pesquisa possibilitou verificar que o ensino das Ciências da Natureza pode ser ampliado e ressignificado através da contextualização e do compartilhamento de saberes entre componentes curriculares, pois a docência compartilhada se configura e se articula como um trabalho interdisciplinar e uma estratégia metodológica que favorece o diálogo entre os pares, modifica a topologia da sala de aula, proporciona maior protagonismo dos docentes e dos estudantes, além de estimular o compartilhamento de diferentes visões sobre os assuntos abordados.