Qualidade lupulada : o significado de artesanal na rede cervejeira gaúcha
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/201158 |
Resumo: | Nos últimos dez anos, o número de cervejarias registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento cresceu mais de oito vezes. O ocorrido é reflexo de um boom cervejeiro que está efervescendo em todo o país, com mais intensidade a partir de 2010. Esse fenômeno está despertando um movimento cervejeiro artesanal que têm incentivado desde a produção caseira da bebida a cursos, feiras e confrarias. Além disso, vêm proporcionando um redescobrimento da bebida por meio da cultura cervejeira. Este cenário é um recorte dentro de um amplo panorama na alimentação contemporânea que sofre os efeitos da virada para a qualidade, o qual despertou o interesse por alimentos que satisfaçam não apenas aspectos nutricionais, mas também um conjunto de atributos socioculturais. A partir dessa virada, observa-se muitas iniciativas alternativas ao sistema agroalimentar nas quais práticas de consumo local são características evidentes. Todavia, ainda que o movimento legitime o termo artesanal, de maneira geral, não há regulamentação de produtos artesanais no Brasil. Nesse sentido, objetiva-se no presente estudo, analisar a rede cervejeira na capital gaúcha e municípios integrantes da Rota Cervejeira Artesanal do Estado do Rio Grande do Sul, buscando-se compreender os significados da qualidade artesanal entre os atores da esfera produtiva. A metodologia qualitativa da pesquisa divide-se em duas partes. A primeira é composta por análise de conteúdo em mídia especializada e mapeamento da rede cervejeira artesanal gaúcha a partir da Teoria Ator- Rede. A segunda, entrevista com roteiro semi-estruturado e visita técnica. Realizou-se onze entrevistas na cidade de Porto Alegre e Nova Petrópolis. Analisou-se as entrevistas por meio do software Nvivo. Os dados da pesquisa indicam que há práticas que perpassam uma “ética do artesanal” na rede cervejeira artesanal gaúcha. À luz da abordagem das redes alimentares alternativas, essas práticas convergem a relações de confiança e consumo local ainda que os ingredientes utilizados pelas cervejarias artesanais sejam majoritariamente importados. O processo é diferenciado em relação a uma cervejaria de massa, pois acaba dependendo mais do fator humano na produção. As receitas e oferta de produtos são mais variadas. Apesar disso, os equipamentos não são centrais na definição da qualidade artesanal, qualidade essa que é uma construção social entre os atores da rede. Não obteve-se consenso em relação à escala de produção que caracterize a produção artesanal, mas se observou que em produções de escala maior é difícil se manter as práticas colaborativas da rede. Portanto, falar em qualidade cervejeira artesanal significa um conjunto de práticas desenvolvidas pelas cervejarias artesanais que convergem a saber fazer cervejeiros, atores com capital cervejeiro e práticas alternativas cervejeiras, isto é, são o resultado do conjunto processo, pessoas e lugar. |
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A partir dessa virada, observa-se muitas iniciativas alternativas ao sistema agroalimentar nas quais práticas de consumo local são características evidentes. Todavia, ainda que o movimento legitime o termo artesanal, de maneira geral, não há regulamentação de produtos artesanais no Brasil. Nesse sentido, objetiva-se no presente estudo, analisar a rede cervejeira na capital gaúcha e municípios integrantes da Rota Cervejeira Artesanal do Estado do Rio Grande do Sul, buscando-se compreender os significados da qualidade artesanal entre os atores da esfera produtiva. A metodologia qualitativa da pesquisa divide-se em duas partes. A primeira é composta por análise de conteúdo em mídia especializada e mapeamento da rede cervejeira artesanal gaúcha a partir da Teoria Ator- Rede. A segunda, entrevista com roteiro semi-estruturado e visita técnica. Realizou-se onze entrevistas na cidade de Porto Alegre e Nova Petrópolis. Analisou-se as entrevistas por meio do software Nvivo. Os dados da pesquisa indicam que há práticas que perpassam uma “ética do artesanal” na rede cervejeira artesanal gaúcha. À luz da abordagem das redes alimentares alternativas, essas práticas convergem a relações de confiança e consumo local ainda que os ingredientes utilizados pelas cervejarias artesanais sejam majoritariamente importados. O processo é diferenciado em relação a uma cervejaria de massa, pois acaba dependendo mais do fator humano na produção. As receitas e oferta de produtos são mais variadas. Apesar disso, os equipamentos não são centrais na definição da qualidade artesanal, qualidade essa que é uma construção social entre os atores da rede. Não obteve-se consenso em relação à escala de produção que caracterize a produção artesanal, mas se observou que em produções de escala maior é difícil se manter as práticas colaborativas da rede. Portanto, falar em qualidade cervejeira artesanal significa um conjunto de práticas desenvolvidas pelas cervejarias artesanais que convergem a saber fazer cervejeiros, atores com capital cervejeiro e práticas alternativas cervejeiras, isto é, são o resultado do conjunto processo, pessoas e lugar.In the last ten years, the number of breweries registered under the Brazilian Ministry of Agriculture has multiplied more than eight times. This phenomenon is a reflection of a brewing boom that has taken hold of the whole the country, which has intensified since 2010. It has awakened a handcrafted brewing movement, encouraging enterprises from the home production of the drink, to courses, fairs and specialized confraternities revolving around beer. Besides that, it has provided a rediscovery of the malt liquor through the so-called beer culture. This scenario is a cut within a broad panorama in contemporary food trends that suffers the effects of a quality turn, which consists in a growing interest for foods that satisfy not only nutritional aspects, but also a set of sociocultural attributes. From this shift, many alternative initiatives have been observed as a deviation from the standard agri-food system, with practices such as local consumption and production, and fair trade being evident characteristics. However, although the movement provides legitimacy for the term hand crafted, there is no regulation for handcrafted products in Brazil as a general rule. In this sense, this research had the objective of analyzing the brewery network in the capital of the state of Rio Grande do Sul, and the municipalities that make up the Craft Brewery Route in the State of Rio Grande do Sul, seeking to understand the meaning of handcrafted quality for the players in the productive sphere. The qualitative methodology of this research it divides in two parts. The first one is composed of content analysis of specialized media and mapping of the handcrafted brewery network of Rio Grande do Sul using the Actor Network Theory. The second methodology consists of technical visits and semi-structured scripted interviews. Eleven interviews in total were conducted in the city of Porto Alegre and Nova Petrópolis. The analyzes were performed through Nvivo software. The research data indicated that there are practices that undergo a "handcraft ethic" inside the craft brewery network in Rio Grande do Sul. In the light of the alternative food networks approach, these practices lead to trusted relationships and consumption of local produce, even though the ingredients used by these craft breweries Sul are mostly imported. The process as a whole is differentiated when compared to a mass brewery, as it ends up depending more on the human factor during manufacturing. Also, receipts and product selection are more varied than in mass production industries. Despite this, the equipment is not central in the definition of artisanal quality, it is a social construction among the actors of the network. There was no consensus regarding the scale of production, but it was observed that in large-scale productions it is difficult to maintain the collaborative practices of the network. Therefore, talking about craft brewing quality means a set of practices developed by artisanal breweries that converge on brewing know-how, people with brewer's capital and alternative practices in brewing. In other words, it is the entirety between process, people and place.application/pdfporCervejaProduçãoBeerCraftQualityNetworkQualidade lupulada : o significado de artesanal na rede cervejeira gaúchainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de Ciências EconômicasPrograma de Pós-Graduação em Desenvolvimento RuralPorto Alegre, BR-RS2019mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001104761.pdf.txt001104761.pdf.txtExtracted Texttext/plain422558http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/201158/2/001104761.pdf.txt9d256c26f3eaca128d28c7ed8b038949MD52ORIGINAL001104761.pdfTexto completoapplication/pdf3312379http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/201158/1/001104761.pdfd90a5a3f8d871d881ed0148ef941584aMD5110183/2011582019-11-01 03:50:20.474oai:www.lume.ufrgs.br:10183/201158Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532019-11-01T06:50:20Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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