Refluxo enterogástrico no estômago operado : correlacção dos sintomas com achados gastroscópicos e histopatológicos da mucosa gástrica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Fernando de Oliveira
Data de Publicação: 1981
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/169422
Resumo: Foram entrevistados, no serviço de Cirurgia Geral do Hospital das Clínicas de Porto Alegre, 35 pacientes operados por úlcera péptica . A anamnese constou de avaliação de sintomas de refluxo enterogástríco e foi constituído um escore sintomático à semelhança de Keighley e cols., dividindo o conjunto de pacientes pela mediana em dois grupos - os sintomáticos e os assintomáticos. Optamos também por definir somente o sintoma dor epigástrica e, dessa maneira, formamos outros dois grupos: os pacientes com dor epigástrica e os sem dor epigástrica. Todos os pacientes foram inicialmente submetidos a investigação radiológica de esôfago, estômago, duodeno e vias biliares, sendo afastados todos aqueles portadores de cole ou coledocolitiase, úlcera recorrente, refluxo gastroesofágico ou outras situações mimetizantes dos mesmos sintomas. Foram, assim afastados, 15 pacientes, e 20 prosseguiram na investigação. A partir daí, foram submetidos a esofagogastroduodenoscopia, atentando-se para o aspecto da mucosa gástrica (hiperemia difusa, erosões, sangramento de contato) e para a presença de refluxo enterogástrico. Foram retirados 10 fragmentos de biópsia em três zonas arbitrariamente definidas: zona 1, junto a anastomose; zona 2, de 2 a 3 em a montante; zona 3, no fundo gástrico. O critério histológico de interpretação foi o de Whitehead e foram definidos dois índices histológicos: o de inflamação crônica e o de atividade. Estes índices refletiu no grau de comprometimento das biópsias, tendo sido estipulado um valor numérico para maior ou menor comprometimento de cada fragmento, e a soma dos 10 fragmentos resultava no índice referido. Nem o endoscopista nem o histopato logista sabiam a que grupo pertencia o paciente. Foram comparados os grupos sintomáticos e assintomáticos quanto ao aspecto endoscópico da mucosa gástrica, utilizando-se o teste t de Fischer. Houve uma incidência maior de hiperemia difusa nos pacientes sintomáticos (p=0,067). Curiosamente, houve maior incidência de refluxo enterogástrico visualizado endoscopicamente nos pacientes assintomáticos (p=0,027). Na comparação dos índices histológicos dos dois grupos, utilizando-se o teste de Mann-Whitney, não foi encontrada diferença significativa, ou seja, não houve maior incidência de alterações histológicas nos pacientes sintomáticos. Quando se definiu somente o sintoma dor epigástrica para diferenciar os grupos, não se encontrou diferença significativa na análise histológica dos fragmentos, quer dizer, também aí não foi encontrada correlação entre os sintomas e os achados histológicos da mucosa gástrica.
id URGS_4cadafa0e2704a6cd7f2a0ad1827c52b
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/169422
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Souza, Fernando de OliveiraCutin, Jose2017-10-12T02:49:13Z1981http://hdl.handle.net/10183/169422000172974Foram entrevistados, no serviço de Cirurgia Geral do Hospital das Clínicas de Porto Alegre, 35 pacientes operados por úlcera péptica . A anamnese constou de avaliação de sintomas de refluxo enterogástríco e foi constituído um escore sintomático à semelhança de Keighley e cols., dividindo o conjunto de pacientes pela mediana em dois grupos - os sintomáticos e os assintomáticos. Optamos também por definir somente o sintoma dor epigástrica e, dessa maneira, formamos outros dois grupos: os pacientes com dor epigástrica e os sem dor epigástrica. Todos os pacientes foram inicialmente submetidos a investigação radiológica de esôfago, estômago, duodeno e vias biliares, sendo afastados todos aqueles portadores de cole ou coledocolitiase, úlcera recorrente, refluxo gastroesofágico ou outras situações mimetizantes dos mesmos sintomas. Foram, assim afastados, 15 pacientes, e 20 prosseguiram na investigação. A partir daí, foram submetidos a esofagogastroduodenoscopia, atentando-se para o aspecto da mucosa gástrica (hiperemia difusa, erosões, sangramento de contato) e para a presença de refluxo enterogástrico. Foram retirados 10 fragmentos de biópsia em três zonas arbitrariamente definidas: zona 1, junto a anastomose; zona 2, de 2 a 3 em a montante; zona 3, no fundo gástrico. O critério histológico de interpretação foi o de Whitehead e foram definidos dois índices histológicos: o de inflamação crônica e o de atividade. Estes índices refletiu no grau de comprometimento das biópsias, tendo sido estipulado um valor numérico para maior ou menor comprometimento de cada fragmento, e a soma dos 10 fragmentos resultava no índice referido. Nem o endoscopista nem o histopato logista sabiam a que grupo pertencia o paciente. Foram comparados os grupos sintomáticos e assintomáticos quanto ao aspecto endoscópico da mucosa gástrica, utilizando-se o teste t de Fischer. Houve uma incidência maior de hiperemia difusa nos pacientes sintomáticos (p=0,067). Curiosamente, houve maior incidência de refluxo enterogástrico visualizado endoscopicamente nos pacientes assintomáticos (p=0,027). Na comparação dos índices histológicos dos dois grupos, utilizando-se o teste de Mann-Whitney, não foi encontrada diferença significativa, ou seja, não houve maior incidência de alterações histológicas nos pacientes sintomáticos. Quando se definiu somente o sintoma dor epigástrica para diferenciar os grupos, não se encontrou diferença significativa na análise histológica dos fragmentos, quer dizer, também aí não foi encontrada correlação entre os sintomas e os achados histológicos da mucosa gástrica.application/pdfporRefluxo gastroesofágicoÚlcera pépticaDoenças do esôfagoRefluxo enterogástrico no estômago operado : correlacção dos sintomas com achados gastroscópicos e histopatológicos da mucosa gástricainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaCurso de Pós-Graduação em GastroenterologiaPorto Alegre, BR-RS1981mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000172974.pdf000172974.pdfTexto completoapplication/pdf21132954http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/169422/1/000172974.pdfd2d0bd829e9e74cee4f42152efa20621MD51TEXT000172974.pdf.txt000172974.pdf.txtExtracted Texttext/plain97http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/169422/2/000172974.pdf.txt054ea9fc354567052b75cedb088f945aMD52THUMBNAIL000172974.pdf.jpg000172974.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1029http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/169422/3/000172974.pdf.jpgb0e89be516f489428a060aaa2b0d25b8MD5310183/1694222023-08-20 03:41:12.522109oai:www.lume.ufrgs.br:10183/169422Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-08-20T06:41:12Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Refluxo enterogástrico no estômago operado : correlacção dos sintomas com achados gastroscópicos e histopatológicos da mucosa gástrica
title Refluxo enterogástrico no estômago operado : correlacção dos sintomas com achados gastroscópicos e histopatológicos da mucosa gástrica
spellingShingle Refluxo enterogástrico no estômago operado : correlacção dos sintomas com achados gastroscópicos e histopatológicos da mucosa gástrica
Souza, Fernando de Oliveira
Refluxo gastroesofágico
Úlcera péptica
Doenças do esôfago
title_short Refluxo enterogástrico no estômago operado : correlacção dos sintomas com achados gastroscópicos e histopatológicos da mucosa gástrica
title_full Refluxo enterogástrico no estômago operado : correlacção dos sintomas com achados gastroscópicos e histopatológicos da mucosa gástrica
title_fullStr Refluxo enterogástrico no estômago operado : correlacção dos sintomas com achados gastroscópicos e histopatológicos da mucosa gástrica
title_full_unstemmed Refluxo enterogástrico no estômago operado : correlacção dos sintomas com achados gastroscópicos e histopatológicos da mucosa gástrica
title_sort Refluxo enterogástrico no estômago operado : correlacção dos sintomas com achados gastroscópicos e histopatológicos da mucosa gástrica
author Souza, Fernando de Oliveira
author_facet Souza, Fernando de Oliveira
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Souza, Fernando de Oliveira
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Cutin, Jose
contributor_str_mv Cutin, Jose
dc.subject.por.fl_str_mv Refluxo gastroesofágico
Úlcera péptica
Doenças do esôfago
topic Refluxo gastroesofágico
Úlcera péptica
Doenças do esôfago
description Foram entrevistados, no serviço de Cirurgia Geral do Hospital das Clínicas de Porto Alegre, 35 pacientes operados por úlcera péptica . A anamnese constou de avaliação de sintomas de refluxo enterogástríco e foi constituído um escore sintomático à semelhança de Keighley e cols., dividindo o conjunto de pacientes pela mediana em dois grupos - os sintomáticos e os assintomáticos. Optamos também por definir somente o sintoma dor epigástrica e, dessa maneira, formamos outros dois grupos: os pacientes com dor epigástrica e os sem dor epigástrica. Todos os pacientes foram inicialmente submetidos a investigação radiológica de esôfago, estômago, duodeno e vias biliares, sendo afastados todos aqueles portadores de cole ou coledocolitiase, úlcera recorrente, refluxo gastroesofágico ou outras situações mimetizantes dos mesmos sintomas. Foram, assim afastados, 15 pacientes, e 20 prosseguiram na investigação. A partir daí, foram submetidos a esofagogastroduodenoscopia, atentando-se para o aspecto da mucosa gástrica (hiperemia difusa, erosões, sangramento de contato) e para a presença de refluxo enterogástrico. Foram retirados 10 fragmentos de biópsia em três zonas arbitrariamente definidas: zona 1, junto a anastomose; zona 2, de 2 a 3 em a montante; zona 3, no fundo gástrico. O critério histológico de interpretação foi o de Whitehead e foram definidos dois índices histológicos: o de inflamação crônica e o de atividade. Estes índices refletiu no grau de comprometimento das biópsias, tendo sido estipulado um valor numérico para maior ou menor comprometimento de cada fragmento, e a soma dos 10 fragmentos resultava no índice referido. Nem o endoscopista nem o histopato logista sabiam a que grupo pertencia o paciente. Foram comparados os grupos sintomáticos e assintomáticos quanto ao aspecto endoscópico da mucosa gástrica, utilizando-se o teste t de Fischer. Houve uma incidência maior de hiperemia difusa nos pacientes sintomáticos (p=0,067). Curiosamente, houve maior incidência de refluxo enterogástrico visualizado endoscopicamente nos pacientes assintomáticos (p=0,027). Na comparação dos índices histológicos dos dois grupos, utilizando-se o teste de Mann-Whitney, não foi encontrada diferença significativa, ou seja, não houve maior incidência de alterações histológicas nos pacientes sintomáticos. Quando se definiu somente o sintoma dor epigástrica para diferenciar os grupos, não se encontrou diferença significativa na análise histológica dos fragmentos, quer dizer, também aí não foi encontrada correlação entre os sintomas e os achados histológicos da mucosa gástrica.
publishDate 1981
dc.date.issued.fl_str_mv 1981
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2017-10-12T02:49:13Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/169422
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000172974
url http://hdl.handle.net/10183/169422
identifier_str_mv 000172974
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/169422/1/000172974.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/169422/2/000172974.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/169422/3/000172974.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv d2d0bd829e9e74cee4f42152efa20621
054ea9fc354567052b75cedb088f945a
b0e89be516f489428a060aaa2b0d25b8
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1810085422590590976