Clínica política antirracista periférica : escuta e cuidado psicoterapêutico no território de pertencimento
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/280711 |
Resumo: | No presente estudo escrevivo meu encontro com mulheres negras no Serviço de Psicologia na Periferia, territorializado no Bairro Rubem Berta, Porto Alegre/RS e, no percurso, levanto alguns questionamentos: Que ferramentas, que deslocamentos, que torções a Psicologia necessita fazer para abrir fissuras e produzir a ruína da casa grande? Como é possível operar um Serviço de Psicologia na Periferia? Ou melhor, mais do que saber o que ele provoca na “casa grande”, o que pode o Serviço de Psicologia na Periferia enquanto ação em minha comunidade? Tenho como objetivos gerais, construir memórias dos processos de produção de subjetividades de mulheres negras que realizaram psicoterapia no Serviço de Psicologia na Periferia, a partir daquilo que marcou meu próprio corpo, e problematizar experiências possíveis de uma clínica política antirracista periférica. Como objetivos específicos: 1) mapear o estado da arte dos estudos sobre clínica antirracista no campo da Psicologia; 2) refletir sobre os processos de produção de subjetividade de uma psicóloga negra considerando sua prática no contexto político, social e econômico da comunidade e do país; 3) visibilizar e problematizar as estratégias de cuidado das mulheres negras periférica. O processo de escrita aqui enunciado traz dimensões ético-políticas de meu corpo no encontro com outras mulheres negras, de modo que no caminho metodológico aposto nas histórias que emergem das memórias de meu corpo - memórias escrevividas em atendimentos psicoterapêuticos. Movimento uma escrevivência nas brechas e possibilidades de uma clínica política antirracista periférica. Lanço-me num processo de escreviver experiências que marcaram meu corpo enquanto mulher negra psicóloga, ficcionando memórias de minha escuta clínica na periferia. Coloco em análise as diversas formas como o sofrimento é apresentado nos atendimentos e as perspectivas de cuidados em saúde mental dentro do território, a fim de compreender os processos de subjetividade que ocorrem na clínica política antirracista periférica. Esta, surge com o propósito de questionar e tensionar as possibilidades de atuação da escuta clínica no território. O campo da psicologia, por si só, não é suficiente para abordar as relações raciais, portanto é essencial estudar mergulhar por outros campos disciplinares, saborear intelectuai s negras e negros para a compreensão de nós mesmas, de nossa coletividade. Chego até aqui com a sensação de experimentar o direito de fala através da escrita e de definir minha própria identidade compreendendo a passagem de objeto a sujeito. |
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Souza, Jéssica Dias deAlves, Miriam Cristiane2024-11-01T06:46:48Z2024http://hdl.handle.net/10183/280711001206397No presente estudo escrevivo meu encontro com mulheres negras no Serviço de Psicologia na Periferia, territorializado no Bairro Rubem Berta, Porto Alegre/RS e, no percurso, levanto alguns questionamentos: Que ferramentas, que deslocamentos, que torções a Psicologia necessita fazer para abrir fissuras e produzir a ruína da casa grande? Como é possível operar um Serviço de Psicologia na Periferia? Ou melhor, mais do que saber o que ele provoca na “casa grande”, o que pode o Serviço de Psicologia na Periferia enquanto ação em minha comunidade? Tenho como objetivos gerais, construir memórias dos processos de produção de subjetividades de mulheres negras que realizaram psicoterapia no Serviço de Psicologia na Periferia, a partir daquilo que marcou meu próprio corpo, e problematizar experiências possíveis de uma clínica política antirracista periférica. Como objetivos específicos: 1) mapear o estado da arte dos estudos sobre clínica antirracista no campo da Psicologia; 2) refletir sobre os processos de produção de subjetividade de uma psicóloga negra considerando sua prática no contexto político, social e econômico da comunidade e do país; 3) visibilizar e problematizar as estratégias de cuidado das mulheres negras periférica. O processo de escrita aqui enunciado traz dimensões ético-políticas de meu corpo no encontro com outras mulheres negras, de modo que no caminho metodológico aposto nas histórias que emergem das memórias de meu corpo - memórias escrevividas em atendimentos psicoterapêuticos. Movimento uma escrevivência nas brechas e possibilidades de uma clínica política antirracista periférica. Lanço-me num processo de escreviver experiências que marcaram meu corpo enquanto mulher negra psicóloga, ficcionando memórias de minha escuta clínica na periferia. Coloco em análise as diversas formas como o sofrimento é apresentado nos atendimentos e as perspectivas de cuidados em saúde mental dentro do território, a fim de compreender os processos de subjetividade que ocorrem na clínica política antirracista periférica. Esta, surge com o propósito de questionar e tensionar as possibilidades de atuação da escuta clínica no território. O campo da psicologia, por si só, não é suficiente para abordar as relações raciais, portanto é essencial estudar mergulhar por outros campos disciplinares, saborear intelectuai s negras e negros para a compreensão de nós mesmas, de nossa coletividade. Chego até aqui com a sensação de experimentar o direito de fala através da escrita e de definir minha própria identidade compreendendo a passagem de objeto a sujeito.In this study I write-live my encounter with black women in the Periphery Psychology Service, territorialized at the Rubem Berta neighborhood, in Porto Alegre/RS, Brazil, and, along the route, I raise some questions: what tools, what displacements, which twists does Pshychology needs to make in order to produce cracks and the ruin of the big house? How is it possible to operate a Psychology Service at the periphery? Or rather, more than knowing what it causes in the “big house”, what can the Periphery Psychology Service perform as action in my community? I have as general objectives, to build memories from the processes of production of subjectivities of black women who took psychotherapy at the Periphery Psychology Service, through that which marked my own body, and problematize possible experiences of an anti-racist peripherical political clinic. As especific objectives: 1) map the state of the art of the studies about anti-racist clinic in the Psychology field; 2) to reflect on the subjectivity production processes of a black psychologist considering it’s practice on the political, social and economic contexts of the community and the country; 3) visualize and problematize the caring strategies of the peripherical black women. The writing process stated here brings ethical-political dimensions from my own body as of the encounter with other black women, this way, in the methodological approach I bet on the stories that surface from the memories of my body – memories that are written lived on psychoterapeutical services. I move a writing-living on the loopholes and possibilities of an anti-racist peripherical political clinic. I launch myself in a process of writing-living experiences which marked my body as a psychologist black woman, fictionalizing memories of my clinical listening in the periphery. I put in analysis the many ways that the suffering is presented in the services and the perspectives of mental health caring inside the territory, in order to understand the subjectivity processes that happen at the anti-racist peripherical political clinic. This comes up with the purpose of questioning and tensioning the possibilities of action of the clinical listening on the territory. The psychology field, by itself, is not sufficient to approach the racial relations, therefore it is essential to dive through other disciplinary fields, to savor black intellectuals for the comprehention of ourselves, of our collectivity. I arrive here with the feeling of experiencing the right to speech through writing and of defining my own identity by understanding the passage from object to subject.application/pdfporRacismoPopulação negraMulher : PsicologiaServiços de saúde mentalÁreas de pobrezaSubjetividadePsicologia socialPsicoterapiaAnti-racist clinicAnti-racist psychologyRacismClínica política antirracista periférica : escuta e cuidado psicoterapêutico no território de pertencimentoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Psicologia, Serviço Social, Saúde e Comunicação HumanaPrograma de Pós-Graduação em Psicologia Social e InstitucionalPorto Alegre, BR-RS2024mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001206397.pdf.txt001206397.pdf.txtExtracted Texttext/plain115258http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/280711/2/001206397.pdf.txtdeb2c2e8aede6316b08edb1f612cacdaMD52ORIGINAL001206397.pdfTexto completoapplication/pdf715878http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/280711/1/001206397.pdf91b903d8266c3fff97d03a79ad5264f0MD5110183/2807112024-11-02 06:50:29.480412oai:www.lume.ufrgs.br:10183/280711Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-11-02T09:50:29Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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