Integração financeira, vulnerabilidade externa e crescimento econômico : evidências para economias emergentes e em desenvolvimento pós-1990
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/193358 |
Resumo: | A despeito das posições mais cautelosas que emergiram recentemente após a crise financeira global de 2007-2009 e pela própria ausência de evidências empíricas definitivas sobre os benefícios da integração financeira ao crescimento econômico ─ particularmente para as economias emergentes e em desenvolvimento (EEDs) ─, argumenta-se na literatura que tampouco há provas de que ela seja prejudicial, nem de que esteja diretamente associada a uma maior incidência de crises. Por consequência, permanece a orientação em direção ao aprofundamento da integração financeira, desde que observados certos pré-requisitos institucionais e de políticas. Alternativamente, esta tese parte da hipótese de que o que importa para o crescimento econômico deve-se muito menos ao grau quantitativo de integração ou abertura financeira per se, e muito mais ao perfil ou qualidade dessa integração. Posto isso, o objetivo desta tese é avaliar as implicações de distintos perfis de integração financeira das EEDs em termos de vulnerabilidade externa e crescimento econômico a partir dos anos 1990. Pretende-se esclarecer as seguintes questões principais: para além dos tradicionais pré-requisitos, os efeitos da integração financeira no crescimento econômico dependem de aspectos associados à vulnerabilidade externa e ao perfil de integração das EEDs? Choques externos de ordem financeira afetam o crescimento de longo prazo dessas economias, e esses efeitos são distintos conforme o perfil de integração? Em suma, a análise empírica evidenciou que, no período 1992-2016, se a maior integração financeira foi capaz de estimular o crescimento nas EEDs da amostra, mais do que pela existência de pré-requisitos institucionais e de políticas frequentemente apontados, esse estímulo foi condicionado pelo perfil de integração dessas economias. Ou seja, aquelas que conseguiram se integrar à economia global sob um perfil financeiro de maior qualidade (mais equilibrado) experimentaram algum estímulo ao crescimento, enquanto os efeitos da integração financeira foram prejudiciais para aquelas sob um perfil de menor qualidade (mais dependente e vulnerável). Nestas últimas, a trajetória de crescimento demonstrou ser relativamente mais afetada por choques financeiros externos, embora choques mais sistêmicos também tenham impactado as primeiras. De fato, os dados demonstram que as EEDs integradas sob um perfil mais equilibrado apresentaram, na média do período, maiores taxas de crescimento econômico e de investimento, menor volatilidade em ambas as taxas, além de menor volatilidade das taxas de câmbio e de juros, e menor taxa de juros real. |
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Peres, Samuel CostaCunha, Andre MoreiraLélis, Marcos Tadeu Caputi2019-04-24T02:34:17Z2019http://hdl.handle.net/10183/193358001092233A despeito das posições mais cautelosas que emergiram recentemente após a crise financeira global de 2007-2009 e pela própria ausência de evidências empíricas definitivas sobre os benefícios da integração financeira ao crescimento econômico ─ particularmente para as economias emergentes e em desenvolvimento (EEDs) ─, argumenta-se na literatura que tampouco há provas de que ela seja prejudicial, nem de que esteja diretamente associada a uma maior incidência de crises. Por consequência, permanece a orientação em direção ao aprofundamento da integração financeira, desde que observados certos pré-requisitos institucionais e de políticas. Alternativamente, esta tese parte da hipótese de que o que importa para o crescimento econômico deve-se muito menos ao grau quantitativo de integração ou abertura financeira per se, e muito mais ao perfil ou qualidade dessa integração. Posto isso, o objetivo desta tese é avaliar as implicações de distintos perfis de integração financeira das EEDs em termos de vulnerabilidade externa e crescimento econômico a partir dos anos 1990. Pretende-se esclarecer as seguintes questões principais: para além dos tradicionais pré-requisitos, os efeitos da integração financeira no crescimento econômico dependem de aspectos associados à vulnerabilidade externa e ao perfil de integração das EEDs? Choques externos de ordem financeira afetam o crescimento de longo prazo dessas economias, e esses efeitos são distintos conforme o perfil de integração? Em suma, a análise empírica evidenciou que, no período 1992-2016, se a maior integração financeira foi capaz de estimular o crescimento nas EEDs da amostra, mais do que pela existência de pré-requisitos institucionais e de políticas frequentemente apontados, esse estímulo foi condicionado pelo perfil de integração dessas economias. Ou seja, aquelas que conseguiram se integrar à economia global sob um perfil financeiro de maior qualidade (mais equilibrado) experimentaram algum estímulo ao crescimento, enquanto os efeitos da integração financeira foram prejudiciais para aquelas sob um perfil de menor qualidade (mais dependente e vulnerável). Nestas últimas, a trajetória de crescimento demonstrou ser relativamente mais afetada por choques financeiros externos, embora choques mais sistêmicos também tenham impactado as primeiras. De fato, os dados demonstram que as EEDs integradas sob um perfil mais equilibrado apresentaram, na média do período, maiores taxas de crescimento econômico e de investimento, menor volatilidade em ambas as taxas, além de menor volatilidade das taxas de câmbio e de juros, e menor taxa de juros real.Despite the more cautious positions that emerged recently after the 2007-2009 global financial crisis and the very lack of definitive empirical evidence on the benefits of the international financial integration to economic growth ─ particularly for the emerging and developing economies (EDEs) ─ it is also argued that there is no evidence that it is harmful, or that it is directly associated with a higher incidence of crises. As a consequence, the orientation towards the deepening of financial integration remains, subject to certain institutional and policy prerequisites. Alternatively, this thesis is based on the hypothesis that what matters for economic growth is much less the quantitative degree of financial integration or openness per se, and much more the profile or quality of this integration. That said, the aim of this thesis is to evaluate the implications of different financial integration profiles of EEDs in terms of external vulnerability and economic growth from the 1990s. It is intended to clarify the following main issues: in addition to the traditional prerequisites, the effects of financial integration on economic growth depend on aspects associated with external vulnerability and the integration profile of EEDs? Do external financial shocks affect the long-term growth of these economies, and are these effects different according to the integration profile? In sum, the empirical analysis showed that, in the period 1992-2016, if greater financial integration was able to stimulate growth in the EEDs of the sample, rather than through the institutional and policy prerequisites often pointed out, this stimulus was conditioned by the integration profile of these economies. In other words, those who have managed to integrate into the global economy on a higher quality financial profile (more balanced) experienced some stimulus to growth, while the effects of financial integration were detrimental to those with a lower quality profile (more dependent and vulnerable). In the latter, the growth trajectory proved to be relatively more affected by external financial shocks, although more systemic shocks have also impacted the former. In fact, the data show that the EEDs integrated under a more balanced profile presented, on the period average, higher rates of economic growth and investment, lower volatility in both rates, and lower volatility of exchange and interest rates, and lower real interest rate.application/pdfporCrescimento econômicoIntegração financeiraEconomia internacionalInternational financial integrationEmerging and developing economiesEconomic growthIntegração financeira, vulnerabilidade externa e crescimento econômico : evidências para economias emergentes e em desenvolvimento pós-1990info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de Ciências EconômicasPrograma de Pós-Graduação em EconomiaPorto Alegre, BR-RS2019doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001092233.pdf.txt001092233.pdf.txtExtracted Texttext/plain508086http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/193358/2/001092233.pdf.txtb81df0021b64b95fb8ff9eb2d4106b7fMD52ORIGINAL001092233.pdfTexto completoapplication/pdf3417956http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/193358/1/001092233.pdf907360b2aa6ce40e744e3c0bfd6d2094MD5110183/1933582019-04-25 02:36:57.667733oai:www.lume.ufrgs.br:10183/193358Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532019-04-25T05:36:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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