Subversões épicas : Gonçalo M. Tavares e os caminhos camonianos da sobrevivência

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bueno, Kim Amaral
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/170370
Resumo: Esta tese investiga a obra do autor português Gonçalo M. Tavares, Uma Viagem à Índia (2010), texto que encarna uma dupla possibilidade de leitura: a de uma narrativa versificada, (anti)épica; e, a de um conjunto de pequenos poemas líricos organizados pelo instrumento visual contido no final do livro. Tavares subverte a forma épica em um movimento que, ao mesmo tempo em que recorre ao modelo épico na origem da literatura, também nos remete a uma temporalidade pósmoderna, pós-figurativa e pós-representativa, num arranjo estético e temático bastante contemporâneo. A temática extraída deste corpus de investigação é a possibilidade de sobrevivência do modelo épico na literatura de viagem contemporânea. Tavares, ao estabelecer profunda intertextualidade com Os Lusíadas, joga com a forma híbrida e inacabada do romance, convertendo-o num longo poema narrativo, mas também numa lírica breve e numa extensa profusão aforística, mapeados ao final da obra por meio de uma interessante invenção paratática. Este instrumento visual “ilumina” a feitura textual épica fragmentada em lírica, garantindo a sua “sobrevivência”, conceito tomado de Georges Didi-Huberman em sua obra Sobrevivência dos vaga-lumes (2011). Tal subversão, ocorrida no interior da épica, forma poética seminal e grandiloquente – portanto, uma forma poética “maior” –, imputa-lhe um índice subversivo que a “minoriza”, isto é, torna-a uma “poética menor” no contemporâneo, movimento este semelhante ao teorizado por Deleuze & Guattari em Kafka por uma literatura menor (1975).
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