A esponja marinha Polymastia janeirensis como fonte de novos fármacos contra o câncer

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Junior, Mário Luiz Conte da Frota
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/13832
Resumo: Nos últimos anos, o ambiente marinho tem sido pesquisado para uma variedade de compostos com diferentes atividades biológicas. Entre todos os organismos marinhos, as esponjas representam uma das fontes mais promissoras de novas drogas contra o câncer. Embora o litoral brasileiro seja o segundo mais extenso depois da Austrália, existem poucos estudos com esponjas marinhas coletadas no Brasil objetivando a descoberta de novos fármacos. Nesse trabalho, nós investigamos os efeitos de diferentes extratos da esponja marinha Polymastia janeirensis na viabilidade de uma linhagem de glioma humano (U138MG). Além disso, avaliamos a seletividade do efeito, caracterizamos os mecanismos envolvidos no processo de morte celular e isolamos as frações ativas responsáveis pelas atividades encontradas. De uma maneira geral, um efeito antiproliferativo foi observado quando as células forma expostas aos extratos (aquoso e orgânico) da esponja. Entretanto, as doses mais altas (50 e 100 μg/ml) foram extremamente citotóxicas, inibindo mais de 80% a proliferação e a viabilidade celular. Além disso, uma morte celular por necrose foi observada com essas doses, enquanto uma morte celular por apoptose foi observada com a dose mais baixa (10 μg/ml). Nós também demonstramos que a rota apoptótica ativada em resposta aos extratos era a via intrínseca, e que a produção de radicais livres estava, pelo menos em parte, relacionada ao efeito bifásico (apoptose ou necrose) encontrado. Os resultados aqui apresentados demonstram a existência de uma seletividade do efeito citotóxico, uma vez que os extratos não induziram morte em culturas de astrócitos na dose em que foi observada morte por apoptose nos gliomas. Ademais, uma potente atividade apoptótica foi observada com o composto ativo isolado da esponja marinha alvo desse estudo. Os nossos resultados sugerem que a esponja marinha alvo desse estudo pode ser considerada uma boa fonte para o desenvolvimento de novas drogas contra o câncer.
id URGS_56648c3288ebf269ccc5b0daebb640a7
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/13832
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Junior, Mário Luiz Conte da FrotaMoreira, Jose Claudio FonsecaHenriques, Amelia Teresinha2008-09-06T04:11:52Z2008http://hdl.handle.net/10183/13832000655275Nos últimos anos, o ambiente marinho tem sido pesquisado para uma variedade de compostos com diferentes atividades biológicas. Entre todos os organismos marinhos, as esponjas representam uma das fontes mais promissoras de novas drogas contra o câncer. Embora o litoral brasileiro seja o segundo mais extenso depois da Austrália, existem poucos estudos com esponjas marinhas coletadas no Brasil objetivando a descoberta de novos fármacos. Nesse trabalho, nós investigamos os efeitos de diferentes extratos da esponja marinha Polymastia janeirensis na viabilidade de uma linhagem de glioma humano (U138MG). Além disso, avaliamos a seletividade do efeito, caracterizamos os mecanismos envolvidos no processo de morte celular e isolamos as frações ativas responsáveis pelas atividades encontradas. De uma maneira geral, um efeito antiproliferativo foi observado quando as células forma expostas aos extratos (aquoso e orgânico) da esponja. Entretanto, as doses mais altas (50 e 100 μg/ml) foram extremamente citotóxicas, inibindo mais de 80% a proliferação e a viabilidade celular. Além disso, uma morte celular por necrose foi observada com essas doses, enquanto uma morte celular por apoptose foi observada com a dose mais baixa (10 μg/ml). Nós também demonstramos que a rota apoptótica ativada em resposta aos extratos era a via intrínseca, e que a produção de radicais livres estava, pelo menos em parte, relacionada ao efeito bifásico (apoptose ou necrose) encontrado. Os resultados aqui apresentados demonstram a existência de uma seletividade do efeito citotóxico, uma vez que os extratos não induziram morte em culturas de astrócitos na dose em que foi observada morte por apoptose nos gliomas. Ademais, uma potente atividade apoptótica foi observada com o composto ativo isolado da esponja marinha alvo desse estudo. Os nossos resultados sugerem que a esponja marinha alvo desse estudo pode ser considerada uma boa fonte para o desenvolvimento de novas drogas contra o câncer.Over the last years, the marine environment has been screened for a variety of compounds with different biological activities. Among all marine organisms, sponges represent one of the most promising source of new drug leads for cancer. Although Brazil has the second most extensive coastline after Australia, there are just few reports in which the authors have screened Brazilian sponge extracts for biological activities. In this work, we examine the anti-proliferative effects of crude extracts of the marine sponge Polymastia janeirensis in the U138MG human glioma cell line. Moreover, we investigate the effects on selective cytotoxicity in the glioma cells in comparison with a normal, untransformed cell culture, as well as examine the apoptotic pathway activated in response to treatments with extracts of P. janeirensis. Yet, we performed a bioassayguided fractionation to found the active fractions in the extracts. Exposure of glioma cells to treatments resulted in cell number decrease with both aqueous and organic extracts. Moreover, sponge extracts reduced glioma cell viability. However, higher doses (50 e 100 μg/ml) induced a stronger cytotoxic effect when compared to the lower dose tested (10 μg/ml), inhibiting more than 80% of cellular growth and viability. Our results showed that sponge extracts caused necrosis in the glioma cell line at higher doses, while a high percentage of apoptotic glioma cells were observed at 10 μg/ml. We also demonstrated that marine sponge extracts induces oxidative cell death through a receptor-independent pathway under our assays condictions, and ROS productions may be related to the biphasic effect (apoptosis or necrosis) observed. Furthermore, our results suggested a selective cytotoxic effect on glioma cell line compared to a normal cell culture, since the effect on viability found in glioma cells was not observed in astrocyte cultures with the lower dose (10 μg/ml). Yet, a strong apoptotic activity was observed with the active fraction isolated from P. janeirensis. Our results suggest that this marine sponge may be considered a good source for new antiglioma metabolites.application/pdfporPolymastia janeirensisFarmacologiaGliomaCâncerA esponja marinha Polymastia janeirensis como fonte de novos fármacos contra o câncerinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Ciências Básicas da SaúdePrograma de Pós-Graduação em Ciências Biológicas: BioquímicaPorto Alegre, BR-RS2008doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000655275.pdf.txt000655275.pdf.txtExtracted Texttext/plain168657http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/13832/2/000655275.pdf.txt70320a94b6a3d1e1e662625632a9e557MD52ORIGINAL000655275.pdf000655275.pdfTexto completoapplication/pdf2393794http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/13832/1/000655275.pdf37781598e7dff8936ca6aad41ce953a2MD51THUMBNAIL000655275.pdf.jpg000655275.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1372http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/13832/3/000655275.pdf.jpgc2ec7a4e0e6d7975531d9a0d9cd3c9a4MD5310183/138322022-08-11 04:40:48.151093oai:www.lume.ufrgs.br:10183/13832Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-08-11T07:40:48Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A esponja marinha Polymastia janeirensis como fonte de novos fármacos contra o câncer
title A esponja marinha Polymastia janeirensis como fonte de novos fármacos contra o câncer
spellingShingle A esponja marinha Polymastia janeirensis como fonte de novos fármacos contra o câncer
Junior, Mário Luiz Conte da Frota
Polymastia janeirensis
Farmacologia
Glioma
Câncer
title_short A esponja marinha Polymastia janeirensis como fonte de novos fármacos contra o câncer
title_full A esponja marinha Polymastia janeirensis como fonte de novos fármacos contra o câncer
title_fullStr A esponja marinha Polymastia janeirensis como fonte de novos fármacos contra o câncer
title_full_unstemmed A esponja marinha Polymastia janeirensis como fonte de novos fármacos contra o câncer
title_sort A esponja marinha Polymastia janeirensis como fonte de novos fármacos contra o câncer
author Junior, Mário Luiz Conte da Frota
author_facet Junior, Mário Luiz Conte da Frota
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Junior, Mário Luiz Conte da Frota
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Moreira, Jose Claudio Fonseca
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Henriques, Amelia Teresinha
contributor_str_mv Moreira, Jose Claudio Fonseca
Henriques, Amelia Teresinha
dc.subject.por.fl_str_mv Polymastia janeirensis
Farmacologia
Glioma
Câncer
topic Polymastia janeirensis
Farmacologia
Glioma
Câncer
description Nos últimos anos, o ambiente marinho tem sido pesquisado para uma variedade de compostos com diferentes atividades biológicas. Entre todos os organismos marinhos, as esponjas representam uma das fontes mais promissoras de novas drogas contra o câncer. Embora o litoral brasileiro seja o segundo mais extenso depois da Austrália, existem poucos estudos com esponjas marinhas coletadas no Brasil objetivando a descoberta de novos fármacos. Nesse trabalho, nós investigamos os efeitos de diferentes extratos da esponja marinha Polymastia janeirensis na viabilidade de uma linhagem de glioma humano (U138MG). Além disso, avaliamos a seletividade do efeito, caracterizamos os mecanismos envolvidos no processo de morte celular e isolamos as frações ativas responsáveis pelas atividades encontradas. De uma maneira geral, um efeito antiproliferativo foi observado quando as células forma expostas aos extratos (aquoso e orgânico) da esponja. Entretanto, as doses mais altas (50 e 100 μg/ml) foram extremamente citotóxicas, inibindo mais de 80% a proliferação e a viabilidade celular. Além disso, uma morte celular por necrose foi observada com essas doses, enquanto uma morte celular por apoptose foi observada com a dose mais baixa (10 μg/ml). Nós também demonstramos que a rota apoptótica ativada em resposta aos extratos era a via intrínseca, e que a produção de radicais livres estava, pelo menos em parte, relacionada ao efeito bifásico (apoptose ou necrose) encontrado. Os resultados aqui apresentados demonstram a existência de uma seletividade do efeito citotóxico, uma vez que os extratos não induziram morte em culturas de astrócitos na dose em que foi observada morte por apoptose nos gliomas. Ademais, uma potente atividade apoptótica foi observada com o composto ativo isolado da esponja marinha alvo desse estudo. Os nossos resultados sugerem que a esponja marinha alvo desse estudo pode ser considerada uma boa fonte para o desenvolvimento de novas drogas contra o câncer.
publishDate 2008
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2008-09-06T04:11:52Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2008
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/13832
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000655275
url http://hdl.handle.net/10183/13832
identifier_str_mv 000655275
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/13832/2/000655275.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/13832/1/000655275.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/13832/3/000655275.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 70320a94b6a3d1e1e662625632a9e557
37781598e7dff8936ca6aad41ce953a2
c2ec7a4e0e6d7975531d9a0d9cd3c9a4
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1800308966159286272