O canto das enlutadas : canções de lamento em Andrômaca, Hécuba, e As troianas de Eurípides

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bisol, Luciano Heidrich
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/249013
Resumo: Após dez anos de conflito armado nas planícies de Troia, todos os homens troianos foram mortos e as mulheres, escravizadas. Esse é o ponto de partida de três peças teatrais de Eurípides (c. 480 - 406 a.C.) que examinamos de maneira independente. Andrômaca (c. 425 a.C.), provavelmente a única peça representada originalmente fora de Atenas, foi estigmatizada pela crítica como um drama secundário. Em Hécuba (c. 424 a.C.), assistimos à reação violenta de uma vítima que deixa de suportar a opressão. Enquanto em As Troianas (c. 415 a.C.) a rainha recém-destituída permanece em cena ao longo de toda a peça enquanto, a cada Episódio, é visitada pelas mulheres de sua corte que receberão uma a uma o seu quinhão. As três peças ilustram a escravização de mulheres em três diferentes momentos após a guerra de Troia. Todas elas recorrem ao canto solo ou antifonal para demonstrar seus estados emocionais. O presente trabalho se dedica a avaliar o papel da música em peças de teatro do século V a.C., considerando o diálogo entre uma série de canções localizadas em Andrômaca (EURÍPIDES, 1984), Hécuba (EURÍPIDES, 2010) e As Troianas (EURÍPIDES, 2018b) e a tradição religiosa de lamentos funerários ritualísticos. Observamos as canções no contexto da “nova música” aderida por Eurípides, caracterizada por seu mimetismo e efeminação. Assim, identificamos que, na obra do poeta, é a estreita relação entre a mulher e a morte que possibilita a representação do feminino em sua obra, elemento ficcional que será transpassado por elementos da nova música.
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