A política do cotidiano nas pornochanchadas : construções fílmicas de relações interpessoais durante a ditadura civil-militar brasileira

• Autor(a) principal: Almeida, Guilherme Fumeo
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/230829
• topic: Pornochanchada; Cinema brasileiro; Brazilian cinema; Civil military dictatorship; Pornochanchada; Everyday politics

Este trabalho tem como objetivo geral a constituição do conceito de política do cotidiano a partir da análise das pornochanchadas brasileiras, como um todo, e mais especificamente de sete filmes do gênero, a partir da sua construção dos aspectos políticos nas relações interpessoais cotidianas. São eles: Como é boa nossa empregada (Ismar Porto e Victor di Mello, 1973), As cangaceiras eróticas (Roberto Mauro, 1974), Bem dotado – o homem de Itu (José Miziara, 1978), Nos embalos de Ipanema (Antonio Calmon, 1978), A dama do lotação (Neville d´Almeida, 1978), Os sete gatinhos (Neville d´Almeida, 1980) e A noite das taras (David Cardoso, Ody Fraga e John Doo, 1980). Como principais referências teóricas, são utilizadas as discussões de autores como Abreu (2002), Simões (2007), Seligman (2000, 2003), Figueiredo (2017), Foucault (1979), Bourdieu (2009), Freyre (2006), Schwarcz (1998, 2019), Gonzalez (1984), Holanda (1995), Sennett (2014), Heller (2008), Lefebvre (1991), Gramsci (1999) e Williams (2005). A tese é constituída pela introdução e por outros quatro capítulos, além das considerações finais e de um apêndice. O processo de construção conceitual da política do cotidiano articula metodologicamente a discussão teórica e o objeto empírico. A construção conceitual da política do cotidiano e a fundamentação metodológica também são compostas por discussões da teoria do cinema e das artes visuais dedicadas ao papel estético do exercício do olhar. Como resultados de pesquisa, destaque para a capacidade de as pornochanchadas apresentarem de forma complexa a relação entre sexo e política no cotidiano dos brasileiros, conciliando, questionando e refletindo os costumes, a censura, os limites e os preconceitos da época em que estavam inseridas. A política do cotidiano que se consolida como resultado desta pesquisa, por sua vez, se apresenta enquanto um conceito sólido, com diversas especificidades e capaz de refletir de forma complexa sobre as potências políticas dos comportamentos dos indivíduos em seu cotidiano.