A história que queremos : ensino de história, protagonismo e passado prático nas redes sociais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Schlatter, Bruno Belloc Nunes
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/212975
Resumo: O trabalho parte de um questionamento sobre as razões para se estudar História no ensino fundamental. A partir de uma inquietação com a falta de sentido vista pelos estudantes nas aulas da disciplina, foi proposta uma oficina utilizando as redes sociais como forma de valorizar o seu protagonismo, partindo dos conteúdos trabalhados no currículo de História para que eles se apropriassem deles e os relacionassem aos seus questionamentos e às suas realidades pessoais. Para fundamentar a oficina, foi feita uma teorização a respeito do conceito de protagonismo, relacionado à noção de passado prático de Michael Oakeshott, na forma apropriada por Hayden White; a estes, soma-se ainda um pequeno debate a respeito dos temas sensíveis ou socialmente vivos em sala de aula, devido à percepção de como os estudantes, quando têm o seu protagonismo estimulado, gravitam espontaneamente para essas questões. A pesquisa foi realizada ao longo de 2019, com uma turma de nono ano da Rede Pública Municipal de Porto Alegre, que manteve por todo o ano uma página em uma rede social de amplo alcance, na qual faziam publicações periódicas de textos opinativos sugeridos pelo professor a partir dos conteúdos estudados em aula. Cinco trabalhos foram realizados durante o ano, sendo os quatro primeiros (sobre racismo, resistências, violência e revoluções) analisados mais superficialmente, e o último (sobre o nazifascismo) com maior profundidade, apoiando-se, além das próprias publicações dos estudantes, em uma sequência didática aprofundada que enfatizasse os temas fundamentais da dissertação, descrita em detalhes no terceiro capítulo da dissertação. Dos resultados obtidos, destaca-se a percepção da centralidade dos ditos temas sensíveis para o universo dos estudantes, que apareceram com frequência e com grande repercussão em diversos trabalhos, mesmo quando não explicitamente estimulados pelo professor. Além disso, percebeu-se um efeito bastante significativo no próprio engajamento dos estudantes na disciplina, que se mostraram mais interessados e envolvidos com os conteúdos a partir do uso da rede social.
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Para fundamentar a oficina, foi feita uma teorização a respeito do conceito de protagonismo, relacionado à noção de passado prático de Michael Oakeshott, na forma apropriada por Hayden White; a estes, soma-se ainda um pequeno debate a respeito dos temas sensíveis ou socialmente vivos em sala de aula, devido à percepção de como os estudantes, quando têm o seu protagonismo estimulado, gravitam espontaneamente para essas questões. A pesquisa foi realizada ao longo de 2019, com uma turma de nono ano da Rede Pública Municipal de Porto Alegre, que manteve por todo o ano uma página em uma rede social de amplo alcance, na qual faziam publicações periódicas de textos opinativos sugeridos pelo professor a partir dos conteúdos estudados em aula. Cinco trabalhos foram realizados durante o ano, sendo os quatro primeiros (sobre racismo, resistências, violência e revoluções) analisados mais superficialmente, e o último (sobre o nazifascismo) com maior profundidade, apoiando-se, além das próprias publicações dos estudantes, em uma sequência didática aprofundada que enfatizasse os temas fundamentais da dissertação, descrita em detalhes no terceiro capítulo da dissertação. Dos resultados obtidos, destaca-se a percepção da centralidade dos ditos temas sensíveis para o universo dos estudantes, que apareceram com frequência e com grande repercussão em diversos trabalhos, mesmo quando não explicitamente estimulados pelo professor. Além disso, percebeu-se um efeito bastante significativo no próprio engajamento dos estudantes na disciplina, que se mostraram mais interessados e envolvidos com os conteúdos a partir do uso da rede social.The dissertation starts with a question about the reasons for studying History in elementary school. Beginning with a concern about the lack of meaning seen by students in the discipline's classes, a workshop was proposed using social networks as a way to enhance their role, starting from the contents studied in the History curriculum so that they could appropriate and relate it to their questions and personal realities. To support the workshop, the concept of protagonism was debated, in relation to Michael Oakeshott's notion of practical past, in the way it was appropriated by Hayden White. There was also a debate made about sensitive or socially active themes in the classroom, due to the perception of how students, when their protagonism is stimulated, gravitate spontaneously towards these issues. The research was carried out throughout 2019, with a ninth-year class from a Porto Alegre public school, which maintained a page on a wide-ranging social network throughout the year, where they made periodic publications of opinionated texts suggested by the teacher. Five works were carried out throughout the year, the first four (on racism, resistance, violence and revolutions) being analyzed more superficially, and the last (on Nazi-fascism) with greater depth, supported, in addition to the publications of the students, also in an in-depth didactic sequence that emphasized the fundamental themes of the dissertation, described in detail in the third chapter. From the results obtained, the perception of the centrality of said sensitive themes for the students' universe stands out, which appeared frequently and with great repercussion in several works, even when not explicitly stimulated by the teacher. In addition, there was a very significant effect on the students' engagement in the discipline, who were more interested and involved with the content through the use of the social network.application/pdfporEnsino de históriaEnsino fundamentalRedes sociaisProtagonismoHistory teachingProtagonismPractical pastSensitive themesSocial networksA história que queremos : ensino de história, protagonismo e passado prático nas redes sociaisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em Ensino de HistóriaPorto Alegre, BR-RS2020mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001116327.pdf.txt001116327.pdf.txtExtracted Texttext/plain180996http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/212975/2/001116327.pdf.txt8406f0fd2bdc1738c838ddd368d307daMD52ORIGINAL001116327.pdfTexto completoapplication/pdf801889http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/212975/1/001116327.pdffe247ef5559c3a5766b249563b020f62MD5110183/2129752020-08-20 03:37:53.778863oai:www.lume.ufrgs.br:10183/212975Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532020-08-20T06:37:53Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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