Macrossomia no Brasil : tendências temporais e epidemiologia espacial

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Seligman, Luiz Carlos
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/12054
Resumo: Macrossomia fetal significa feto grande ou com sobrepeso, mais recentemente chamado de recém-nascido grande para idade gestacional. Diversos fatores afetam a distribuição do peso corporal fetal tais como a idade gestacional, tamanho materno, hereditariedade, estado socioeconômico, origem étnica entre tantos outros. Conseqüentemente, observa-se uma morbidade aumentada nesta situação. A tendência temporal da macrossomia foi avaliada em estudos realizados em outros países e mostrou aumento gradativo de sua prevalência, além de uma distribuição geográfica heterogênea. Objetivos: Avaliar a tendência temporal da macrossomia fetal em todo território brasileiro considerando fatores determinantes reconhecidamente responsáveis por interferirem no peso dos recém-nascidos. Mapear e identificar conglomerados de macrossomia fetal no território brasileiro e fatores espacialmente correlacionados.Para investigação da tendência temporal foram realizados levantamentos descritivos sobre 14.509.859 declarações de nascidos vivos do Sistema Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) de 26 Unidades da Federação mais o Distrito Federal. As estatísticas descritivas foram apresentas sob a forma de tabelas para freqüências absolutas e relativas, médias aritméticas e descrições geométricas através de gráficos. Dados de 2.858.627 declarações de nascidos vivos do Sistema Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) do ano de 2004 foram usados para realizar a parte da pesquisa sobre análise geográfica. A estatística espacial foi a metodologia utilizada para testar a presença de conglomerados e identificar sua localização aproximada. A contextualização geográfica espacial foi feita com o modelo Conditional Auto Regressive (CAR) sobre o mapa do Brasil desagregado em microrregiões. A prevalência geral da macrossomia entre 2000 e 2004 foi de 5,4%, iniciando com 6,0 % no ano 2000 e terminando com 5,1 % em 2004. A tendênciatemporal do percentual de macrossomia diminuiu ao longo dos anos, entretanto, o percentual de cesariana mostrou crescimento gradativo entre os estratos de peso de recém-nascidos. As demais variáveis estudadas foram percentuais de pós-termo, mãe adolescente, grau de instrução inferior, situação conjugal, cor da pele e consulta de prénatal infreqüente que mostraram redução gradativa a cada ano entre os estratos de peso dos recém-nascidos. Análises espaciais de 558 microrregiões brasileiras com os dados do SINASC de 2004 mostraram que o índice global de Moran do percentual de macrossomia fetal foi de 0,40. Foram identificados conglomerados de microrregiões com altos percentuais de macrossomia relacionadas com vizinhos de altos percentuais nas regiões norte-nordeste do país, entretanto os conglomerados de baixos percentuais foram encontrados nas regiões sul-sudeste. O modelo final da regressão comprovou a presença de dependência espacial do percentual de macrossomia com as variáveis percentuais de cesariana e grau de instrução inferior mantidas no modelo. A estratégia de especificação clássica foi usada para seleção do modelo final, indicando o modelo de erro espacial para verificação da autocorrelação espacial nos termos de erros. Conclusão: A tendência temporal da macrossomia no Brasil está em declínio, acompanhando tendências favoráveis em vários indicadores de saúde materno-infantil. No entanto, houve aumento de 10% no percentual de cesariana e de 6% no percentual de microssomia no período estudado. Conglomerados geográficos de macrossomia com dependência espacial foram caracterizados nas microrregiões brasileiras com percentuais de cesarianas e grau de instrução inferior contribuindo de forma significativa para este relacionamento espacial.
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Mapear e identificar conglomerados de macrossomia fetal no território brasileiro e fatores espacialmente correlacionados.Para investigação da tendência temporal foram realizados levantamentos descritivos sobre 14.509.859 declarações de nascidos vivos do Sistema Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) de 26 Unidades da Federação mais o Distrito Federal. As estatísticas descritivas foram apresentas sob a forma de tabelas para freqüências absolutas e relativas, médias aritméticas e descrições geométricas através de gráficos. Dados de 2.858.627 declarações de nascidos vivos do Sistema Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) do ano de 2004 foram usados para realizar a parte da pesquisa sobre análise geográfica. A estatística espacial foi a metodologia utilizada para testar a presença de conglomerados e identificar sua localização aproximada. A contextualização geográfica espacial foi feita com o modelo Conditional Auto Regressive (CAR) sobre o mapa do Brasil desagregado em microrregiões. A prevalência geral da macrossomia entre 2000 e 2004 foi de 5,4%, iniciando com 6,0 % no ano 2000 e terminando com 5,1 % em 2004. A tendênciatemporal do percentual de macrossomia diminuiu ao longo dos anos, entretanto, o percentual de cesariana mostrou crescimento gradativo entre os estratos de peso de recém-nascidos. As demais variáveis estudadas foram percentuais de pós-termo, mãe adolescente, grau de instrução inferior, situação conjugal, cor da pele e consulta de prénatal infreqüente que mostraram redução gradativa a cada ano entre os estratos de peso dos recém-nascidos. Análises espaciais de 558 microrregiões brasileiras com os dados do SINASC de 2004 mostraram que o índice global de Moran do percentual de macrossomia fetal foi de 0,40. Foram identificados conglomerados de microrregiões com altos percentuais de macrossomia relacionadas com vizinhos de altos percentuais nas regiões norte-nordeste do país, entretanto os conglomerados de baixos percentuais foram encontrados nas regiões sul-sudeste. O modelo final da regressão comprovou a presença de dependência espacial do percentual de macrossomia com as variáveis percentuais de cesariana e grau de instrução inferior mantidas no modelo. A estratégia de especificação clássica foi usada para seleção do modelo final, indicando o modelo de erro espacial para verificação da autocorrelação espacial nos termos de erros. Conclusão: A tendência temporal da macrossomia no Brasil está em declínio, acompanhando tendências favoráveis em vários indicadores de saúde materno-infantil. No entanto, houve aumento de 10% no percentual de cesariana e de 6% no percentual de microssomia no período estudado. Conglomerados geográficos de macrossomia com dependência espacial foram caracterizados nas microrregiões brasileiras com percentuais de cesarianas e grau de instrução inferior contribuindo de forma significativa para este relacionamento espacial.Fetal macrosomia means large or overweight fetus, more recently called large for gestational age. The birth weight is affected by many conditions such as gestational age, maternal size, hereditary factors, socioeconomic status, and ethnicity among others. Consequently, an increased morbidity is observed in this situation. The macrosomia temporal trend was investigated in studies conducted in other countries and showed gradual increased prevalence with a heterogeneous geographic distribution. Objectives: To evaluate the temporal trends of fetal macrosomia in the Brazilian territory considering the well known determinants that affect birth weight. To map and identify clusters of macrosomia in the Brazilian territory and its spatial correlation factors. Methods: Descriptive data of 14.509.859 birth registries were collected in the Brazilian Live Births Information System from 26 states and the Federal District. Statistics were shown in tables for absolute and relative frequencies, arithmetic means and graphics for geometric descriptions. Data of 2.858.627 birth registries from 2004 were used for the geographic analysis. Spatial statistics methodology was used to identify the clusters and their approximate location. The geographic contextualization was performed with Conditional Auto Regressive (CAR) model over disaggregated map of Brazilian microregions. Macrosomia overall prevalence was 5.4% starting with 6.0% in 2000 and finishing with 5.1% in 2004. The temporal trends of macrossomia percentage decreased during the study period, however, the cesarean percentage increased gradually over the birth weight stratus. The reminded studied variables, post-term delivery percentage, adolescent pregnancy, less than a full elementary education, married status, skim color and infrequent pre-natal care visits shown annual reduction over the birth weightstratus. SINASC 2004 spatial analysis of 558 Brazilian micro regions displayed macrosomia Moran’s I percentage of 0.40. Clusters of high percentage macrosomia micro-regions related to high percentage neighbors were identified in the northnortheast regions of the country, although clusters with low percentage were located in the south-southeast regions. The final regression model showed spatial dependence of macrosomia percentage maintaining cesarean and education variables in the model. The spatial error model was indicated to test the spatial autocorrelation in the terms of error in the final model using the classical specification strategy.The Brazilian macrosomia temporal trend is decreasing accompanied by favorable tendencies in nearly all maternal-infant health indicators, but an increase of 10% in the cesarean percentage and of 6% in microsomia was observed during the study period. Geographic macrosomia clusters with spatial dependence were characterized in the Brazilian micro regions with percentages of cesarean and less than a full elementary education significantly affecting this spatial relationship.application/pdfporMacrossomia fetalEpidemiologiaMacrosomiaTrendsBirth weightSpatial analysisClustersMacrossomia no Brasil : tendências temporais e epidemiologia espacialinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em EpidemiologiaPorto Alegre, BR-RS2007doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000619845.pdf000619845.pdfTexto completoapplication/pdf830830http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/12054/1/000619845.pdfdb454a9e566a3dc86deee846dc4bb8b9MD51TEXT000619845.pdf.txt000619845.pdf.txtExtracted Texttext/plain176030http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/12054/2/000619845.pdf.txt6e1587cdda63609add99e36c22baf2c0MD52THUMBNAIL000619845.pdf.jpg000619845.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1082http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/12054/3/000619845.pdf.jpgd3a4de43883448f144c61d85e316d492MD5310183/120542018-10-15 08:54:20.552oai:www.lume.ufrgs.br:10183/12054Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-15T11:54:20Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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