Caracterização de isolados do complexo Sporothrisc schenckii provenientes de diferentes estados brasileiros

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Stopiglia, Cheila Denise Ottonelli
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/143492
Resumo: O complexo Sporothrix schenckii reúne espécies etiologicamente relacionadas à esporotricose, uma micose que pode acometer seres humanos e animais. Foi realizada a identificação fenotípica e molecular de 85 isolados provenientes de quatro estados brasileiros (Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo). Foram pesquisadas a produção de enzimas, o perfil de inibição por leveduras killer, a suscetibilidade aos antifúngicos comerciais e aos extratos de plantas. Os isolados foram identificados como S. schenckii, S. brasiliensis e S. globosa, com predomínio de S. schenckii. Houve discordância de 37,7% entre a identificação das espécies do complexo S. schenckii utilizando metodologias fenotípicas e genotípicas. Entre os antifúngicos testados, a terbinafina foi o fármaco mais ativo; seguido por cetoconazol e itraconazol, enquanto fluconazol e voriconazol foram os menos ativos. Cinco isolados fúngicos foram detectados como resistentes ao itraconazol, sendo um S. globosa e quatro S. schenckii. Não houve diferença nos perfis de suscetibilidade aos antifúngicos entre as espécies do complexo Sporothrix schenckii. Entre os extratos de origem vegetal, o mais ativo foi o proveniente de Pterocaulon polystachyum, mostrando que o uso popular das plantas reforça a importância de pesquisas etnofarmacológicas, abrindo a possibilidade de encontrar novos agentes antifúngicos clinicamente eficazes. Doze das 18 leveduras killer avaliadas apresentaram atividade frente a todos os isolados do complexo S. schenckii estudados. No entanto, não houve diferença na suscetibilidade as toxinas entre as espécies de Sporothrix. Todos os isolados produziram desoxiribonuclease, urease e proteinase. Atividade fosfolipase e esterase foi detectada em 83 (97,6%) e 80 (94,1%), respectivamente, dos isolados testados. Todas as amostras do complexo S. schenckii produziram, pelo menos, quatro das enzimas avaliadas, e 78 (91,8%) dos isolados produziram todas as enzimas analisadas no estudo. No entanto, não foi possível diferenciar as espécies de Sporothrix baseado no perfil enzimático. Entre as enzimas extracelulares avaliadas nos isolados do complexo S. schenckii, desoxiribonuclease e esterase foram produzidas em maior quantidade, podendo vir a ser um fator de virulência. Além disso, o caldo Sabouraud dextrose mostrou potencial para ser usado na avaliação in vitro da atividade antifúngica frente ao complexo S. schenckii.
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Entre os antifúngicos testados, a terbinafina foi o fármaco mais ativo; seguido por cetoconazol e itraconazol, enquanto fluconazol e voriconazol foram os menos ativos. Cinco isolados fúngicos foram detectados como resistentes ao itraconazol, sendo um S. globosa e quatro S. schenckii. Não houve diferença nos perfis de suscetibilidade aos antifúngicos entre as espécies do complexo Sporothrix schenckii. Entre os extratos de origem vegetal, o mais ativo foi o proveniente de Pterocaulon polystachyum, mostrando que o uso popular das plantas reforça a importância de pesquisas etnofarmacológicas, abrindo a possibilidade de encontrar novos agentes antifúngicos clinicamente eficazes. Doze das 18 leveduras killer avaliadas apresentaram atividade frente a todos os isolados do complexo S. schenckii estudados. No entanto, não houve diferença na suscetibilidade as toxinas entre as espécies de Sporothrix. Todos os isolados produziram desoxiribonuclease, urease e proteinase. Atividade fosfolipase e esterase foi detectada em 83 (97,6%) e 80 (94,1%), respectivamente, dos isolados testados. Todas as amostras do complexo S. schenckii produziram, pelo menos, quatro das enzimas avaliadas, e 78 (91,8%) dos isolados produziram todas as enzimas analisadas no estudo. No entanto, não foi possível diferenciar as espécies de Sporothrix baseado no perfil enzimático. Entre as enzimas extracelulares avaliadas nos isolados do complexo S. schenckii, desoxiribonuclease e esterase foram produzidas em maior quantidade, podendo vir a ser um fator de virulência. Além disso, o caldo Sabouraud dextrose mostrou potencial para ser usado na avaliação in vitro da atividade antifúngica frente ao complexo S. schenckii.The Sporothrix schenckii complex combines species etiologically related to sporotrichosis, a mycosis which can affect humans and animals. The phenotypic and genotypic identification of 85 strains from four Brazilian States (Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul and São Paulo) was performed. The enzymatic production, profile of inhibition by killer yeasts, susceptibility to marketed antifungal and to plant extracts were surveyed. The isolates were identified as S. schenckii, S. brasiliensis and S. globosa, with the predominance of S. schenckii. There was 37.7% disagreement regarding the species classification using phenotypic and genotypic methodologies. Among the tested antifungals, terbinafine was the most active drug, followed by ketoconazole and itraconazole, while fluconazole and voriconazole were the least active ones. Five isolates - one S. globosa and four S. schenckii - were resistent to itraconazole. There was no difference as to the profiles of the susceptibility to the antifungal agents among the Sporothrix species. The most active vegetal extract was from Pterocaulon polystachyum, showing that the popular use of these plants reinforces the importance of ethnopharmacological researches, with the possibility of finding new clinically effective antifungal agents. Twelve out of the 18 evaluated killer yeasts showed activity against all the tested strains of the S. schenckii complex. However, there was no difference in susceptibility to the toxins among the Sporothrix species complex. All the isolates were desoxiribonuclease, urease and proteinase positive. Phospholipase and esterase activities were detected in 83 (97.6%) and 80 (94.1%), respectively, among the isolates evaluated. All the S. schenckii complex strains produced at least four of the evaluated enzymes, and 78 (91.8%) of the isolates produced all the enzymes analyzed in the study. However, it is not possible to differentiate the Sporothrix species based on their enzymatic profile. Among the extracellular enzymes evaluated in the S. schenckii complex isolates, desoxiribonuclease and esterase were the most prominent ones, and their production may be a virulence factor. Furthermore, the Sabouraud dextrose broth showed potential to be used in the in vitro evaluation of the antifungal activity against the S. schenckii complex.application/pdfporEsporotricoseFarmacorresistência fúngicaSão Paulo (Estado)Minas GeraisRio de Janeiro (Estado)Rio Grande do SulSporothrix schenckii complexIn vitro antifungal activityPterocaulonEnzymatic activityKiller yeastsMolecular identificationS. globosaS. brasiliensisCaracterização de isolados do complexo Sporothrisc schenckii provenientes de diferentes estados brasileirosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Medicina: Ciências MédicasPorto Alegre, BR-RS2013doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000880682.pdf000880682.pdfTexto completoapplication/pdf1498239http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/143492/1/000880682.pdfa52950dbd21afb493b91713cff4f5262MD51TEXT000880682.pdf.txt000880682.pdf.txtExtracted Texttext/plain285348http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/143492/2/000880682.pdf.txtb37cc84b8dc2f02fbd8365cecb292f11MD52THUMBNAIL000880682.pdf.jpg000880682.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1142http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/143492/3/000880682.pdf.jpg0dff47bc9a650b14f5bad5908cc14d18MD5310183/1434922023-06-23 03:33:07.943471oai:www.lume.ufrgs.br:10183/143492Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-06-23T06:33:07Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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