Fatores associados com a continuidade do aleitamento materno por 12 meses ou mais entre mulheres trabalhadoras do Hospital de Clínicas de Porto Alegre
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/202546 |
Resumo: | Introdução: O trabalho materno tem sido associado ao desmame precoce. No entanto, esse tema tem sido pouco explorado, sobretudo no Brasil, onde pouco se conhece sobre as facilidades e dificuldades enfrentadas pelas mulheres para manter a amamentação após o retorno ao trabalho. Essa lacuna do conhecimentomotivou a realização deste estudo. Objetivo: identificar fatores associados com a continuidadedo aleitamento materno (AM)após o retorno da mulher ao trabalho, com ênfase nos fatores relacionados ao local de trabalho. Metodologia: foi conduzido um estudo transversal com trabalhadoras do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA)com filhos biológicos não gemelares, sem doenças que afetassem o AM e com idade entre 12 e 36 meses de vida, e que tivessem amamentando quando do retorno ao trabalho. Participaram do estudo 251 mulheres, entrevistadas entre junho de 2016 e julho de 2017 nas dependências do HCPA. O grau de associação entre o desfecho - definido como continuidade do AM por 12 meses ou mais - e as variáveis de exposição foi estimado pela razão de prevalência ajustada (RPa) obtida com a utilização de um modelo hierárquico de regressão multivariável de Poisson. Resultados:de todos os fatores relacionados ao trabalho materno, apenas “trabalhar somente durante o dia” apresentou associação positiva com o desfecho (RPa 1,37; IC95% 1,05-1,77). Outros fatores não relacionados diretamente com o trabalho da mulher mostraram associação positiva com o desfecho: mães sem curso superior (RPa 1,23; IC95% 1,02-1,48); mães com experiência prévia de amamentação superior a 12 meses (RPa 1,32; IC95% 1.07-1,63); criança não estar recebendo outro leite quando a mãe retornou ao trabalho (RPa 1,36 IC95% 1,06-1,74); e criança não ter usado chupeta (RPa 129; IC95% 1,07-1,54). Por outro lado, maior idade da mãe (3% por cada ano a mais), maior idade gestacional no parto (7% por cada semana a mais), apoio do cuidador da criança (RPa 0,77; IC95% 0,61-0,97) e apoio profissional na amamentação (RPa 0,78; IC95% 0,64-0,94) associaram-se negativamente com o desfecho. Apenas 25% das entrevistadas referiram ter recebido orientações da instituição sobre o retorno ao trabalho na sua condição de lactante. Foi grande a desinformação das mulheres quanto a alguns aspectos que poderiam auxiliar na manutenção do AM após o retorno ao trabalho: 29%desconheciam a existência de banco de leite nainstituição;74% não sabiam que podiam contar com uma consultora em lactação;e 10% sequer sabiam da possibilidade de redução de jornada de trabalho de 1 hora por dia até a criança completar 1 ano. Conclusão:fatores individuais e outros não relacionados diretamente ao trabalho materno tiveram maior participação na continuidade da amamentação por 12 meses ou mais nas mulheres trabalhadoras do hospital estudado do que fatores relacionados ao trabalho. |
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Mendes, Michele SaraivaGiugliani, Elsa Regina Justo2019-12-17T04:01:35Z2019http://hdl.handle.net/10183/202546001100830Introdução: O trabalho materno tem sido associado ao desmame precoce. No entanto, esse tema tem sido pouco explorado, sobretudo no Brasil, onde pouco se conhece sobre as facilidades e dificuldades enfrentadas pelas mulheres para manter a amamentação após o retorno ao trabalho. Essa lacuna do conhecimentomotivou a realização deste estudo. Objetivo: identificar fatores associados com a continuidadedo aleitamento materno (AM)após o retorno da mulher ao trabalho, com ênfase nos fatores relacionados ao local de trabalho. Metodologia: foi conduzido um estudo transversal com trabalhadoras do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA)com filhos biológicos não gemelares, sem doenças que afetassem o AM e com idade entre 12 e 36 meses de vida, e que tivessem amamentando quando do retorno ao trabalho. Participaram do estudo 251 mulheres, entrevistadas entre junho de 2016 e julho de 2017 nas dependências do HCPA. O grau de associação entre o desfecho - definido como continuidade do AM por 12 meses ou mais - e as variáveis de exposição foi estimado pela razão de prevalência ajustada (RPa) obtida com a utilização de um modelo hierárquico de regressão multivariável de Poisson. Resultados:de todos os fatores relacionados ao trabalho materno, apenas “trabalhar somente durante o dia” apresentou associação positiva com o desfecho (RPa 1,37; IC95% 1,05-1,77). Outros fatores não relacionados diretamente com o trabalho da mulher mostraram associação positiva com o desfecho: mães sem curso superior (RPa 1,23; IC95% 1,02-1,48); mães com experiência prévia de amamentação superior a 12 meses (RPa 1,32; IC95% 1.07-1,63); criança não estar recebendo outro leite quando a mãe retornou ao trabalho (RPa 1,36 IC95% 1,06-1,74); e criança não ter usado chupeta (RPa 129; IC95% 1,07-1,54). Por outro lado, maior idade da mãe (3% por cada ano a mais), maior idade gestacional no parto (7% por cada semana a mais), apoio do cuidador da criança (RPa 0,77; IC95% 0,61-0,97) e apoio profissional na amamentação (RPa 0,78; IC95% 0,64-0,94) associaram-se negativamente com o desfecho. Apenas 25% das entrevistadas referiram ter recebido orientações da instituição sobre o retorno ao trabalho na sua condição de lactante. Foi grande a desinformação das mulheres quanto a alguns aspectos que poderiam auxiliar na manutenção do AM após o retorno ao trabalho: 29%desconheciam a existência de banco de leite nainstituição;74% não sabiam que podiam contar com uma consultora em lactação;e 10% sequer sabiam da possibilidade de redução de jornada de trabalho de 1 hora por dia até a criança completar 1 ano. Conclusão:fatores individuais e outros não relacionados diretamente ao trabalho materno tiveram maior participação na continuidade da amamentação por 12 meses ou mais nas mulheres trabalhadoras do hospital estudado do que fatores relacionados ao trabalho.Introduction:Maternal work has been associated to early weaning. However, this theme has been little explored, especially in Brazil.However, there are few studies addressing this issue, mainly in Brazil, where little is known on the facilities and difficulties faced by women workers to maintain breastfeeding (BF)after returning to work.Objective:to identify factors associated with the continuity of breastfeeding after woman return to work, emphasizing the factors related to the workplace.Methodology: A cross-sectional study was conducted with workers ofthe Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), with non-twin biological children without diseases that affected breastfeedingand aged between 12 and 36 months and that had breastfed after returning to work. The study involved 251women, interviewed between June 2016 and July 2017, at the HCPA premises. The association degree between the outcome,defined as continuity of BF for 12 months or more, and the exposure variables were estimated by the adjusted prevalence ratio (PRa) obtained with the use of a hierarchical model of multivariable Poisson regression.Results:Of all factors related to maternal work, only “working during the day” was positively associated with the outcome (PRa 1.37; CI95% 1.05-1.77). Other factors not directly related to woman’s work showed a positive association with the outcome: mothers with no university degree (PRa 1.23; CI95% 1.02-1,.48); mothers with previous BF experience of more than 12 months (PRa1.32; IC95% 1.07-1.63); child not to receive another milk when the mother returned to work(PRa 1.36 CI95% 1.06-1.74); and child not to make use of pacifier(PRa 129; IC95% 1.07-1.54). On the other hand, older age of the mother (3% for each additional year of age), older gestational age at birth (7% for each additional week), support from the child’s caregiver (PRa 0.77; IC95% 0.61-0.97) and professional support in BF (PRa 0.78; IC95% 0.64-0.94) were negatively associated with the outcome. Only 25% of the interviewees referred having received guidance from the institution on their return to work as a nursing mother.Women’s misinformation about some aspects, which could help maintain BF after returning to work was great: 29% did not know the existence of a milk bank in the institution; 74% did not know they have a lactation consultant; and 10% did not even know of the possibility of reducing the workday from 1 hour per day until the child completes 1 year. Conclusion: individual factors and others not directly related to maternal work had greater participation in the continuity of breastfeeding for 12 months or more in working women of the studied hospital than the factors related to work.application/pdfporHospital de Clínicas de Porto AlegreAleitamento maternoEstudo observacionalTrabalhoBreastfeedingEmploymentObservational studyFatores associados com a continuidade do aleitamento materno por 12 meses ou mais entre mulheres trabalhadoras do Hospital de Clínicas de Porto Alegreinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do AdolescentePorto Alegre, BR-RS2019mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001100830.pdf.txt001100830.pdf.txtExtracted Texttext/plain128582http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/202546/2/001100830.pdf.txtfe2301fda1f28a5d049e6802af408b4cMD52ORIGINAL001100830.pdfTexto completoapplication/pdf1134264http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/202546/1/001100830.pdf5e18204380782985d4514dcfc1a949cfMD5110183/2025462022-09-02 05:00:35.998013oai:www.lume.ufrgs.br:10183/202546Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-09-02T08:00:35Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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