Ambiente da prática profissional da equipe de enfermagem em unidades de internação : implicações na qualidade do cuidado e segurança do paciente

• Autor(a) principal: Cunha, Debora Rosilei Miquini de Freitas
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/219716
• topic: Ambiente de instituições de saúde; Segurança do paciente; Qualidade da assistência à saúde; Pesquisa em administração de enfermagem; Health facility environment; Patient safety; Quality of health care; Nursing administration research

As características dos ambientes da prática de enfermagem têm sido estudadas a fim de uma melhor compreensão dos aspectos que podem favorecer ou restringir o exercício profissional. Os ambientes considerados favoráveis à prática profissional podem contribuir para a qualidade e segurança do paciente. Este estudo teve por objetivos avaliar o ambiente da prática profissional da equipe de enfermagem de unidades de internação clínica e cirúrgica adulto, descrevendo a percepção da equipe em relação ao seu ambiente de trabalho no que diz respeito à segurança do paciente, à qualidade do cuidado, à satisfação com o trabalho e à intenção de deixar o emprego, bem como verificar as relações entre os domínios do instrumento B-NWI-R e as variáveis demográficas da equipe de enfermagem, identificando o número de pacientes atribuídos por profissional da enfermagem em seu turno de trabalho. A coleta de dados foi mediante a aplicação versão brasileira resumida do Nursing Work Index – Revised para enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem, no período de agosto a dezembro de 2018. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e analítica. Compuseram a amostra 142 profissionais, sendo 56 (39,4%) enfermeiros e 86 (60,6%) auxiliares e técnicos de enfermagem. Os achados do presente estudo demostram que a equipe de enfermagem percebe como favorável o seu ambiente de prática profissional evidenciando escores positivos (menores de 2,5, segundo ponto de corte da escala) para os quatro domínios do instrumento – autonomia (1,82 ± 0,54), controle sobre o ambiente (1,96 ± 0,50), boas relações médico/enfermeiro/equipe de enfermagem (2,05 ± 0,62) e suporte organizacional (1,91 ± 0,49). Apresentou elevada percepção de qualidade do cuidado, segurança do paciente e satisfação no trabalho, com medianas de oito a nove pontos, além de baixa intenção de deixar o emprego (md =1). Após o ajuste pelo modelo multivariado, os dados confirmam que a percepção de segurança do paciente está relacionada com um ambiente favorável. Para os domínios de autonomia, controle, suporte organizacional e escore total, os trabalhadores do turno da manhã apresentaram percepção menos favorável para o ambiente de prática, quando comparado ao trabalho no turno da tarde. O turno da noite também mostrou-se fator de risco para os domínios controle e escore total. Conclui-se que o ambiente da prática na amostra estuda mostra-se favorável, segundo a percepção dos profissionais de enfermagem. No entanto, identificou-se algumas possibilidades de reflexão e pontos de melhoria que poderiam contribuir para um ambiente mais favorável, saudável e seguro para os pacientes e profissionais de enfermagem. Ressalta-se a importância de novos estudos acerca dessa temática, principalmente com dados mais amplos relacionados não só a equipe de enfermeiros, mas também sobre a equipe de auxiliares e técnicos de enfermagem, visto que no Brasil a enfermagem é composta por mais de uma categoria profissional.