Trajetórias de construção da agroecologia : sistemas agroflorestais, cooperação e reciprocidade e resistência em Vacaria, RS

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Guilherme Duarte Figueiredo de
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/231879
Resumo: A presente pesquisa busca compreender as contribuições das relações sociais entre agricultores do município de Vacaria, Rio Grande do Sul, para a construção da Agroecologia na região. Tem como foco de análise, quatro casos de agricultores membros de uma Associação que identificam nos Sistemas Agroflorestais (SAF’s) uma estratégia de resistência ao paradigma agrícola hegemônico no município, alicerçado no modelo proposto pela Revolução Verde. Para empreender tal esforço, parte-se das contribuições da Perspectiva Orientada ao Ator (POA) e da Teoria da Reciprocidade. Buscou-se compreender a centralidade da noção de agência proposta pela primeira, e as contribuições do surgimento de um valor humano, produto de relações recíprocas, como elemento de construção de significado e atribuição de sentido aos projetos de vida dos atores sociais envolvidos. Identificaram-se os principais espaços de fortalecimento da prática agroflorestal e da Agroecologia no qual os atores estão inseridos, levando em conta também a importância de outros atores no processo de promover e catalisar a organização social dos agricultores em seu processo de transição agroecológica. A reconstrução das quatro trajetórias de vida dos interlocutores, o entendimento dos espaços que frequentam e a compreensão do surgimento de valores éticos oriundos das relações de reciprocidade, permitem afirmar se tratar de um caso no qual os atores exercem suas capacidades de perceber o mundo ao seu redor e agir sobre ele. Dessa forma, articulam estratégias de resistência que os permitam, coletivamente, avançar em direção a seus projetos de vida. Conclui-se que, ao cooperar, os atores dão origem a uma forma de organização social que se propõe a superar as dificuldades estruturais observadas no município. Como produto de tal processo, atingem não apenas vantagens materiais como acesso a equipamentos, certificação, assistência técnica e insumos, mas também constroem uma identidade coletiva pautada em elementos subjetivos como amizade, confiança e afeto, contribuindo para o fortalecimento da dimensão social da Agroecologia. Os Sistemas Agroflorestais, por fim, reificam a resistência à Revolução Verde e aparecem enquanto alternativa técnica e produtiva para uma outra forma de se praticar a agricultura no município e região e que, com suas características próprias, detém o potencial de ampliar a rede de atores em cooperação e, consequentemente, fortalecer a construção social da Agroecologia.
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Buscou-se compreender a centralidade da noção de agência proposta pela primeira, e as contribuições do surgimento de um valor humano, produto de relações recíprocas, como elemento de construção de significado e atribuição de sentido aos projetos de vida dos atores sociais envolvidos. Identificaram-se os principais espaços de fortalecimento da prática agroflorestal e da Agroecologia no qual os atores estão inseridos, levando em conta também a importância de outros atores no processo de promover e catalisar a organização social dos agricultores em seu processo de transição agroecológica. A reconstrução das quatro trajetórias de vida dos interlocutores, o entendimento dos espaços que frequentam e a compreensão do surgimento de valores éticos oriundos das relações de reciprocidade, permitem afirmar se tratar de um caso no qual os atores exercem suas capacidades de perceber o mundo ao seu redor e agir sobre ele. Dessa forma, articulam estratégias de resistência que os permitam, coletivamente, avançar em direção a seus projetos de vida. Conclui-se que, ao cooperar, os atores dão origem a uma forma de organização social que se propõe a superar as dificuldades estruturais observadas no município. Como produto de tal processo, atingem não apenas vantagens materiais como acesso a equipamentos, certificação, assistência técnica e insumos, mas também constroem uma identidade coletiva pautada em elementos subjetivos como amizade, confiança e afeto, contribuindo para o fortalecimento da dimensão social da Agroecologia. Os Sistemas Agroflorestais, por fim, reificam a resistência à Revolução Verde e aparecem enquanto alternativa técnica e produtiva para uma outra forma de se praticar a agricultura no município e região e que, com suas características próprias, detém o potencial de ampliar a rede de atores em cooperação e, consequentemente, fortalecer a construção social da Agroecologia.La presente investigación busca comprender las contribuciones de las relaciones sociales entre agricultores de la municipalidad de Vacaria, Rio Grande do Sul, para la construcción de la Agroecología en la región. Tiene como enfoque de análisis cuatro agricultores parte de una Asociación que identifican, en los Sistemas Agroforestales (SAF’s) una estratégia de resistencia al paradigma agrícola hegemónico en la región, sostenido en el modelo propuesto por la Revolución Verde. Para lograr tal esfuerzo, se parte de las contribuciones de la Perspectiva Orientada al Actor (POA) y de la Teoría de la Reciprocidad. Se buscó comprender la centralidad de la noción de la agencia propuesta por la primera y las contribuciones del surgimiento de un valor humano, producto de las relaciones recíprocas como elemento de construcción de significado y atribución de sentido a los proyectos de vida de los actores sociales involucrados en el proceso. Se identificaron los principales espacios de fortalecimiento de la práctica agroforestal y de la Agroecología en los que los agricultores se insertan, considerando también la importância de otros actores en el proceso de promover y catalizar la organización social de los agricultores en su proceso de transición agroecológica. La reconstrucción de las cuatro trayectorias de vida de los interlocutores, el entendimiento de los espacios que frecuentan y la comprensión del surgimiento de valores éticos productos de las relaciones de reciprocidad, permiten averiguar que se trata de un caso en el que los actores ejercen su capacidad de percibir el mundo a su alrededor y actuar sobre ello. De esa manera, articulan estrategias de resistencia que los permiten, colectivamente, avanzar en dirección a sus proyectos de vida. Se concluye que, mientras cooperan, los actores dan origen a una forma de organización social que se propone a superar las dificultades estructurales observadas en la región. Como producto de ese proceso, logran, no solamente beneficios materiales, como el acceso a equipos, certificación, asistencia técnica e insumos, pero también construyen una identidad colectiva basada en elementos subjetivos como amistad, confianza y afecto, contribuyendo para el fortalecimiento de la dimensión social de la Agroecologia. Los Sistemas Agroforestales, finalmente, cosifican la resistencia a la Revolución Verde y surgen como alternativa técnica y productiva para una outra forma de practicar la agricultura en la región y que, con sus características próprias, tiene el potencial de aumentar la red de actores en cooperación y, consecuentemente, fortalecer la construcción social de la Agroecología.application/pdfporAgroecologiaSistemas agroflorestaisCooperaçãoVacaria (RS)Sistemas agroforestalesCooperaciónReciprocidadAgroecologíaTrajetórias de construção da agroecologia : sistemas agroflorestais, cooperação e reciprocidade e resistência em Vacaria, RSinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de Ciências EconômicasPrograma de Pós-Graduação em Desenvolvimento RuralPorto Alegre, BR-RS2021mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001133660.pdf.txt001133660.pdf.txtExtracted Texttext/plain383632http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/231879/2/001133660.pdf.txt7e5daf3362e1c4933c6da58558f29906MD52ORIGINAL001133660.pdfTexto completoapplication/pdf2050441http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/231879/1/001133660.pdfbc29f1677fba79e268733205fdf22cabMD5110183/2318792021-11-20 06:14:08.55732oai:www.lume.ufrgs.br:10183/231879Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532021-11-20T08:14:08Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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