Granitóides sintectônicos da região de Porto Belo-SC : uma abordagem petrológica e estrutural do magmatismo em zonas de cisalhamento
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1996 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/225804 |
Resumo: | A região de Porto Belo se localiza no extremo nordeste da Zona de Cisalhamento Major Gercino (ZCMG), que representa uma das zonas de transcorrência contidas no denominado Cinturão de Cisalhamento Sul-brasileiro - uma descontinuidade de escala crustal, ativa durante o Neoproterozóico. Os Metagranitóides de Quatro Ilhas e o Metagranito Mariscal constituem os corpos graníticos mais antigos reconhecidos na área, sendo intrusivos numa associação de ortognaisses quartzo-feldspáticos, cuja estruturação principal ocorreu durante um regime tangencial, provavelmente de idade Brasiliana/Panafricana. A tectônica tangencial está registrada nos metagranitóides, principalmente no controle geométrico das encaixantes. O Complexo Granítico Estaleiro é constituído pelo Granodiorito Estaleiro e por uma grande quantidade de veios graníticos dispostos em gerações sucessivas, contendo também corpos tabulares máficos concordantes. O posicionamento deste complexo foi controlado pela tectônica da ZCMG, constituindo uma intrusão eotranscorrência. A Suíte Intrusiva Zimbros é composta pelos granitos Zimbros e Morro dos Macacos, e por rochas riolíticas e básicas que formam um enxame de diques paralelos ao corpo plutônico principal. A coexistência de líquidos ácidos e básicos numa mesma intrusão gera diques compostos em volume subordinado. As rochas desta suíte intrudiram o conjunto de granitóides mais antigos em condições rasas, e o seu posicionamento é tardi-transcorrência. As características petrográficas e microestruturais dos granitóides compreendem feições indicativas de sua formação em meio líquido, bem como a evolução contínua das condições de cristalização sintectônica, culminando com a formação de microestruturas típicas de estado sólido, em temperaturas mais baixas. Microestruturas de alta temperatura compreendem subgrãos prismáticos e basais em padrão chessboard no quartzo, bem como a rotação progressiva de subgrãos para grãos recristalizados nos feldspatos. Produtos de transformações subsolidus das micas incluem a neoformação de biotita verde azulada, muscovita e clorita às expensas da biotita magmática. A progressão da deformação magmática para a de estado sólido é também registrada no comportamento dos feldspatos do Granodiorito Estaleiro e do Granito Zimbros, que apresentam alto grau de orientação para valores de Rs próximos da unidade, progredindo para valores de Rs mais elevados em direção ao centro da zona de cisalhamento. A forma e orientação de enclaves máficos contidos nos diques riolíticos denotam movimento horário das paredes durante a intrusão. O mesmo sentido de movimento é perceptível na relação espacial de shear bands com a foliação principal e na assimetria de sombras de pressão em feldspatos. Os padrões geoquímicos dos granitóides posicionados sucessivamente são compatíveis com a evolução do magmatismo em ambientes pós-colisionais. Os metagranitóides de Quatro Ilhas e Mariscal têm afinidade cálcico-alcalina alto-K, com maior contribuição crustal registrada no último; o Complexo Granítico Estaleiro mostra afinidade shoshonítica, enquanto o magmatismo da Suíte Intrusiva Zimbros tem caráter moderadamente alcalino, tardi- a pós-orogênico. |
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Bitencourt, Maria de Fatima Aparecida SaraivaNardi, Lauro Valentim StollHackspacher, Peter Christian2021-08-18T04:32:00Z1996http://hdl.handle.net/10183/225804000190178A região de Porto Belo se localiza no extremo nordeste da Zona de Cisalhamento Major Gercino (ZCMG), que representa uma das zonas de transcorrência contidas no denominado Cinturão de Cisalhamento Sul-brasileiro - uma descontinuidade de escala crustal, ativa durante o Neoproterozóico. Os Metagranitóides de Quatro Ilhas e o Metagranito Mariscal constituem os corpos graníticos mais antigos reconhecidos na área, sendo intrusivos numa associação de ortognaisses quartzo-feldspáticos, cuja estruturação principal ocorreu durante um regime tangencial, provavelmente de idade Brasiliana/Panafricana. A tectônica tangencial está registrada nos metagranitóides, principalmente no controle geométrico das encaixantes. O Complexo Granítico Estaleiro é constituído pelo Granodiorito Estaleiro e por uma grande quantidade de veios graníticos dispostos em gerações sucessivas, contendo também corpos tabulares máficos concordantes. O posicionamento deste complexo foi controlado pela tectônica da ZCMG, constituindo uma intrusão eotranscorrência. A Suíte Intrusiva Zimbros é composta pelos granitos Zimbros e Morro dos Macacos, e por rochas riolíticas e básicas que formam um enxame de diques paralelos ao corpo plutônico principal. A coexistência de líquidos ácidos e básicos numa mesma intrusão gera diques compostos em volume subordinado. As rochas desta suíte intrudiram o conjunto de granitóides mais antigos em condições rasas, e o seu posicionamento é tardi-transcorrência. As características petrográficas e microestruturais dos granitóides compreendem feições indicativas de sua formação em meio líquido, bem como a evolução contínua das condições de cristalização sintectônica, culminando com a formação de microestruturas típicas de estado sólido, em temperaturas mais baixas. Microestruturas de alta temperatura compreendem subgrãos prismáticos e basais em padrão chessboard no quartzo, bem como a rotação progressiva de subgrãos para grãos recristalizados nos feldspatos. Produtos de transformações subsolidus das micas incluem a neoformação de biotita verde azulada, muscovita e clorita às expensas da biotita magmática. A progressão da deformação magmática para a de estado sólido é também registrada no comportamento dos feldspatos do Granodiorito Estaleiro e do Granito Zimbros, que apresentam alto grau de orientação para valores de Rs próximos da unidade, progredindo para valores de Rs mais elevados em direção ao centro da zona de cisalhamento. A forma e orientação de enclaves máficos contidos nos diques riolíticos denotam movimento horário das paredes durante a intrusão. O mesmo sentido de movimento é perceptível na relação espacial de shear bands com a foliação principal e na assimetria de sombras de pressão em feldspatos. Os padrões geoquímicos dos granitóides posicionados sucessivamente são compatíveis com a evolução do magmatismo em ambientes pós-colisionais. Os metagranitóides de Quatro Ilhas e Mariscal têm afinidade cálcico-alcalina alto-K, com maior contribuição crustal registrada no último; o Complexo Granítico Estaleiro mostra afinidade shoshonítica, enquanto o magmatismo da Suíte Intrusiva Zimbros tem caráter moderadamente alcalino, tardi- a pós-orogênico.The region of Porto Belo is located on the northeastern end of the Major Gercino Shear Zone (MGSZ), which is one of the several shear zones within the so-called Southern Brazilian Shear Belt (SBSB) - a major crustal-scale discontinuity which was active during the Neoproterozoic. The Quatro Ilhas Metagranitoids and the Mariscal Metagranite are the oldest recognized granitic bodies in the area; they intrude an association of quartzfeldspathic orthogneisses, whose main structure was built under a tangential regime, probably of Brasiliano/Panafrican age. The tangential regime is registered in the metagranitoids mainly as a geometrical control of country rocks. The Estaleiro Granitic Complex is composed of the Estaleiro Granodiorite and a large amount of granitic veins in successive generations, as well as minor mafic tabular intrusions. The emplacement of this complex was controlled by the MGSZ transcurrent tectonics, and it constitutes an earlytranscurrence intrusion. The Zimbros Intrusive Suite (ZIS) is composed of the Zimbros and Morro dos Macacos granites and by rhyolitic and basic rocks which constitute a dyke swarm parallel to the main plutonic body. A minor volume of composite dykes is part of the swarm, due to the coexistence of acid and basic liquids within a single intrusion. The rocks of this suite have intruded the older granites assemblage at high-level conditions, during a late-transcurrence period. Petrographic and microstructural features of the granitoids indicate their formation within a liquid environment, as well as their continuous evolution through syntectonic magmatic crystallization, towards the formation of typical solid-state, low-temperature microstructures. High-temperature microstructures are represented by prismatic and basal subgrain boundaries, constituting a chessboard pattern in quartz, as well as progressive rotation of subgrains to recrystalklized grains in feldspars. Subsolidus reaction products of micas include bluish-green, new biotite, muscovite and chlorite formed from the magmatic old biotites. The progression from magmatic to solid-state deformation is also registered in the behaviour of feldspars from the Estaleiro Granodiorite and the Zimbros Granite, which show a highly developed preferred orientation, in contrast with near-unit Rs values farther from the main shear zone, and develop progressively higher Rs values towards the high-strain zones. The shape and orientation of mafic enclaves in rhyolitic dykes indicate a dextral shear sense of the walls during intrusion. The same sense of movement is indicated by the angular relation of shear bands to the main foliation in highstrain zones and by the vorticity of pressure shadows in feldspars. Geochemical patterns of successively intruded granitoids point to a magmatic evolution in post-collisional environments. The early-formed Quatro Ilhas and Mariscal metagranitoids show a high-K, calc-alkaline affinity, with a major crustal contribution recognized in the latter; the Estaleiro Granitic Complex has a shoshonitic affinity and is followed by the Zimbros magmatism, of mildly alkaline, late- to post-orogenic character.application/pdfporGeologia estruturalPetrologiaGranitoidesGeoquímicaGranitóides sintectônicos da região de Porto Belo-SC : uma abordagem petrológica e estrutural do magmatismo em zonas de cisalhamentoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de GeociênciasCurso de Pós-Graduação em GeociênciasPorto Alegre, BR-RS1996doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000190178.pdf.txt000190178.pdf.txtExtracted Texttext/plain650348http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/225804/2/000190178.pdf.txtc429c92e7a3ce2ad921eb55d7342b40cMD52ORIGINAL000190178.pdfTexto completoapplication/pdf25221073http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/225804/1/000190178.pdf2c7a8c5c4791458fdfcae1d78c4c3d87MD5110183/2258042021-08-18 05:20:27.917oai:www.lume.ufrgs.br:10183/225804Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532021-08-18T08:20:27Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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