“Profe, tem trabalho ou a gente pode brincar?” A percepção do que é trabalho na educação infantil: estudo de caso na fronteira Brasil/Uruguai

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silveira, Dynara Martinez
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/218438
Resumo: Por meio deste estudo, objetivamos compreender os aspectos objetivos e subjetivos, em espaços escolares e familiares, que perpassam cotidianamente a vida das crianças da Educação Infantil, oriundas do Brasil e do Uruguai, e que influenciam na percepção de trabalho que externalizam; assim como apontar alguns indicativos para o avanço nas práticas emancipadoras. Para tanto, utilizamos como abordagem teórico-metodológica o materialismo histórico dialético. Após levantamento bibliográfico, realizamos uma ―pesquisa participante‖, cujo estudo empírico foi efetivado em duas turmas de crianças pré-escolares (05/06 anos), da Educação Infantil/Educación Inicial de escolas públicas situadas na fronteira entre as cidades de Jaguarão/Rio Grande do Sul - Brasil e de Rio Branco/Cerro Largo – Uruguai. A proposta foi a de aplicarmos algumas técnicas no dia a dia do fazer pedagógico, a fim de coletar a percepção sobre ―trabalho‖ exteriorizada pelas crianças, entre as quais: observação, contação de história, questionários e, principalmente, desenhos. Com intuito de delinearmos esta pesquisa em busca de resultados e conclusões, dialogamos com os seguintes autores centrais: Marx (2005, 2008, 2008a, 2013); Antunes (2015); Barbosa (2009, 2014); Brandão (1988, 2007); Caldart (2000, 2001, 2003, 2009); Fromm (1975, 1983); Gobbi (2009, 2013); Mészàros (2008, 2009); Pistrak (2000, 2009, 2015); Sarmento (2005, 2011); Vigotski (2004, 2009); Vygotskii (2018), entre tantos outros, como a legislação brasileira e uruguaia. Neste trabalho trouxemos, em um primeiro momento, o sentido hegemônico e contra hegemônico, do entendimento do trabalho, que se confrontam na sociedade capitalista. No cerne desta discussão trouxemos a crítica de Karl Marx ao trabalho e à atualidade deste debate, inclusive no campo educacional. Na educação, apresentamos o entendimento do trabalho, em seu sentido contra-hegemônico, para a Pedagogia Socialista e na experiência do Movimento dos Trabalhadores Sem terra, nas Cirandas Infantis. Em seguida, trouxemos as aproximações e os fundamentos das concepções de infância no Brasil e no Uruguai ao longo do processo histórico. Assim como as políticas educativas que se apresentam em ambos os países. Por fim, contamos com a produção de Vygotsky e de autores que se debruçaram sobre sua teoria para compreender a percepção infantil e assim analisar os desenhos e oralizações das crianças sobre o que entendem por trabalho. Concluímos com a certeza de que as crianças devem ser ouvidas, pois já percebem que os problemas de ordem econômica impactam suas vidas, que o trabalho realizado, principalmente pelos pais, subsidia as necessidades básicas da família tanto brasileira quanto uruguaia, sendo o trabalho a única possibilidade de subsistência dos desprovidos, dos pobres. Portanto, esse trabalho realizado pelos pais ou responsáveis é o que instiga os pequenos, marca profundamente o que percebem por trabalho, ou seja, percebem como fonte de geração de renda, o que possibilita suprir necessidades básicas.
id URGS_6e2909f2f26a222431819daaff9f0f73
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/218438
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Silveira, Dynara MartinezRibeiro, Jorge Alberto RosaPaludo, Conceição2021-03-05T03:59:02Z2020http://hdl.handle.net/10183/218438001123054Por meio deste estudo, objetivamos compreender os aspectos objetivos e subjetivos, em espaços escolares e familiares, que perpassam cotidianamente a vida das crianças da Educação Infantil, oriundas do Brasil e do Uruguai, e que influenciam na percepção de trabalho que externalizam; assim como apontar alguns indicativos para o avanço nas práticas emancipadoras. Para tanto, utilizamos como abordagem teórico-metodológica o materialismo histórico dialético. Após levantamento bibliográfico, realizamos uma ―pesquisa participante‖, cujo estudo empírico foi efetivado em duas turmas de crianças pré-escolares (05/06 anos), da Educação Infantil/Educación Inicial de escolas públicas situadas na fronteira entre as cidades de Jaguarão/Rio Grande do Sul - Brasil e de Rio Branco/Cerro Largo – Uruguai. A proposta foi a de aplicarmos algumas técnicas no dia a dia do fazer pedagógico, a fim de coletar a percepção sobre ―trabalho‖ exteriorizada pelas crianças, entre as quais: observação, contação de história, questionários e, principalmente, desenhos. Com intuito de delinearmos esta pesquisa em busca de resultados e conclusões, dialogamos com os seguintes autores centrais: Marx (2005, 2008, 2008a, 2013); Antunes (2015); Barbosa (2009, 2014); Brandão (1988, 2007); Caldart (2000, 2001, 2003, 2009); Fromm (1975, 1983); Gobbi (2009, 2013); Mészàros (2008, 2009); Pistrak (2000, 2009, 2015); Sarmento (2005, 2011); Vigotski (2004, 2009); Vygotskii (2018), entre tantos outros, como a legislação brasileira e uruguaia. Neste trabalho trouxemos, em um primeiro momento, o sentido hegemônico e contra hegemônico, do entendimento do trabalho, que se confrontam na sociedade capitalista. No cerne desta discussão trouxemos a crítica de Karl Marx ao trabalho e à atualidade deste debate, inclusive no campo educacional. Na educação, apresentamos o entendimento do trabalho, em seu sentido contra-hegemônico, para a Pedagogia Socialista e na experiência do Movimento dos Trabalhadores Sem terra, nas Cirandas Infantis. Em seguida, trouxemos as aproximações e os fundamentos das concepções de infância no Brasil e no Uruguai ao longo do processo histórico. Assim como as políticas educativas que se apresentam em ambos os países. Por fim, contamos com a produção de Vygotsky e de autores que se debruçaram sobre sua teoria para compreender a percepção infantil e assim analisar os desenhos e oralizações das crianças sobre o que entendem por trabalho. Concluímos com a certeza de que as crianças devem ser ouvidas, pois já percebem que os problemas de ordem econômica impactam suas vidas, que o trabalho realizado, principalmente pelos pais, subsidia as necessidades básicas da família tanto brasileira quanto uruguaia, sendo o trabalho a única possibilidade de subsistência dos desprovidos, dos pobres. Portanto, esse trabalho realizado pelos pais ou responsáveis é o que instiga os pequenos, marca profundamente o que percebem por trabalho, ou seja, percebem como fonte de geração de renda, o que possibilita suprir necessidades básicas.Through this study, we aim to understand the objective and subjective aspects, in school and family spaces, that daily permeate the lives of early childhood children, from Brazil and Uruguay, and that influence the perception of work that they externalize; as well as pointing out some indications for the advancement of emancipatory practices. For that, we use dialectical historical materialism as a theoretical-methodological approach. After a bibliographic survey, we carried out a ―participatory research‖, whose empirical study was carried out in two classes of preschool children (06/05 years), from Early Childhood Education/Educación Inicial of public schools located on the border between the cities of Jaguarão/Rio Grande do Sul - Brazil and Rio Branco/Cerro Largo - Uruguay. The proposal was to apply some techniques in the daily practice of teaching, in order to collect the perception of "work" externalized by children, including: observation, storytelling, questionnaires and mainly drawings. In order to outline this research in search of results and conclusions, we spoke with the following central authors: Marx (2005, 2008, 2008a, 2013); Antunes (2015); Barbosa (2009, 2014); Brandão (1988, 2007); Caldart (2000, 2001, 2003, 2009); Fromm (1975, 1983); Gobbi (2009, 2013); Mészàros (2008, 2009); Pistrak (2000, 2009, 2015); Sarmento (2005, 2011); Vigotski (2004, 2009); Vygotskii (2018), among many others, such as Brazilian and Uruguayan legislation. In this work, we brought, in a first moment, the hegemonic and counter-hegemonic sense, of the understanding of work, which are confronted in capitalist society. At the heart of this discussion we bring Karl Marx's criticism to the work and the topicality of this debate, including in the educational field. In education, we present the understanding of work, in its counter-hegemonic sense, for Socialist Pedagogy and in the experience of the Landless Workers Movement, in Cirandas Infantiles. Then, we brought the approaches and foundations of childhood conceptions in Brazil and Uruguay throughout the historical process. As well as, the educational policies that are presented in both countries. Finally, we count on the production of Vygotsky and authors who studied their theory to understand children's perception and thus analyze children's drawings and oralizations about what they understand by work. We conclude with the certainty that children should be heard, as they already realize that economic problems impact their lives, that the work done, mainly by parents, subsidizes the basic needs of both the Brazilian and Uruguayan families, with work being the only possibility of subsistence of the destitute, of the poor. Therefore, this work carried out by parents or guardians is what instigates the little ones, deeply marks what they perceive by work, that is, they perceive it as a source of income generation, which makes it possible to supply basic needs.application/pdfporTrabalhoEducação infantilInfânciaFronteiraWorkChild educationChildhoodBorder“Profe, tem trabalho ou a gente pode brincar?” A percepção do que é trabalho na educação infantil: estudo de caso na fronteira Brasil/Uruguaiinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de EducaçãoPrograma de Pós-Graduação em EducaçãoPorto Alegre, BR-RS2020doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001123054.pdf.txt001123054.pdf.txtExtracted Texttext/plain533803http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/218438/2/001123054.pdf.txt4bd6ef4fd1509c924d23e570bab888c8MD52ORIGINAL001123054.pdfTexto completoapplication/pdf5691478http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/218438/1/001123054.pdf58a8cdc47337d47a1de079580945f625MD5110183/2184382023-05-20 03:52:34.26226oai:www.lume.ufrgs.br:10183/218438Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-05-20T06:52:34Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv “Profe, tem trabalho ou a gente pode brincar?” A percepção do que é trabalho na educação infantil: estudo de caso na fronteira Brasil/Uruguai
title “Profe, tem trabalho ou a gente pode brincar?” A percepção do que é trabalho na educação infantil: estudo de caso na fronteira Brasil/Uruguai
spellingShingle “Profe, tem trabalho ou a gente pode brincar?” A percepção do que é trabalho na educação infantil: estudo de caso na fronteira Brasil/Uruguai
Silveira, Dynara Martinez
Trabalho
Educação infantil
Infância
Fronteira
Work
Child education
Childhood
Border
title_short “Profe, tem trabalho ou a gente pode brincar?” A percepção do que é trabalho na educação infantil: estudo de caso na fronteira Brasil/Uruguai
title_full “Profe, tem trabalho ou a gente pode brincar?” A percepção do que é trabalho na educação infantil: estudo de caso na fronteira Brasil/Uruguai
title_fullStr “Profe, tem trabalho ou a gente pode brincar?” A percepção do que é trabalho na educação infantil: estudo de caso na fronteira Brasil/Uruguai
title_full_unstemmed “Profe, tem trabalho ou a gente pode brincar?” A percepção do que é trabalho na educação infantil: estudo de caso na fronteira Brasil/Uruguai
title_sort “Profe, tem trabalho ou a gente pode brincar?” A percepção do que é trabalho na educação infantil: estudo de caso na fronteira Brasil/Uruguai
author Silveira, Dynara Martinez
author_facet Silveira, Dynara Martinez
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Silveira, Dynara Martinez
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Ribeiro, Jorge Alberto Rosa
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Paludo, Conceição
contributor_str_mv Ribeiro, Jorge Alberto Rosa
Paludo, Conceição
dc.subject.por.fl_str_mv Trabalho
Educação infantil
Infância
Fronteira
topic Trabalho
Educação infantil
Infância
Fronteira
Work
Child education
Childhood
Border
dc.subject.eng.fl_str_mv Work
Child education
Childhood
Border
description Por meio deste estudo, objetivamos compreender os aspectos objetivos e subjetivos, em espaços escolares e familiares, que perpassam cotidianamente a vida das crianças da Educação Infantil, oriundas do Brasil e do Uruguai, e que influenciam na percepção de trabalho que externalizam; assim como apontar alguns indicativos para o avanço nas práticas emancipadoras. Para tanto, utilizamos como abordagem teórico-metodológica o materialismo histórico dialético. Após levantamento bibliográfico, realizamos uma ―pesquisa participante‖, cujo estudo empírico foi efetivado em duas turmas de crianças pré-escolares (05/06 anos), da Educação Infantil/Educación Inicial de escolas públicas situadas na fronteira entre as cidades de Jaguarão/Rio Grande do Sul - Brasil e de Rio Branco/Cerro Largo – Uruguai. A proposta foi a de aplicarmos algumas técnicas no dia a dia do fazer pedagógico, a fim de coletar a percepção sobre ―trabalho‖ exteriorizada pelas crianças, entre as quais: observação, contação de história, questionários e, principalmente, desenhos. Com intuito de delinearmos esta pesquisa em busca de resultados e conclusões, dialogamos com os seguintes autores centrais: Marx (2005, 2008, 2008a, 2013); Antunes (2015); Barbosa (2009, 2014); Brandão (1988, 2007); Caldart (2000, 2001, 2003, 2009); Fromm (1975, 1983); Gobbi (2009, 2013); Mészàros (2008, 2009); Pistrak (2000, 2009, 2015); Sarmento (2005, 2011); Vigotski (2004, 2009); Vygotskii (2018), entre tantos outros, como a legislação brasileira e uruguaia. Neste trabalho trouxemos, em um primeiro momento, o sentido hegemônico e contra hegemônico, do entendimento do trabalho, que se confrontam na sociedade capitalista. No cerne desta discussão trouxemos a crítica de Karl Marx ao trabalho e à atualidade deste debate, inclusive no campo educacional. Na educação, apresentamos o entendimento do trabalho, em seu sentido contra-hegemônico, para a Pedagogia Socialista e na experiência do Movimento dos Trabalhadores Sem terra, nas Cirandas Infantis. Em seguida, trouxemos as aproximações e os fundamentos das concepções de infância no Brasil e no Uruguai ao longo do processo histórico. Assim como as políticas educativas que se apresentam em ambos os países. Por fim, contamos com a produção de Vygotsky e de autores que se debruçaram sobre sua teoria para compreender a percepção infantil e assim analisar os desenhos e oralizações das crianças sobre o que entendem por trabalho. Concluímos com a certeza de que as crianças devem ser ouvidas, pois já percebem que os problemas de ordem econômica impactam suas vidas, que o trabalho realizado, principalmente pelos pais, subsidia as necessidades básicas da família tanto brasileira quanto uruguaia, sendo o trabalho a única possibilidade de subsistência dos desprovidos, dos pobres. Portanto, esse trabalho realizado pelos pais ou responsáveis é o que instiga os pequenos, marca profundamente o que percebem por trabalho, ou seja, percebem como fonte de geração de renda, o que possibilita suprir necessidades básicas.
publishDate 2020
dc.date.issued.fl_str_mv 2020
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2021-03-05T03:59:02Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/218438
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001123054
url http://hdl.handle.net/10183/218438
identifier_str_mv 001123054
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/218438/2/001123054.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/218438/1/001123054.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 4bd6ef4fd1509c924d23e570bab888c8
58a8cdc47337d47a1de079580945f625
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1810085546337239040