Ethos de Helena no teatro trágico de Euripides (séc. V a.C) : uma análise de Troianas (415 a.C), Helena (412 a.C) e Orestes (408 a.C)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Soares, Larissa de Oliveira
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/142515
Resumo: Ao comparar a visibilidade da figura feminina na tragédia do período clássico (508 – 338 a.C) com o espaço destinado às mulheres concretas da Atenas do mesmo período, deparamo-nos com um intrigante contraste, já que a participação destas na vida pública era restrita aos cerimoniais religiosos. Amplamente representada na tradição literária antiga - nos versos de um amplo leque de poetas - a figura de Helena possibilita múltiplas interpretações a respeito de seu caráter e culpabilidade nos eventos desencadeadores da Guerra de Tróia. Dos três tragediógrafos atenienses cujas composições foram significativamente preservadas, Eurípides foi o único que pôs em cena a rainha espartana, nas peças Troianas (415 a.C), Helena (412 a.C) e Orestes (408 a.C). Eurípides teve duas características bastante contraditórias marcando sua composição: a oratória, instrumento cívico masculino (uma voz); e a representação do feminino, corpo ausente do espaço cívico (uma realidade muda). Pensando na sistematização do discurso como um instrumento cívico que entra em destaque no século V a.C. em Atenas, assim como nas representações cômicas e trágicas - outro elemento típico da identidade cívica da pólis - podemos ver em Eurípides um “laboratório” rico para discutir o paradoxo da representação do feminino no espaço trágico. Nessa dissertação, Helena é uma amostra da representação poliédrica do feminino na tragédia, direcionando a atenção precisamente para o ethos da personagem, ou seja, para a imagem de si que ela projeta no seu discurso nas três peças em que é representada por Eurípides.
id URGS_719f03e974c4bf53e7ed16748cbdaa38
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/142515
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Soares, Larissa de OliveiraVargas, Anderson Zalewski2016-06-10T02:09:55Z2016http://hdl.handle.net/10183/142515000993758Ao comparar a visibilidade da figura feminina na tragédia do período clássico (508 – 338 a.C) com o espaço destinado às mulheres concretas da Atenas do mesmo período, deparamo-nos com um intrigante contraste, já que a participação destas na vida pública era restrita aos cerimoniais religiosos. Amplamente representada na tradição literária antiga - nos versos de um amplo leque de poetas - a figura de Helena possibilita múltiplas interpretações a respeito de seu caráter e culpabilidade nos eventos desencadeadores da Guerra de Tróia. Dos três tragediógrafos atenienses cujas composições foram significativamente preservadas, Eurípides foi o único que pôs em cena a rainha espartana, nas peças Troianas (415 a.C), Helena (412 a.C) e Orestes (408 a.C). Eurípides teve duas características bastante contraditórias marcando sua composição: a oratória, instrumento cívico masculino (uma voz); e a representação do feminino, corpo ausente do espaço cívico (uma realidade muda). Pensando na sistematização do discurso como um instrumento cívico que entra em destaque no século V a.C. em Atenas, assim como nas representações cômicas e trágicas - outro elemento típico da identidade cívica da pólis - podemos ver em Eurípides um “laboratório” rico para discutir o paradoxo da representação do feminino no espaço trágico. Nessa dissertação, Helena é uma amostra da representação poliédrica do feminino na tragédia, direcionando a atenção precisamente para o ethos da personagem, ou seja, para a imagem de si que ela projeta no seu discurso nas três peças em que é representada por Eurípides.Comparing the visibility of the female figure in tragedy during the Classic period (508-338 B.C) with the space for the concrete women of Athens in the same period, we come across an interesting contrast, since their participation in public life was restricted to religious ceremonies. Widely represented in ancient literary tradition – in the lines of many poets – Helen‟s figure creates multiple interpretations of her character and blame for the events that triggered the Trojan War. Among the three Athenian tragedians whose compositions were significantly preserved, Euripides was the one who placed the Spartan queen on the scene: in Trojan Women (415 B.C), Helen (412 B.C) and Orestes (408 B.C). Euripides had two rather contradictory characteristics marking his composition: oratory, a male civic tool (a voice); and the female representation, missing body of civic space (a voiceless reality). Thinking about the systematization of speech as civic tool that gets highlighted in the fifth century B.C. in Athens, as well as in comic and tragic representations (an other typical element of the polis civic identity), we can see in Euripides a rich “laboratory” to discuss the paradox of the female representation in tragic space. In this dissertation, Helen is a sample of the female polyhedral representation in tragedy, driving our attention directly to the ethos of Helen, in other words, to the self-image that she projects through her speech in the three plays in wich she appears represented in Euripides.application/pdfporEurípides, 480-406 A.CTragédia gregaMulherEthosTragedyHelenEthos de Helena no teatro trágico de Euripides (séc. V a.C) : uma análise de Troianas (415 a.C), Helena (412 a.C) e Orestes (408 a.C)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em HistóriaPorto Alegre, BR-RS2016mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000993758.pdf000993758.pdfTexto completoapplication/pdf1375936http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/142515/1/000993758.pdfbc28270f9de6f9df40f559bd626e2c58MD51TEXT000993758.pdf.txt000993758.pdf.txtExtracted Texttext/plain328962http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/142515/2/000993758.pdf.txtae7254e934808e77b454e1acd64f93f2MD52THUMBNAIL000993758.pdf.jpg000993758.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1042http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/142515/3/000993758.pdf.jpga7d14882930803ea81c902dfaa06531aMD5310183/1425152018-10-22 07:25:56.889oai:www.lume.ufrgs.br:10183/142515Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-22T10:25:56Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Ethos de Helena no teatro trágico de Euripides (séc. V a.C) : uma análise de Troianas (415 a.C), Helena (412 a.C) e Orestes (408 a.C)
title Ethos de Helena no teatro trágico de Euripides (séc. V a.C) : uma análise de Troianas (415 a.C), Helena (412 a.C) e Orestes (408 a.C)
spellingShingle Ethos de Helena no teatro trágico de Euripides (séc. V a.C) : uma análise de Troianas (415 a.C), Helena (412 a.C) e Orestes (408 a.C)
Soares, Larissa de Oliveira
Eurípides, 480-406 A.C
Tragédia grega
Mulher
Ethos
Tragedy
Helen
title_short Ethos de Helena no teatro trágico de Euripides (séc. V a.C) : uma análise de Troianas (415 a.C), Helena (412 a.C) e Orestes (408 a.C)
title_full Ethos de Helena no teatro trágico de Euripides (séc. V a.C) : uma análise de Troianas (415 a.C), Helena (412 a.C) e Orestes (408 a.C)
title_fullStr Ethos de Helena no teatro trágico de Euripides (séc. V a.C) : uma análise de Troianas (415 a.C), Helena (412 a.C) e Orestes (408 a.C)
title_full_unstemmed Ethos de Helena no teatro trágico de Euripides (séc. V a.C) : uma análise de Troianas (415 a.C), Helena (412 a.C) e Orestes (408 a.C)
title_sort Ethos de Helena no teatro trágico de Euripides (séc. V a.C) : uma análise de Troianas (415 a.C), Helena (412 a.C) e Orestes (408 a.C)
author Soares, Larissa de Oliveira
author_facet Soares, Larissa de Oliveira
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Soares, Larissa de Oliveira
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Vargas, Anderson Zalewski
contributor_str_mv Vargas, Anderson Zalewski
dc.subject.por.fl_str_mv Eurípides, 480-406 A.C
Tragédia grega
Mulher
topic Eurípides, 480-406 A.C
Tragédia grega
Mulher
Ethos
Tragedy
Helen
dc.subject.eng.fl_str_mv Ethos
Tragedy
Helen
description Ao comparar a visibilidade da figura feminina na tragédia do período clássico (508 – 338 a.C) com o espaço destinado às mulheres concretas da Atenas do mesmo período, deparamo-nos com um intrigante contraste, já que a participação destas na vida pública era restrita aos cerimoniais religiosos. Amplamente representada na tradição literária antiga - nos versos de um amplo leque de poetas - a figura de Helena possibilita múltiplas interpretações a respeito de seu caráter e culpabilidade nos eventos desencadeadores da Guerra de Tróia. Dos três tragediógrafos atenienses cujas composições foram significativamente preservadas, Eurípides foi o único que pôs em cena a rainha espartana, nas peças Troianas (415 a.C), Helena (412 a.C) e Orestes (408 a.C). Eurípides teve duas características bastante contraditórias marcando sua composição: a oratória, instrumento cívico masculino (uma voz); e a representação do feminino, corpo ausente do espaço cívico (uma realidade muda). Pensando na sistematização do discurso como um instrumento cívico que entra em destaque no século V a.C. em Atenas, assim como nas representações cômicas e trágicas - outro elemento típico da identidade cívica da pólis - podemos ver em Eurípides um “laboratório” rico para discutir o paradoxo da representação do feminino no espaço trágico. Nessa dissertação, Helena é uma amostra da representação poliédrica do feminino na tragédia, direcionando a atenção precisamente para o ethos da personagem, ou seja, para a imagem de si que ela projeta no seu discurso nas três peças em que é representada por Eurípides.
publishDate 2016
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2016-06-10T02:09:55Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2016
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/142515
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000993758
url http://hdl.handle.net/10183/142515
identifier_str_mv 000993758
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/142515/1/000993758.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/142515/2/000993758.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/142515/3/000993758.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv bc28270f9de6f9df40f559bd626e2c58
ae7254e934808e77b454e1acd64f93f2
a7d14882930803ea81c902dfaa06531a
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1810085365841657856