Caracterização clínica, molecular e de vias celulares de pacientes com neurofibromatose e esclerose tuberosa no Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/180490 |
Resumo: | Introdução. As neurofibromatoses tipo 1 (NF1) e tipo 2 (NF2) e a esclerose tuberosa (ET) são as genodermatoses mais comuns, que possuem potencial de desenvolvimento de tumores benignos e malignos. Elas são síndromes hereditárias com padrão de herança autossômico dominante e expressividade altamente variável, causadas, respectivamente, por mutações nos genes supressores tumorais NF1, NF2 e TSC1 ou TSC2, todos com grande número de mutações diferentes descritas em bases de dados, envolvendo rearranjos e mutações de ponto. Objetivos. O objetivo deste trabalho foi caracterizar, do ponto de vista clínico e molecular, os pacientes e familiares com diagnóstico de NF1 e NF2 avaliados no Hospital de Clínicas de Porto Alegre e pacientes com diagnóstico de ET avaliados em centros da Rede Nacional de Câncer Familial, além de avaliar a expressão gênica global e os processos celulares em células com mutações em TSC1 e TSC2. Resultados. Foram recrutados 93 pacientes com NF1 e 7 com NF2, no sul do Brasil, e 53 pacientes com ET oriundos de 4 regiões do Brasil. Na análise molecular, a frequência de grandes rearranjos e mutações de ponto foi de 4,3 e 79,0% em NF1; 14,3 e 29,0% em NF2; e 9,0 e 81,0% em TSC1 e TSC2, sendo 33 variantes novas em NF1 e 20 em TSC1 e TSC2. Correlações genótipo-fenótipo específicas para a população brasileira não foram estabelecidas, mas algumas correlações previamente descritas também foram identificadas em nosso estudo. Hotspots para mutações não foram encontrados. Por fim, análise de processos celulares e expressão gênica com células mutadas e normais (com e sem rapamicina) mostrou que não há morte celular e mudança em fases de ciclo celular; entretanto, em pacientes com esclerose tuberosa, a indução de autofagia é muito maior do que em células controles após o tratamento com rapamicina (p=0,039). Discussão e conclusões. Este é o primeiro estudo do Brasil a realizar a caracterização molecular completa de pacientes com neurofibromatoses e esclerose tuberosa. A caracterização das variantes nesses pacientes é muito importante para confirmar o diagnóstico quando a clínica é duvidosa, para o acompanhamento da doença e a possível prevenção das características multissistêmicas. Além disso, foi demonstrado que a autofagia pode ser o mecanismo inicial que leva a formação de tumores em células com mutações em TSC1 ou TSC2. O processo de autofagia precisa ser estudado com mais detalhe a fim de esclarecer o papel desse mecanismo na esclerose tuberosa, e, possivelemente, levar ao uso de terapia de alvo molecular direcionada à via de autofagia, em conjunto com inibidores de mTOR ou sozinha. |
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Rosset, CléviaProlla, Patrícia Ashton2018-07-14T03:03:46Z2017http://hdl.handle.net/10183/180490001045970Introdução. As neurofibromatoses tipo 1 (NF1) e tipo 2 (NF2) e a esclerose tuberosa (ET) são as genodermatoses mais comuns, que possuem potencial de desenvolvimento de tumores benignos e malignos. Elas são síndromes hereditárias com padrão de herança autossômico dominante e expressividade altamente variável, causadas, respectivamente, por mutações nos genes supressores tumorais NF1, NF2 e TSC1 ou TSC2, todos com grande número de mutações diferentes descritas em bases de dados, envolvendo rearranjos e mutações de ponto. Objetivos. O objetivo deste trabalho foi caracterizar, do ponto de vista clínico e molecular, os pacientes e familiares com diagnóstico de NF1 e NF2 avaliados no Hospital de Clínicas de Porto Alegre e pacientes com diagnóstico de ET avaliados em centros da Rede Nacional de Câncer Familial, além de avaliar a expressão gênica global e os processos celulares em células com mutações em TSC1 e TSC2. Resultados. Foram recrutados 93 pacientes com NF1 e 7 com NF2, no sul do Brasil, e 53 pacientes com ET oriundos de 4 regiões do Brasil. Na análise molecular, a frequência de grandes rearranjos e mutações de ponto foi de 4,3 e 79,0% em NF1; 14,3 e 29,0% em NF2; e 9,0 e 81,0% em TSC1 e TSC2, sendo 33 variantes novas em NF1 e 20 em TSC1 e TSC2. Correlações genótipo-fenótipo específicas para a população brasileira não foram estabelecidas, mas algumas correlações previamente descritas também foram identificadas em nosso estudo. Hotspots para mutações não foram encontrados. Por fim, análise de processos celulares e expressão gênica com células mutadas e normais (com e sem rapamicina) mostrou que não há morte celular e mudança em fases de ciclo celular; entretanto, em pacientes com esclerose tuberosa, a indução de autofagia é muito maior do que em células controles após o tratamento com rapamicina (p=0,039). Discussão e conclusões. Este é o primeiro estudo do Brasil a realizar a caracterização molecular completa de pacientes com neurofibromatoses e esclerose tuberosa. A caracterização das variantes nesses pacientes é muito importante para confirmar o diagnóstico quando a clínica é duvidosa, para o acompanhamento da doença e a possível prevenção das características multissistêmicas. Além disso, foi demonstrado que a autofagia pode ser o mecanismo inicial que leva a formação de tumores em células com mutações em TSC1 ou TSC2. O processo de autofagia precisa ser estudado com mais detalhe a fim de esclarecer o papel desse mecanismo na esclerose tuberosa, e, possivelemente, levar ao uso de terapia de alvo molecular direcionada à via de autofagia, em conjunto com inibidores de mTOR ou sozinha.Introduction. Neurofibromatosis type 1 (NF1) and type 2 (NF2) and tuberous sclerosis (TSC) are the most common genodermatoses, with the potential to develop benign and malignant tumors. These genodermatoses are hereditary syndromes with an autosomal dominant inheritance pattern and highly variable expressivity. They are caused, respectively, by mutations in the tumor suppressor genes NF1, NF2 and TSC1 or TSC2, all with a large number of different mutations described, including rearrangements and point mutations. Objectives. The aim of this study was to perform clinical and molecular characterization of NF1 and NF2 patients and their relatives, evaluated at Hospital de Clínicas of Porto Alegre and patients diagnosed with TSC evaluated in the Familial Cancer National Network. In addition, we aimed to evaluate the global gene expression and cellular processes in cells with mutations in TSC1 and TSC2. Results. Ninety-three NF1 patients and 7 NF2 patients were recruited from south Brazil; 53 TSC patients were recruited from 4 Brazilian regions. In molecular analysis, the frequency of large rearrangements and point mutations was 4.3 and 79.0% in NF1; 14.3 and 29.0% in NF2; and 9.0 and 81.0% in TSC1 and TSC2, with 33 new variants in NF1 and 20 in TSC1 and TSC2. Specific genotype-phenotype correlations in Brazilian population were not established, but some previously described correlations were also identified in our study. Hotspots for mutations were not found. Finally, analysis of cellular processes and gene expression in normal and mutated cells (with and without rapamycin) showed that there is no cell death and change in cell cycle phases; however, in patients with tuberous sclerosis, the induction of autophagy is much greater than in control cells after treatment with rapamycin (p=0.039). Discussion and conclusion. This is the first Brazilian study to perform the complete molecular characterization of patients with neurofibromatoses and tuberous sclerosis. Variant characterization in these patients is very important to confirm diagnosis when the clinic is doubtful, to follow disease progress and possibly prevent the occurrence of multisystemic characteristics. In addition, we showed that autophagy may be the initial mechanism leading to tumor formation in cells with TSC1 or TSC2 mutations. Autophagy needs to be studied in more detail to clarify the role of this mechanism in tuberous sclerosis, and possibly lead to the use of autophagy-targeted molecular therapy, alone or in conjunction with mTOR inhibitors.application/pdfporEsclerose tuberosaNeurofibromatose 1Predisposição genética para doençaCaracterização clínica, molecular e de vias celulares de pacientes com neurofibromatose e esclerose tuberosa no Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de BiociênciasPrograma de Pós-Graduação em Genética e Biologia MolecularPorto Alegre, BR-RS2017doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001045970.pdf.txt001045970.pdf.txtExtracted Texttext/plain432484http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/180490/2/001045970.pdf.txte3302d6d1bfaf43124605bf517be57baMD52ORIGINAL001045970.pdf001045970.pdfTexto completoapplication/pdf2685590http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/180490/1/001045970.pdf735d9c9c991e6d8a8e76efe3688bcbceMD5110183/1804902022-02-22 04:46:00.845012oai:www.lume.ufrgs.br:10183/180490Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-02-22T07:46Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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