Avaliação de micrornas como biomarcadores moleculares no câncer de próstata
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/218110 |
Resumo: | A incidência do câncer de próstata (CaP) vem aumentando na população brasileira. Os diagnósticos atuais de CaP são baseados na detecção do antígeno específico da próstata (PSA) no sangue, no exame digital retal (DRE) e na biópsia da próstata. No entanto, o uso do DRE e do exame de triagem de PSA têm valor diagnóstico limitado. MicroRNAs (miRNAs) são pequenas sequências de RNA não codificador que regulam genes específicos envolvidos no início e no desenvolvimento do CaP. MiRNAs estáveis foram encontrados em fluidos biológicos, como plasma e urina, surgindo como uma nova classe não invasiva de biomarcadores para detecção do CaP. O objetivo deste estudo foi investigar o perfil de expressão dos miRNAs em amostras de plasma, urina e tecido da próstata de pacientes com diagnóstico de CaP e indivíduos controles, visando utilizar estes marcadores como exame de triagem para CaP. O estudo foi realizado com três conjuntos de amostras, divididos nas fases de “descoberta”, “triagem” e “validação”. Na fase de descoberta foram selecionados 44 miRNAs a partir de um estudo piloto e dados da literatura para serem analisados na fase de triagem por RT-qPCR. A expressão dos 44 miRNAs foi investigada nos três espécimes clínicos de 40 pacientes (20 pacientes com CaP e 20 controles), usando cartões de miRNA TaqMan Custom Array (Thermo Fisher Scientific). Nove miRNAs foram diferencialmente expressos na fase de triagem entre casos e controles nas amostras de plasma, urina e tecido. Destes nove miRNAs, quatro foram selecionados para fase de validação em 22 pacientes com CaP e 28 indivíduos controles, utilizando a mesma metodologia de PCR. Na etapa de validação foi constatado que os miR-200b-3p, miR-21-5p e miR-375 foram significativamente mais expressos no tecido de CaP em relação ao controle, apresentando valores AUC de 0,640, 0,740 e 0,815, respectivamente. Apenas o miR-375 foi significativamente regulado positivamente (AUC = 0,677) em amostras de plasma de pacientes com CaP em comparação com os controles. O mir-200b-3p plasmático mostrou valor AUC semelhante (0,664) em pacientes com CaP, mas sem significância estatística (P> 0,05). Os miRNAs urinários não mostraram valores de AUC com relevância estatística. A associação de pares de miRNAs ou sua combinação com valores de PSA não resultou em melhoria adicional aos valores de AUC observados, quando comparado com os valores de um único miRNA. Nossos resultados sugerem que o miR-375 deve ser considerado um potencial biomarcador de triagem para o diagnóstico de CaP, uma vez que a diferença de expressão significativa no plasma e no tecido da próstata. Entretanto, estudos prospectivos de grande escala ainda são necessários para corroborar nossos achados como biomarcadores adjuntos aos exames de PSA e DRE, auxiliando no diagnóstico de câncer de próstata. |
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Paiva, Rodrigo MinutoBrum, Ilma Simoni2021-02-20T04:17:33Z2020http://hdl.handle.net/10183/218110001122677A incidência do câncer de próstata (CaP) vem aumentando na população brasileira. Os diagnósticos atuais de CaP são baseados na detecção do antígeno específico da próstata (PSA) no sangue, no exame digital retal (DRE) e na biópsia da próstata. No entanto, o uso do DRE e do exame de triagem de PSA têm valor diagnóstico limitado. MicroRNAs (miRNAs) são pequenas sequências de RNA não codificador que regulam genes específicos envolvidos no início e no desenvolvimento do CaP. MiRNAs estáveis foram encontrados em fluidos biológicos, como plasma e urina, surgindo como uma nova classe não invasiva de biomarcadores para detecção do CaP. O objetivo deste estudo foi investigar o perfil de expressão dos miRNAs em amostras de plasma, urina e tecido da próstata de pacientes com diagnóstico de CaP e indivíduos controles, visando utilizar estes marcadores como exame de triagem para CaP. O estudo foi realizado com três conjuntos de amostras, divididos nas fases de “descoberta”, “triagem” e “validação”. Na fase de descoberta foram selecionados 44 miRNAs a partir de um estudo piloto e dados da literatura para serem analisados na fase de triagem por RT-qPCR. A expressão dos 44 miRNAs foi investigada nos três espécimes clínicos de 40 pacientes (20 pacientes com CaP e 20 controles), usando cartões de miRNA TaqMan Custom Array (Thermo Fisher Scientific). Nove miRNAs foram diferencialmente expressos na fase de triagem entre casos e controles nas amostras de plasma, urina e tecido. Destes nove miRNAs, quatro foram selecionados para fase de validação em 22 pacientes com CaP e 28 indivíduos controles, utilizando a mesma metodologia de PCR. Na etapa de validação foi constatado que os miR-200b-3p, miR-21-5p e miR-375 foram significativamente mais expressos no tecido de CaP em relação ao controle, apresentando valores AUC de 0,640, 0,740 e 0,815, respectivamente. Apenas o miR-375 foi significativamente regulado positivamente (AUC = 0,677) em amostras de plasma de pacientes com CaP em comparação com os controles. O mir-200b-3p plasmático mostrou valor AUC semelhante (0,664) em pacientes com CaP, mas sem significância estatística (P> 0,05). Os miRNAs urinários não mostraram valores de AUC com relevância estatística. A associação de pares de miRNAs ou sua combinação com valores de PSA não resultou em melhoria adicional aos valores de AUC observados, quando comparado com os valores de um único miRNA. Nossos resultados sugerem que o miR-375 deve ser considerado um potencial biomarcador de triagem para o diagnóstico de CaP, uma vez que a diferença de expressão significativa no plasma e no tecido da próstata. Entretanto, estudos prospectivos de grande escala ainda são necessários para corroborar nossos achados como biomarcadores adjuntos aos exames de PSA e DRE, auxiliando no diagnóstico de câncer de próstata.Prostate cancer (PCa) incidence has been rising in Brazilian population. Current PCa diagnostics are based on the detection of prostate specific antigen (PSA) in blood, digital rectal examination (DRE) and prostate biopsy. However, DRE and PSA screening have diagnostic value limited. MicroRNAs (miRNAs) are small sequences of non-coding RNA regulating specific genes involved in the onset and development of PCa. Stable miRNAs have been found in biofluids, such as plasma and urine, emerging as a non-invasive new class of biomarkers for PCa detection. The aim of the study was to investigate microRNA expression profile in plasma, urine and prostate tissue samples from patients with diagnosis of PCa and subject controls, using these markers as a screening test for PCa. The study was performed with three sample sets, divided in “discovery”, “screening” and “validation” phases. In the discovery phase 44 miRNAs were selected from a pilot study and data from the literature, to be carried out in the screening phase by RT-qPCR. Expression of 44 miRNAs was screened in three different clinical specimens of 40 patients (20 PCa patients and 20 controls) using TaqMan Custom Array miRNA cards (Thermo Fisher Scientific). Nine miRNAs were differentially expressed in the screening phase between cases and controls among plasma, urine and tissue samples. Then, four of the dysregulated miRNAs were selected for validation in 22 PCa patients and 28 subject controls, using the same PCR methodology. After validation, miR-200b-3p, miR-21-5p and miR-375 were significantly overexpressed in PCa tissue with AUC of 0.640, 0.740 and 0.815, respectively. Only miR-375 was significantly upregulated (AUC = 0.677) in plasma samples of PCa patients in comparison to the controls. Plasmatic mir-200b-3p showed similar AUC value (0.664) in PCa patients, but without significance (P > 0.05). Urinary miRNAs showed no significant statistical AUC values. Testing pair of miRNA or their combination with PSA values resulted in no further improvement of AUC values observed for single miRNA. Our results suggest that miR-375 should be considered as potential screening biomarker for the diagnosis of PCa, since the difference in expression was significant in plasma and prostate tissue. However, large-scale prospective studies are still needed to validate our findings as adjunct biomarkers for PSA and DRE in diagnosis of prostate cancer.application/pdfporMicroRNAsBiomarcadores tumoraisNeoplasias da próstataProstate cancerDiagnosisBiomarkersmiRNAAvaliação de micrornas como biomarcadores moleculares no câncer de próstatainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Ciências Básicas da SaúdePrograma de Pós-Graduação em Ciências Biológicas: FisiologiaPorto Alegre, BR-RS2020doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001122677.pdf.txt001122677.pdf.txtExtracted Texttext/plain299411http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/218110/2/001122677.pdf.txtae2c22c46975fcab6e17f235bab7feefMD52ORIGINAL001122677.pdfTexto completoapplication/pdf3835792http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/218110/1/001122677.pdfcf9fa8c63714be90952eecfeb60d422aMD5110183/2181102024-07-18 06:25:15.489oai:www.lume.ufrgs.br:10183/218110Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-07-18T09:25:15Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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A incidência do câncer de próstata (CaP) vem aumentando na população brasileira. Os diagnósticos atuais de CaP são baseados na detecção do antígeno específico da próstata (PSA) no sangue, no exame digital retal (DRE) e na biópsia da próstata. No entanto, o uso do DRE e do exame de triagem de PSA têm valor diagnóstico limitado. MicroRNAs (miRNAs) são pequenas sequências de RNA não codificador que regulam genes específicos envolvidos no início e no desenvolvimento do CaP. MiRNAs estáveis foram encontrados em fluidos biológicos, como plasma e urina, surgindo como uma nova classe não invasiva de biomarcadores para detecção do CaP. O objetivo deste estudo foi investigar o perfil de expressão dos miRNAs em amostras de plasma, urina e tecido da próstata de pacientes com diagnóstico de CaP e indivíduos controles, visando utilizar estes marcadores como exame de triagem para CaP. O estudo foi realizado com três conjuntos de amostras, divididos nas fases de “descoberta”, “triagem” e “validação”. Na fase de descoberta foram selecionados 44 miRNAs a partir de um estudo piloto e dados da literatura para serem analisados na fase de triagem por RT-qPCR. A expressão dos 44 miRNAs foi investigada nos três espécimes clínicos de 40 pacientes (20 pacientes com CaP e 20 controles), usando cartões de miRNA TaqMan Custom Array (Thermo Fisher Scientific). Nove miRNAs foram diferencialmente expressos na fase de triagem entre casos e controles nas amostras de plasma, urina e tecido. Destes nove miRNAs, quatro foram selecionados para fase de validação em 22 pacientes com CaP e 28 indivíduos controles, utilizando a mesma metodologia de PCR. Na etapa de validação foi constatado que os miR-200b-3p, miR-21-5p e miR-375 foram significativamente mais expressos no tecido de CaP em relação ao controle, apresentando valores AUC de 0,640, 0,740 e 0,815, respectivamente. Apenas o miR-375 foi significativamente regulado positivamente (AUC = 0,677) em amostras de plasma de pacientes com CaP em comparação com os controles. O mir-200b-3p plasmático mostrou valor AUC semelhante (0,664) em pacientes com CaP, mas sem significância estatística (P> 0,05). Os miRNAs urinários não mostraram valores de AUC com relevância estatística. A associação de pares de miRNAs ou sua combinação com valores de PSA não resultou em melhoria adicional aos valores de AUC observados, quando comparado com os valores de um único miRNA. Nossos resultados sugerem que o miR-375 deve ser considerado um potencial biomarcador de triagem para o diagnóstico de CaP, uma vez que a diferença de expressão significativa no plasma e no tecido da próstata. Entretanto, estudos prospectivos de grande escala ainda são necessários para corroborar nossos achados como biomarcadores adjuntos aos exames de PSA e DRE, auxiliando no diagnóstico de câncer de próstata. |
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