Perfil imunoinflamatório e dosagem de troponina-I após cirurgia de revascularização miocárdica com circulação extracorpórea : implicações sobre a função ventricular esquerda
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1998 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/197963 |
Resumo: | Introdução: O uso da circulação extracorpórea em cirurgias cardiacas promove lesão miocardica e liberação de citoquinas que podem estar associadas ao desenvolvimento da disfunção ventricular pós-operatória. Entretanto, a relação sequencial e temporal desta possível associação não está completamente elucidada. Objetivo: Avaliar a evolução sequencial dos níveis plasmáticos do fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), de seus receptores soluveis I e II (TNF-RI, TNF-RII), da interleucina-6 {IL-6) e da troponina-I (Tn-I) nas primeiras 24 horas após a cirurgia de revascularização do miocardio com circulação extracorpórea, bem como sua associação com a fração de ejeção do ventrículo esquerdo no pré-operatório, 24 horas e 7 dias após a cirurgia. Material e métodos: Foram estudados 19 pacientes submetidos a revascularização miocardica com circulação extracorpórea com boa função ventricular pré-operatória e com pós-operatório sem complicações. Foram colhidas amostras de sangue arterial após a indução anestésica, 3, 8 e 24 horas após o início da circulação extracorpórea e analisadas posteriormente através do método de ELISA para os diversos marcadores biológicos de interesse. Todos os pacientes tiveram a fração de ejeção do ventrículo esquerdo quantificada através de ventriculografia radioisotópica no pré-operatório, 24 horas e 7 dias após a cirurgia. Resultados: Os pacientes foram divididos em dois grupos: grupo A (aumento da fração de ejeção em 24 horas, n=10) e grupo D (diminuição da fração de ejeção em 24 horas, n= 9). Não houve diferenças entre os grupos com relação as variáveis clínicas (idade, peso, sexo, número de enxertos, frequência de mamarias, tempo de circulação extracorpórea e tempo de pinçamento aortico). As concentra9oes plasmaticas de TNF-a, TNF-RI, TNF-RII, IL-6 e Tn-I variaram de forma significativa (p≤ 0,001) ao longo das medidas sequenciais. Não houve diferença entre os valores plasmáticos dos marcadores biológicos quando comparado os grupos A e D, exceto por uma tendência para maiores níveis do TNF-α em 3 horas (grupo A= 12,7 pg/ml e grupo D= 25,3 pg/ml p= 0,06). Houve correlação entre o níveis séricos de Tn-I de 8 e 24 horas e os tempos de circulação extracorpórea (R= 0,46 e R= 0,5 respectivamente) e pinçamento aórtico (R= 0,49 e R= 0,59 respectivamente). Os níveis de Tn-I de 8 horas correlacionaram-se inversamente com a fração de ejeção de 24 horas de pós-operatório (R=- 0.44 p= 0,06). Conclusão: A cirurgia de revascularização miocardica com circulação extracorpórea está associada a uma elevação plasmática de TNF-α, TNF-RI, TNF-RII, IL-6 e Tn-I nas primeiras 24 horas de pós-operatório. Nossos dados não demonstram correlação entre os níveis de citoquinas e a depressão da fração de ejeção pós-operatória, entretanto sugere que haja associação entre os níveis de TNF-α e a fração de ejeção de 24 horas. Os níveis séricos de troponina-I correlacionam-se diretamente com o tempo de isquemia transoperatória e inversamente com a função ventricular de 24 horas, sugerindo ser um marcador da lesão miocardica transoperatória e indicador de maior risco de disfunção ventricular após a cirurgia. |
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