Extrato aquoso de Luehea divaricata Mart. (Malvaceae) atenua nocicepção e reduz marcadores pró-oxidantes em nervo isquiático e medula espinal de ratos com dor neuropática
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/215283 |
Resumo: | A dor neuropática (dor devido à lesão no tecido nervoso) é de difícil tratamento, e sabese que espécies reativas de oxigênio participam nessa condição dolorosa. A espécie Luehea divaricata, uma planta nativa do Brasil, conhecida popularmente como “açoitacavalo”, é usada por diferentes grupos étnicos para tratar diversas condições patológicas. Porém, desconhece-se seu efeito na dor neuropática. O presente estudo avaliou os efeitos da administração oral do extrato aquoso (EA) preparado de folhas de L. divaricata sobre nocicepção (medida pelos testes de von Frey e placa quente), índice funcional do nervo isquiático (IFI), e parâmetros de estresse oxidativo em medula espinal de ratos com dor neuropática induzida por lesão por constrição crônica (CCI) no nervo isquiático, um modelo de dor neuropática. Após aprovação pelo SISBIO (#543481) e comitê de ética no uso de animal da UFRGS (#31394), folhas de L. divaricata foram usadas para a preparação do EA. Inicialmente se determinou, no extrato, o conteúdo de fenóis totais, a atividade antioxidante, a presença de vitexina, a concentração de açúcares totais, sacarose, glicose, frutose, proteínas e triacilglicerídeos; e capacidade de inibição de dano oxidativo ao DNA supercoiled. Após, 72 ratos Wistar machos, adultos, foram divididos nos grupos experimentais controle (ratos sem intervenção cirúrgica), sham (ratos que tiveram o nervo isquiático direito exposto) e CCI (ratos que tiveram o nervo isquiático direito exposto e esse recebeu 4 amarraduras em seu tronco comum), os quais receberam, por gavage, os tratamentos: água para injeção (veículo) e EA, nas doses de 100, 300, 500 e 1000 mg/kg por 10 ou 35 dias; e gabapentina (50 mg/kg) e EA (500mg/kg)+gabapentina (30 mg/kg), por 10 dias. Os tratamentos tiveram início no dia da cirurgia, após recuperação da anestesia, e seguiu-se diariamente. O EA apresentou vitexina, marcador do gênero Luehea; conteúdo elevado de compostos fenólicos; atividade antioxidante e capacidade de inibir dano oxidativo ao DNA altas; predominância de sacarose; e baixa concentração de proteínas e triacilglicerídeos. A administração de EA aumentou significativamente os limiares de resposta aos testes de von Frey e placa quente e o IFI, reduzidos pela CCI. Os efeitos foram comparáveis ao da gabapentina e também encontrados após administração de EA+gabapentina. Em nervo isquiático, o EA preveniu acréscimo significativo nos valores de hidroperóxidos lipídicos, sem alterar significativamente a capacidade antioxidante total (TAC). Na medula espinal, o EA preveniu: aumento significativo na formação de ânion superóxido e nos valores de peróxido de hidrogênio e hidroperóxidos lipídicos; queda significativa nos tióis totais; e acréscimo significativo na TAC, alterações encontradas nos ratos CCI tratados com veículo. O EA não provocou alterações significativas no peso corporal e em valores de indicadores plasmáticos de função hepática (ALT, AST e bilirrubina) e renal (creatinina), e atividade de marcadores pró-oxidante e antioxidante no fígado. Assim, pela primeira vez se mostrou que o uso de EA de folhas de L. divaricata poderia ser uma alternativa para tratamento de dor neuropática induzida por CCI, e que alterações em parâmetros de estresse oxidativo são mecanismos pelos quais o extrato atua para induzir efeito antinociceptivo. |
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Kroth, AdarlyPartata, Wania Aparecida2020-11-20T04:15:12Z2020http://hdl.handle.net/10183/215283001119672A dor neuropática (dor devido à lesão no tecido nervoso) é de difícil tratamento, e sabese que espécies reativas de oxigênio participam nessa condição dolorosa. A espécie Luehea divaricata, uma planta nativa do Brasil, conhecida popularmente como “açoitacavalo”, é usada por diferentes grupos étnicos para tratar diversas condições patológicas. Porém, desconhece-se seu efeito na dor neuropática. O presente estudo avaliou os efeitos da administração oral do extrato aquoso (EA) preparado de folhas de L. divaricata sobre nocicepção (medida pelos testes de von Frey e placa quente), índice funcional do nervo isquiático (IFI), e parâmetros de estresse oxidativo em medula espinal de ratos com dor neuropática induzida por lesão por constrição crônica (CCI) no nervo isquiático, um modelo de dor neuropática. Após aprovação pelo SISBIO (#543481) e comitê de ética no uso de animal da UFRGS (#31394), folhas de L. divaricata foram usadas para a preparação do EA. Inicialmente se determinou, no extrato, o conteúdo de fenóis totais, a atividade antioxidante, a presença de vitexina, a concentração de açúcares totais, sacarose, glicose, frutose, proteínas e triacilglicerídeos; e capacidade de inibição de dano oxidativo ao DNA supercoiled. Após, 72 ratos Wistar machos, adultos, foram divididos nos grupos experimentais controle (ratos sem intervenção cirúrgica), sham (ratos que tiveram o nervo isquiático direito exposto) e CCI (ratos que tiveram o nervo isquiático direito exposto e esse recebeu 4 amarraduras em seu tronco comum), os quais receberam, por gavage, os tratamentos: água para injeção (veículo) e EA, nas doses de 100, 300, 500 e 1000 mg/kg por 10 ou 35 dias; e gabapentina (50 mg/kg) e EA (500mg/kg)+gabapentina (30 mg/kg), por 10 dias. Os tratamentos tiveram início no dia da cirurgia, após recuperação da anestesia, e seguiu-se diariamente. O EA apresentou vitexina, marcador do gênero Luehea; conteúdo elevado de compostos fenólicos; atividade antioxidante e capacidade de inibir dano oxidativo ao DNA altas; predominância de sacarose; e baixa concentração de proteínas e triacilglicerídeos. A administração de EA aumentou significativamente os limiares de resposta aos testes de von Frey e placa quente e o IFI, reduzidos pela CCI. Os efeitos foram comparáveis ao da gabapentina e também encontrados após administração de EA+gabapentina. Em nervo isquiático, o EA preveniu acréscimo significativo nos valores de hidroperóxidos lipídicos, sem alterar significativamente a capacidade antioxidante total (TAC). Na medula espinal, o EA preveniu: aumento significativo na formação de ânion superóxido e nos valores de peróxido de hidrogênio e hidroperóxidos lipídicos; queda significativa nos tióis totais; e acréscimo significativo na TAC, alterações encontradas nos ratos CCI tratados com veículo. O EA não provocou alterações significativas no peso corporal e em valores de indicadores plasmáticos de função hepática (ALT, AST e bilirrubina) e renal (creatinina), e atividade de marcadores pró-oxidante e antioxidante no fígado. Assim, pela primeira vez se mostrou que o uso de EA de folhas de L. divaricata poderia ser uma alternativa para tratamento de dor neuropática induzida por CCI, e que alterações em parâmetros de estresse oxidativo são mecanismos pelos quais o extrato atua para induzir efeito antinociceptivo.Neuropathic pain (pain due to nerve tissue injury) is difficult to treat, and it is known that reactive species of oxygen participate in this painful condition. The species Luehea divaricata, a plant native to Brazil, popularly known as "açoita-cavalo", is used by different ethnic groups to treat various pathological conditions. However, its effect on neuropathic pain is unknown. This study evaluated the effects of oral administration of the aqueous extract (AE) prepared from L. divaricata leaves on nociception (measured by von Frey's and hot plate tests), sciatic nerve functional index (SFI), and oxidative stress parameters in spinal cord of rats with chronic constriction injury (CCI)-induced neuropathic pain of the sciatic nerve, a model of neuropathic pain. After approval by SISBIO (#54348-1) and UFRGS animal ethics committee (#31394), L. divaricata leaves were used for the preparation of AE. Initially the content of total phenols, antioxidant activity, presence of vitexin, concentration of total sugars, sucrose, glucose, fructose, proteins and triacilglycerides were determined in the extract; as well as the capacity of inhibition of oxidative damage to the supercoiled DNA. Afterwards, 72 male Wistar rats, adults, were divided into the experimental groups Naive (rats did not undergo surgical manipulation), Sham (rats that had the right sciatic nerve exposed) and CCI (rats in which four ligatures were tied loosely around the right common sciatic nerve), which received, by gavage, the treatments: water for injection (vehicle) and AE, in doses of 100, 300, 500 and 1000 mg/kg for 10 or 35 days; and gabapentin (50 mg/kg) and AE (500 mg/kg)+gabapentin (30 mg/kg) for 10 days. The treatments began on the day of surgery, after recovery from anesthesia, and followed daily. The AE presented vitexin, a marker of the genus Luehea; high content of phenolic compounds; high antioxidant activity and high ability to inhibit oxidative damage to the DNA; predominance of sucrose; and low concentration of proteins and triacylglycerides. The administration of AE significantly increased the response thresholds to von Frey’s and hot plate tests and the SFI, reduced by CCI. The effects were comparable to that of gabapentin and also found after administration of AE+gabapentin. In sciatic nerve, AE prevented significant increase in lipid hydroperoxide values, without significantly altering the total antioxidant capacity (TAC). In spinal cord, the AE prevented: significant increase in superoxide anion formation and in hydrogen peroxide and lipid hydroperoxide values; significant drop in total thiols; and significant increase in the TAC, alterations found in vehicle-treated CCI rats. The AE did not cause significant changes in body weight and in values of plasma indicators of liver function (ALT, AST, and bilirubin) and renal function (creatinine), and activity of pro-oxidant and antioxidant markers in the liver. Thus, for the first time it was shown that the use of AE from L. divaricata leaves could be an alternative for treatment of CCI-induced neuropathic pain, and that changes in oxidative stress parameters are mechanisms by which the extract acts to induce antinociceptive effect.application/pdfporNervo isquiáticoMedula espinalDor crônicaNociceptividadeCapacidade de Absorbância de Radicais de OxigênioLuchea divaricataAntioxidantesFitoterapiaOxygen Radical Absorbance Capacity (ORAC)Chronic painPlants, medicinalNociceptionAntioxidant response elementsNutrientsExtrato aquoso de Luehea divaricata Mart. 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A dor neuropática (dor devido à lesão no tecido nervoso) é de difícil tratamento, e sabese que espécies reativas de oxigênio participam nessa condição dolorosa. A espécie Luehea divaricata, uma planta nativa do Brasil, conhecida popularmente como “açoitacavalo”, é usada por diferentes grupos étnicos para tratar diversas condições patológicas. Porém, desconhece-se seu efeito na dor neuropática. O presente estudo avaliou os efeitos da administração oral do extrato aquoso (EA) preparado de folhas de L. divaricata sobre nocicepção (medida pelos testes de von Frey e placa quente), índice funcional do nervo isquiático (IFI), e parâmetros de estresse oxidativo em medula espinal de ratos com dor neuropática induzida por lesão por constrição crônica (CCI) no nervo isquiático, um modelo de dor neuropática. Após aprovação pelo SISBIO (#543481) e comitê de ética no uso de animal da UFRGS (#31394), folhas de L. divaricata foram usadas para a preparação do EA. Inicialmente se determinou, no extrato, o conteúdo de fenóis totais, a atividade antioxidante, a presença de vitexina, a concentração de açúcares totais, sacarose, glicose, frutose, proteínas e triacilglicerídeos; e capacidade de inibição de dano oxidativo ao DNA supercoiled. Após, 72 ratos Wistar machos, adultos, foram divididos nos grupos experimentais controle (ratos sem intervenção cirúrgica), sham (ratos que tiveram o nervo isquiático direito exposto) e CCI (ratos que tiveram o nervo isquiático direito exposto e esse recebeu 4 amarraduras em seu tronco comum), os quais receberam, por gavage, os tratamentos: água para injeção (veículo) e EA, nas doses de 100, 300, 500 e 1000 mg/kg por 10 ou 35 dias; e gabapentina (50 mg/kg) e EA (500mg/kg)+gabapentina (30 mg/kg), por 10 dias. Os tratamentos tiveram início no dia da cirurgia, após recuperação da anestesia, e seguiu-se diariamente. O EA apresentou vitexina, marcador do gênero Luehea; conteúdo elevado de compostos fenólicos; atividade antioxidante e capacidade de inibir dano oxidativo ao DNA altas; predominância de sacarose; e baixa concentração de proteínas e triacilglicerídeos. A administração de EA aumentou significativamente os limiares de resposta aos testes de von Frey e placa quente e o IFI, reduzidos pela CCI. Os efeitos foram comparáveis ao da gabapentina e também encontrados após administração de EA+gabapentina. Em nervo isquiático, o EA preveniu acréscimo significativo nos valores de hidroperóxidos lipídicos, sem alterar significativamente a capacidade antioxidante total (TAC). Na medula espinal, o EA preveniu: aumento significativo na formação de ânion superóxido e nos valores de peróxido de hidrogênio e hidroperóxidos lipídicos; queda significativa nos tióis totais; e acréscimo significativo na TAC, alterações encontradas nos ratos CCI tratados com veículo. O EA não provocou alterações significativas no peso corporal e em valores de indicadores plasmáticos de função hepática (ALT, AST e bilirrubina) e renal (creatinina), e atividade de marcadores pró-oxidante e antioxidante no fígado. Assim, pela primeira vez se mostrou que o uso de EA de folhas de L. divaricata poderia ser uma alternativa para tratamento de dor neuropática induzida por CCI, e que alterações em parâmetros de estresse oxidativo são mecanismos pelos quais o extrato atua para induzir efeito antinociceptivo. |
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