Captação específica in vivo da [125 I] insulina pela tireóide de tartarugas Chrysemys dorbigni

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Coutinho, Ligia Maria Barbosa
Data de Publicação: 1982
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/275809
Resumo: Partindo de pesquisas que demonstraram a presença de sítios receptores à insulina na hipófise e nas suprarrenais, o presente trabalho teve por objetivo investigar a captação especifica desse hormônio pela glândula tireoide. Utilizaram-se tartarugas Chrysemys dorbigni adultas de ambos os sexos. Como procedimento experimental empregou-se o metodo in vivo descrito por Gagliardino e col. (1980) que consistia na administração intra-aórtica (i.a.) da [125 I] insulina(2 x 10^6cpm/Kg) e medida da radioatividade contida na glândula e no sangue, após diferentes intervalos de tempo. Os resultados foram expressos pela relação contas por minuto (cpm) por grama de tireõide por contas por minuto(cpm) por grama de sangue (T/S). A captação especifica foi determinada pela administração da [125 I] insulina juntamente com excesso de insulina não marcada (1mg/Kg de peso corporal). Procedia-se tambem à análise da natureza do material radioativo captado pela glândula através do método de filtração molecular em gel de Sephadex G-50. Obtiveram-se os seguintes resultados: 1. A captação radioativa pela tireóide aumentou em função do tempo de injeção i.a. de [125 I] insulina. Esse aumento foi progressivo até os 60 minutos e extraordinariamente acentuado aos 120 e .180 minutos. Quando os animais recebiam previamente injeção de iodeto de potássio (solução 0,15 M), a captação máxima da radioatividade ocorreu aos 30 minutos; 2. A administração da [125I] insulina juntamente com excesso de insulina não marcada reduziu significativamente a captação da radioatividade pela tireóide, nos animais tratados ou não com iodeto de potássio. Na primeira situação, a relação T/S manteve-se constante durante 180 minutos. Na segunda, essa relação apresentou marcado aumento em função do tempo; 3. A relação T/S foi similar em tartarugas machos e fêmeas. 4. A administração de hormônio de crescimento, glucagon ou prolactina juntamente com a [125 I] insulina não reduziu a captação da radioatividade. Somente a insulina não marcada foi capaz de competir com a [125 I] insulina, reduzindo essa captação; 5. A redução da captação da radioatividade foi dose-dependente da insulina não marcada. O ED50 foi de 10^-1 a 10μg/Kg de peso corporal, em ambos grupos de animais, tratados ou não com iodeto de potássio; 6. Aos 15 minutos da administração de [125 I] insulina, 90 % da radioatividade contida no homogenizado da glândula eluiu no pico correspondente à insulina, quando cromatografado em gel de Sephadex G-50. Idêntico comportamento foi observado em homogenizado de tireóide de animais previamente tratados com iodeto de potássio; 7. Com o decorrer do tempo da injeção da [125I] insulina (60, 120 e 180 minutos), a percentagem da radioatividade, que eluiu no pico correspondente à insulina, diminuía enquanto aumentava a radioatividade no pico correspondente ao iodeto de sódio radioativo. Em tempos mais tardios(120 e 180 minutos) observou-se o aparecimento de material radioativo de maior peso molecular do que a própria insulina; 8 A administração da insulina não marcada juntamente com [125 I] insulina retardou a degradação do hormônio marcado captado pela glândula; 9. O tratamento prévio com iodeto de potássio impediu o aparecimento do material radioativo com alto peso molecular, observado em glândulas de tartarugas injetadas apenas com [125 I] insulina. Face à demonstração de captação específica de [125 1] insulina, confirmada pela análise cromatográfica do material radioativo encontrado nos extratos da tireóide, pode-se admitir que essa glândula, em tartarugas Chrysemys dorbigni possui sítios receptores à insulina.
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