Banco de dados de cirurgia cardiovascular do Hospital de Clínicas de Porto Alegre – Projeto Ancora – HCPA : da elaboração à prática

• Autor(a) principal: Tagliari, Ana Paula
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/194382
• topic: Procedimentos cirúrgicos cardiovasculares; Base de dados; Qualidade da assistência à saúde; Controle de formulários e registros; Sistemas computadorizados de registros médicos; Hospital de Clínicas de Porto Alegre; Cardiovascular Surgical Procedures; Medical Education; Health Care Quality Assurance; Database

A necessidade crescente de melhoria na qualidade do atendimento aos pacientes e a busca do aprimoramento constante dos resultados cirúrgicos depende, sobretudo, da análise de dados precisos e confiáveis. Elaborar registros clínicos de alta qualidade implica no desenvolvimento de bancos de dados bem elaborados, de fácil aplicabilidade e reprodutíveis. Com este objetivo idealizou-se a criação do Projeto ANCORA-HCPA, bANCo de dadOs da ciruRgia cardiovasculAr do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, uma plataforma totalmente informatizada para coleta, armazenamento e análise de dados em cirurgia cardiovascular. Neste trabalho são descritas as etapas de construção e execução desta iniciativa, bem como os resultados preliminares obtidos após sua implementação no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, um hospital universitário terciário do Sul do Brasil. A nova plataforma foi criada baseada nas ferramentas do Google®. Dados de 271 pacientes consecutivos arrolados de maio de 2015 a fevereiro de 2017 foram prospectivamente recordados e analisados. Como resultado, obteve-se uma taxa de inclusão de 100% dos pacientes, sem perda de dados em um banco de dados composto por mais de 500 variáveis (235 pré-operatórias, 170 trans-operatórias, 37 durante internação em unidade de terapia intensiva e 73 pós-operatórias). Os principais desfechos adversos pós-operatórios precoces observados foram: fibrilação atrial nova (22,5%), broncopneumonia (10,7%), delirium (10,3%), insuficiência renal aguda (10%) e acidente vascular cerebral (5%). Comparando-se as taxas de mortalidade no primeiro e segundo ano da iniciativa, uma redução de 10,8% para 4% (p =0,042), respectivamente, foi evidenciada. Esta nova proposta de registro e análise de dados mostrou-se plenamente factível, efetiva e de ampla aplicabilidade, permitindo a avaliação das taxas de sucesso e complicações e o consequente desenvolvimento de programas de melhoria de qualidade cirúrgica.