Impacto da medicação pré-anestésica na ansiedade pré-operatória e no delírio pós-operatório de crianças submetidas à cirurgia ambulatorial

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Stangler, Maira Isis dos Santos
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/30978
Resumo: Introdução: Estudos têm demonstrado que a ansiedade perioperatória é um fator com efeito negativo em desfechos clínicos como fobias, pesadelos, insônia, enurese, distúrbios de linguagem, temor de pessoas vestidas de branco, incapacidade de interagir e brincar com outras crianças e agressividade, dentre outros. Além da ansiedade, a agitação pós-operatória, também denominada emergence delirium, é um fenômeno clínico muito bem documentado em crianças. O interesse nas possíveis influências da ansiedade perioperatória e nos desfechos do pós-operatório, tais como agitação ao despertar e dor, contribui para a busca de uma pré-medicação ideal. Midazolam é uma pré-medicação oral já amplamente utilizada em anestesia pediátrica para reduzir a ansiedade perioperatória e garantir a indução anestésica tranquila. Atualmente, existem outras drogas que estão sendo utilizadas e comparadas quanto aos seus benefícios e efeitos. Objetivos: Nosso estudo tem por objetivo comparar os efeitos de melatonina, clonidina e cetamina com os de midazolam na redução da ansiedade pré-operatória e na incidência da agitação ao despertar em crianças submetidas a cirurgias ambulatoriais. Material e Métodos: Foram estudadas 113 crianças de 2 a 6 anos, que realizaram cirurgia ambulatorial, com bloqueio inguinal e anestesia geral. As crianças foram aleatoriamente distribuídas para receber um dos quatro tipos de pré-medicação. Foram avaliadas quanto à sedação perioperatória, quanto à ansiedade por meio da Escala MYPAS (Modified Yale Preoperative Anxiety Scale) e quanto à agitação por meio da Escala PAED (Pediatric Anesthesia Emergence Delirium), quanto à dor na Children's Hospital of Eastern Ontario Pain Scale, CHEOPS e quanto ao temperamento na Escala para avaliar o temperamento em crianças, EASI. Avaliaram-se também outros fatores como, o tempo de despertar pós-operatório e o tempo de permanência na SR até o momento da alta. O consumo de morfina também foi observado. Resultados: Midazolam administrado antes da cirurgia foi mais eficaz que melatonina, clonidina e cetamina para produzir ansiólise e sedação antes da introdução da máscara anestésica. Midazolam pré-operatório determinou maior risco de delírio de emergência grave no pós-operatório do que melatonina e cetamina. As crianças medicadas com morfina haviam apresentado delírio grave ao despertar, sendo este o principal motivo de sua administração. Nos desfechos secundários, melatonina apresentou um despertar mais rápido; o tempo até a alta da criança não diferiu significativamente entre os grupos. Conclusões: Sugerimos que a escolha da medicação pré-operatória deve levar em conta as propriedades específicas dos fármacos e temperamento dos pacientes para evitar ansiedade e delírio no pré e pós-operatório. Assim, um estudo clínico futuro poderia avaliar a combinação de midazolam com outras medicações sedativas e ansiolíticas no pré-operatório, permitindo melhorar os desfechos perioperatórios pelos efeitos benéficos aditivos.
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Atualmente, existem outras drogas que estão sendo utilizadas e comparadas quanto aos seus benefícios e efeitos. Objetivos: Nosso estudo tem por objetivo comparar os efeitos de melatonina, clonidina e cetamina com os de midazolam na redução da ansiedade pré-operatória e na incidência da agitação ao despertar em crianças submetidas a cirurgias ambulatoriais. Material e Métodos: Foram estudadas 113 crianças de 2 a 6 anos, que realizaram cirurgia ambulatorial, com bloqueio inguinal e anestesia geral. As crianças foram aleatoriamente distribuídas para receber um dos quatro tipos de pré-medicação. Foram avaliadas quanto à sedação perioperatória, quanto à ansiedade por meio da Escala MYPAS (Modified Yale Preoperative Anxiety Scale) e quanto à agitação por meio da Escala PAED (Pediatric Anesthesia Emergence Delirium), quanto à dor na Children's Hospital of Eastern Ontario Pain Scale, CHEOPS e quanto ao temperamento na Escala para avaliar o temperamento em crianças, EASI. Avaliaram-se também outros fatores como, o tempo de despertar pós-operatório e o tempo de permanência na SR até o momento da alta. O consumo de morfina também foi observado. Resultados: Midazolam administrado antes da cirurgia foi mais eficaz que melatonina, clonidina e cetamina para produzir ansiólise e sedação antes da introdução da máscara anestésica. Midazolam pré-operatório determinou maior risco de delírio de emergência grave no pós-operatório do que melatonina e cetamina. As crianças medicadas com morfina haviam apresentado delírio grave ao despertar, sendo este o principal motivo de sua administração. Nos desfechos secundários, melatonina apresentou um despertar mais rápido; o tempo até a alta da criança não diferiu significativamente entre os grupos. Conclusões: Sugerimos que a escolha da medicação pré-operatória deve levar em conta as propriedades específicas dos fármacos e temperamento dos pacientes para evitar ansiedade e delírio no pré e pós-operatório. Assim, um estudo clínico futuro poderia avaliar a combinação de midazolam com outras medicações sedativas e ansiolíticas no pré-operatório, permitindo melhorar os desfechos perioperatórios pelos efeitos benéficos aditivos.Introduction: Studies have shown that perioperative anxiety is a factor with negative effects on clinical outcomes such as phobias, nightmares, insomnia, enuresis, language disorders, fear of people dressed in white, inability to interact and play with other children and aggressiveness, among others. Besides anxiety, postoperative agitation, also called emergence delirium, is a well documented clinical phenomenon in children. Interest in the possible influence of perioperative anxiety and postoperative outcomes such as emergence agitation and pain, contribute to the search for an ideal premedication. Midazolam is an oral premedication already widely used in pediatric anesthesia to reduce perioperative anxiety and to ensure a quiet induction of anesthesia. Currently, there are other drugs being used and compared for their benefits and effects. Objectives: Our study aims to compare the effects of melatonin, clonidine and ketamine with those of midazolam in reducing anxiety and perioperative incidence of emergence agitation in children undergoing outpatient surgery. Material and Methods: 113 children were studied, aged 2 to 6 years, who underwent outpatient surgery with inguinal block and general anesthesia. Children were randomly assigned to receive one of four types of premedication. They were evaluated for perioperative sedation and anxiety through the MYPAS Scale and for agitation by the PAED scale, about to pain Children's Hospital of Eastern Ontario Pain Scale CHEOPS and how to temper the Scale of child temperament EASI. Other factors were evaluated such as emergence time and postoperative length of stay in recovery until the time of discharge. Morphine consumption was also observed. Results: Midazolam administered before surgery was more effective than melatonin, clonidine and ketamine to produce anxiolysis and sedation before the introduction of mask anesthesia. Preoperative midazolam caused greater risk of severe postoperative delirium than melatonin and ketamine. Children being treated with morphine presented severe delirium upon awakening, this being the main reason of its use. In the secondary endpoint, melatonin showed a faster awakening effect; time to discharge of the children did not differ significantly between the groups. Conclusions: We suggest that the choice of preoperative medication should take into account the specific properties of drugs and temperament of the patient to avoid anxiety and delirium in the pre- and postoperative stages. Thus, a future clinical study would evaluate the combination of midazolam with others preoperative medication, thereby improving the postoperative results by the added benefit effects.application/pdfporMedicação pré-anestésicaAnestesiaProcedimentos cirúrgicos ambulatóriosCriançaDelírioAnsiedadePeríodo pós-operatórioPeríodo pré-operatórioImpacto da medicação pré-anestésica na ansiedade pré-operatória e no delírio pós-operatório de crianças submetidas à cirurgia ambulatorialinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Medicina: Ciências MédicasPorto Alegre, BR-RS2010mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000777644.pdf.txt000777644.pdf.txtExtracted Texttext/plain110167http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/30978/2/000777644.pdf.txt21cc8ea2841399a48094e69a64b6cd42MD52ORIGINAL000777644.pdf000777644.pdfTexto completoapplication/pdf988889http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/30978/1/000777644.pdf3c57e6700dfda0bad350a3ba58cc8248MD51THUMBNAIL000777644.pdf.jpg000777644.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1331http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/30978/3/000777644.pdf.jpg54e8e3a95810ae0436b6c50cc1e9b103MD5310183/309782024-01-06 04:36:32.531366oai:www.lume.ufrgs.br:10183/30978Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-01-06T06:36:32Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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