Influência das lesões de caudofagia na fase de terminação sobre o desempenho zootécnico, sanitário e condenações ao abate de suínos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marques, Brenda Maria Ferreira Passos Prado
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/24997
Resumo: O presente trabalho avaliou a influência de lesões de caudofagia em suínos na terminação sobre o ganho de peso, variáveis sanitárias, ocorrência de lesões e condenações ao abate. O estudo foi realizado em quatro propriedades (PROP) de terminação de suínos. Para cada suíno com lesão de caudofagia foram selecionados dois controles, totalizando a avaliação dos seguintes números de animais: PROP1: 87; PROP2: 33; PROP3: 60; PROP4: 132. As lesões na cauda foram classificadas conforme o grau de severidade (escore de 0 a 4, sendo 0 normal e a severidade aumentando até os graus 2 e 3, e como grau 4 para lesões cicatrizadas). A cada uma de 4 a 6 avaliações (conforme a idade inicial do 1o diagnóstico do problema), os animais eram pesados e as lesões na cauda avaliadas. Em todas as propriedades, foi observada uma recuperação das lesões de caudofagia na terceira avaliação. Nas PROP 1 e 3, animais com lesões de escore 3 (severas) tiveram menor ganho de peso (P<0,05) comparados aos animais de escore 0. Além disso, na PROP3, animais com escore 3 foram menos pesados (P<0,05) ao abate do que aqueles de escore 0. A chance de animais com escore 3 terem artrite e apresentarem nódulos subcutâneos e/ou abscessos foi 25,5 e 30,4 vezes maior, respectivamente, em comparação aos animais com escore 0. Tanto animais com escore 2 (moderado) quanto os com escore 3 apresentaram maiores chances (P<0,05) de terem abscessos ou lesões pulmonares (pleurite e pneumonia embólica) em comparação aos animais sem lesão de cauda. Houve desvio ao Departamento de Inspeção Federal (DIF) de 21,6% (62/287) das carcaças, de animais com lesões e controles, sendo que a caudofagia foi a causa de 66,1% das condenações. Animais com lesões de escore 2 e 3 apresentaram 6,0 e 9,3 vezes maiores chances de terem suas carcaças desviadas ao DIF, respectivamente, comparados aos animais de escore 0. Os animais com lesões de caudofagia representaram 63,0% das carcaças que tiveram destino “não exportável” e 75,0% das carcaças com outros destinos. Considerando os percentuais aproximados de perdas relativas definidas pelo frigorífico visitado para as categorias de condenação (não-exportável, embutido, conserva e graxaria), isto representaria a perda de 15,58 animais (total de 18,12% entre os 86 animais que foram diagnosticados com caudofagia na granja). Isso permite concluir que, nas condições desse estudo, de cada 5 animais que são visualizados com canibalismo na terminação vai ocorrer a perda total de 1 no frigorífico. A esse prejuízo devem ser somados os animais que foram sacrificados nas granjas ou que vieram a morrer devido aos problemas causados pelas complicações das lesões na cauda. No estudo atual, foi possível determinar que, entre todos os que haviam apresentado lesões de canibalismo nas granjas, apenas dois mantinham lesões detectáveis externamente por ocasião do abate, o que pode ser explicado pela ocorrência muito precoce das lesões de caudofagia nos casos observados. Por outro lado, no abate desses animais do grupo com caudofagia, mas sem lesões externas no abate, foi observado um grande número de condenações por abscessos e lesões pulmonares. Isso sugere existir uma dicotomia entre as situações de campo e de frigorífico, reforçando a necessidade de uma melhor ligação entre esses contextos para estimar adequadamente o seu impacto.
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Em todas as propriedades, foi observada uma recuperação das lesões de caudofagia na terceira avaliação. Nas PROP 1 e 3, animais com lesões de escore 3 (severas) tiveram menor ganho de peso (P<0,05) comparados aos animais de escore 0. Além disso, na PROP3, animais com escore 3 foram menos pesados (P<0,05) ao abate do que aqueles de escore 0. A chance de animais com escore 3 terem artrite e apresentarem nódulos subcutâneos e/ou abscessos foi 25,5 e 30,4 vezes maior, respectivamente, em comparação aos animais com escore 0. Tanto animais com escore 2 (moderado) quanto os com escore 3 apresentaram maiores chances (P<0,05) de terem abscessos ou lesões pulmonares (pleurite e pneumonia embólica) em comparação aos animais sem lesão de cauda. Houve desvio ao Departamento de Inspeção Federal (DIF) de 21,6% (62/287) das carcaças, de animais com lesões e controles, sendo que a caudofagia foi a causa de 66,1% das condenações. Animais com lesões de escore 2 e 3 apresentaram 6,0 e 9,3 vezes maiores chances de terem suas carcaças desviadas ao DIF, respectivamente, comparados aos animais de escore 0. Os animais com lesões de caudofagia representaram 63,0% das carcaças que tiveram destino “não exportável” e 75,0% das carcaças com outros destinos. Considerando os percentuais aproximados de perdas relativas definidas pelo frigorífico visitado para as categorias de condenação (não-exportável, embutido, conserva e graxaria), isto representaria a perda de 15,58 animais (total de 18,12% entre os 86 animais que foram diagnosticados com caudofagia na granja). Isso permite concluir que, nas condições desse estudo, de cada 5 animais que são visualizados com canibalismo na terminação vai ocorrer a perda total de 1 no frigorífico. A esse prejuízo devem ser somados os animais que foram sacrificados nas granjas ou que vieram a morrer devido aos problemas causados pelas complicações das lesões na cauda. No estudo atual, foi possível determinar que, entre todos os que haviam apresentado lesões de canibalismo nas granjas, apenas dois mantinham lesões detectáveis externamente por ocasião do abate, o que pode ser explicado pela ocorrência muito precoce das lesões de caudofagia nos casos observados. Por outro lado, no abate desses animais do grupo com caudofagia, mas sem lesões externas no abate, foi observado um grande número de condenações por abscessos e lesões pulmonares. Isso sugere existir uma dicotomia entre as situações de campo e de frigorífico, reforçando a necessidade de uma melhor ligação entre esses contextos para estimar adequadamente o seu impacto.The present work assessed the influence of tail biting lesions in finishing pigs in relation to weight gain, health, occurrence of lesions and carcass condemnation at slaughter. The study was carried out in four finishing units (PROP) and the following number of animals were assessed: PROP1: 87; PROP2: 33; PROP3: 60; PROP4: 132. To each animal with tail biting two controls were selected. Tail lesions were classified according the degrees of severity (scores from 0 to 4, 0 classified as normal and severity increasing until the degrees 2 and 3, and degree 4 meaning healed lesions). In each one of 4 to 6 visits (depending on the age of the 1st diagnosis of the problem), the animals were weighed and tail lesions assessed. In all farms, healing of tail lesions was observed in the third evaluation. In PROP 1 and 3, injured animals with score 3 showed smaller weight gain (P<0,05) when compared with animals with score 0. In PROP3, animals with score 3 were lighter (P<0,05) at slaughter than those with score 0. The chance for animals with score 3 to show arthritis and subcutaneous nodules and/or abscesses was 25,5 and 30,4 times higher, respectively, when compared with animals with score 0. Animals with scores 2 (moderate) and 3 (severe) had higher chances (P<0,05) of having abscesses or lung lesions (pleuritis and embolic pneumonia) when compared to animals without tail lesions. Trimming was observed in 21,6% (62/287) of the carcasses of injured and controls, and tail lesions corresponded to 66,1% among condemnations. Animals with lesions of scores 2 and 3 presented 6,0 and 9,3 higher chances of having trimmed carcasses, respectively, when compared with animals with score 0. Animals with tail lesion represented 63,0% of the carcasses with “non exportable” destination and 75,0% of the carcasses with other destinations. Considering the percentile of losses in each category defined by the slaughterhouse visited in this work (non exportable, processed, preserve and grease), this would represent a total loss of 15,58 animals (loss of a total of 18,82% among 86 animals with cannibalism). In the conditions of this study, this would mean that from 5 animals diagnosed with cannibalism in the finishing period, one would be totally wasted at the slaughter time. To this damage must be added the animals that were euthanazied in the herds or those died due to complications of tail injuries. In the present study, an individual diagnosis was performed in the farms of all animals with external lesions suggestive of tail cannibalism and all affected animals were followed at slaughter. Because of this, it was possible to observe that between all animals diagnosed with cannibalism at farm level, only two remained with lesions externally detectable at slaughter, what could be explained by the precocity of the lesions present in the cases analyzed by us. On the other hand, at the slaughter of this group of animals of the cannibalism group but without external lesions at slaughter, a great number of condemnations occurred by abscesses and lung lesions. This suggests that there is a dicotomy between slaughter and field situations, reinforcing the need for a better liaison between these contexts, to be able to adequately assess its impact.application/pdfporSuinoculturaSuínos : Cauda : LesõesPleurite : SuinosTail bitingScoreCondemnationsPleuritisAbscessesInfluência das lesões de caudofagia na fase de terminação sobre o desempenho zootécnico, sanitário e condenações ao abate de suínosInfluence of tail biting on pig performance, health, lesions and condemnations at slaughter of finishing pigs info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de VeterináriaPrograma de Pós-Graduação em Ciências VeterináriasPorto Alegre, BR-RS2010mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000749351.pdf.txt000749351.pdf.txtExtracted Texttext/plain115332http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/24997/2/000749351.pdf.txt2db1ee1c831ecaa4349051ad62976ac6MD52ORIGINAL000749351.pdf000749351.pdfTexto completoapplication/pdf4149830http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/24997/1/000749351.pdfbc018e02c95da80833095bedbdae73afMD51THUMBNAIL000749351.pdf.jpg000749351.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1183http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/24997/3/000749351.pdf.jpgd6070d65221881d80998dd81680893c6MD5310183/249972018-10-17 08:40:30.377oai:www.lume.ufrgs.br:10183/24997Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-17T11:40:30Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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