Padrões na produtividade e na composição do pescado na pesca artesanal costeira e fluvial brasileira

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lima, Evelyn Gonçalves
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/131924
Resumo: Os recursos pesqueiros estão sendo sobre-explotados mundialmente. A pesca pode conduzir ao efeito de cascata trófica e essa exploração pode ser insustentável. Por isso políticas de manejo são urgentes, mas faltam dados para subsidiar tais políticas e nesse sentido, estudos com pescadores artesanais através de entrevistas têm colaborado com o conhecimento sobre a dinâmica pesqueira. A pesca artesanal brasileira é a principal atividade econômica ou de subsistência e o pescado é a maior fonte de proteínas para populações caboclas ribeirinhas amazônicas e populações de caiçaras que vivem na área litorânea da Mata Atlântica. Esta pesquisa analisou padrões ecológicos espaciais e temporais na pesca artesanal brasileira em dois ecossistemas: a costa sudeste da Mata Atlântica e a Amazônia fluvial, tendo como base de dados entrevistas realizadas com pescadores ao longo de vários projetos de pesquisa. No capítulo 1 analisou-se a produtividade pesqueira no litoral sudeste. Foi testada a variação da biomassa média capturada citada pelos entrevistados em função de fatores temporais (idade do pescador e data em que ocorreu sua última pescaria) e espaciais (região aonde se localiza a comunidade do pescador entrevistado). Foram analisadas entrevistas com 423 pescadores, que indicaram que: a) houve uma diminuição na quantidade de peixes capturados ao longo do tempo; b) a biomassa capturada não foi influenciada pelo fator espacial; c) não houve influência da idade do pescador na biomassa capturada mencionada. O capítulo 2 abordou a costa sudeste da Mata Atlântica e a Amazônia fluvial. Foram analisadas a composição dos peixes, através dos nomes populares citados e seu nível trófico médio. Foram analisadas entrevistas com 658 pescadores da Amazônia fluvial (de 1987 a 2006) e 821 pescadores da costa sudeste da Mata Atlântica (de 1986 a 2009) (n=1479 entrevistados). Não houve variação do nível trófico segundo o tempo, porém o nível trófico variou de acordo com os fatores espaciais (ecossistema e região), sendo que o fator que mais influenciou essa variação foi região. Na costa sudeste da Mata Atlântica há possível substituição das espécies de nível trófico similar por outras espécies de mesmo valor econômico com o tempo. Na Amazônia fluvial esse padrão de substituição das espécies não foi observado. Conclui-se que a diminuição da biomassa capturada ao longo do tempo somada à substituição de determinadas espécies de peixes capturados na costa da Mata Atlântica, podem indicar que a pesca não está sendo sustentável. Medidas preventivas de manejo pesqueiro devem ser implementadas.
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Esta pesquisa analisou padrões ecológicos espaciais e temporais na pesca artesanal brasileira em dois ecossistemas: a costa sudeste da Mata Atlântica e a Amazônia fluvial, tendo como base de dados entrevistas realizadas com pescadores ao longo de vários projetos de pesquisa. No capítulo 1 analisou-se a produtividade pesqueira no litoral sudeste. Foi testada a variação da biomassa média capturada citada pelos entrevistados em função de fatores temporais (idade do pescador e data em que ocorreu sua última pescaria) e espaciais (região aonde se localiza a comunidade do pescador entrevistado). Foram analisadas entrevistas com 423 pescadores, que indicaram que: a) houve uma diminuição na quantidade de peixes capturados ao longo do tempo; b) a biomassa capturada não foi influenciada pelo fator espacial; c) não houve influência da idade do pescador na biomassa capturada mencionada. O capítulo 2 abordou a costa sudeste da Mata Atlântica e a Amazônia fluvial. Foram analisadas a composição dos peixes, através dos nomes populares citados e seu nível trófico médio. Foram analisadas entrevistas com 658 pescadores da Amazônia fluvial (de 1987 a 2006) e 821 pescadores da costa sudeste da Mata Atlântica (de 1986 a 2009) (n=1479 entrevistados). Não houve variação do nível trófico segundo o tempo, porém o nível trófico variou de acordo com os fatores espaciais (ecossistema e região), sendo que o fator que mais influenciou essa variação foi região. Na costa sudeste da Mata Atlântica há possível substituição das espécies de nível trófico similar por outras espécies de mesmo valor econômico com o tempo. Na Amazônia fluvial esse padrão de substituição das espécies não foi observado. Conclui-se que a diminuição da biomassa capturada ao longo do tempo somada à substituição de determinadas espécies de peixes capturados na costa da Mata Atlântica, podem indicar que a pesca não está sendo sustentável. Medidas preventivas de manejo pesqueiro devem ser implementadas.Fisheries resources are being over-exploited worldwide. Excessive fishing can lead to trophic cascades and this exploration may be unsustainable. Therefore, management policies are urgent, but data are lacking to support such policies. In this sense, studies addressing interviews with fishermen have collaborated with the knowledge about the dynamics of fishing. The Brazilian artisanal fishing is the main economic and subsistence activity and the main source of protein for riverine Amazonian Caboclo populations and caiçara populations, who live in the coastal area of the Atlantic Forest. This study examined spatial and temporal ecological patterns in Brazilian artisanal fisheries in two ecosystems: the southeast coast of the Atlantic Forest and the fluvial Amazon; the data was based in interviews with fishermen on the course of several research projects. In Chapter 1 it was analyzed the fishery productivity in the southeastern coast. It was checked the variation in the average biomass of fish captured according to the interviews with fishers, due to temporal factors (fishermen’s age and date of their last fishery) and spatial factors (the region where the community of fishermen interviewed is located). There were analyzed interviews with 423 fishers, indicating that: a) there was a decrease in the biomass of fish caught over time, b) the biomass of fish caught was not influenced by the spatial factor c) there was no influence of age of the fisherman on the biomass of fish caught that was mentioned by them. Chapter 2 addressed the southeast coast of the Atlantic Forest and the Inland freshwater Amazon. It was analyzed the composition of fish caught, through their popular names mentioned by fishers and their mean trophic level. There were analyzed interviews with 658 fishers in the Amazon Basin (from 1987 to 2006) and with 821 fishers in to the southeast coast of the Atlantic Forest (from 1986 to 2009) (n = 1479 fishers). There was no variation in trophic level according to the time since the last fishing trip, and according to the spatial factors (ecosystem and region), and the region was the factor that most influenced the variation in trophic level. On the southeast coast of the Atlantic Forest species with similar trophic levels have been probably replaced by species of similar economic value over time. However, in the freshwater Amazon this pattern of species replacement was not observed. It is concluded that the decrease in biomass captured over time and the replacement of species on the Atlantic coast, may indicate that the fishery has been not sustainable. Preventive fisheries management measures should thus be devised.application/pdfporPesca artesanalBiomassa de pescadoSegurança alimentarSustentabilidadeArtisanal fisheriesFish biomassSustainabilityTrophic level overfishingFood securityFisheries managementPadrões na produtividade e na composição do pescado na pesca artesanal costeira e fluvial brasileirainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de BiociênciasPrograma de Pós-Graduação em EcologiaPorto Alegre, BR-RS2012mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000980890.pdf000980890.pdfTexto completoapplication/pdf992424http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/131924/1/000980890.pdf09d268e51dac2b93e5d8e3b95df834a0MD51TEXT000980890.pdf.txt000980890.pdf.txtExtracted Texttext/plain137741http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/131924/2/000980890.pdf.txte8496c2429644666a4284eb91a4a26baMD52THUMBNAIL000980890.pdf.jpg000980890.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1117http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/131924/3/000980890.pdf.jpg1224d1d54d76c60f9f3e4109a8773027MD5310183/1319242018-10-25 10:14:45.815oai:www.lume.ufrgs.br:10183/131924Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-25T13:14:45Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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