Transcendência intramundana : duas atualizações da crítica hegeliana
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/185986 |
Resumo: | Quais os potenciais de transformação a Teoria Crítica poderia ainda suscitar em tempos de esvaziamento da ideia de proletariado? A teoria normativa precisa pressupor um ideal (expectacional) para amparar a prática emancipatória. Esse ideal precisaria, não obstante, para comportar certa dinâmica transformativa incluente da práxis, comprometer-se com a negação do campo das expectativas normativas, isto é, do plano da justificação das demandas por uma “vida boa”. Analisando essa dificuldade, própria de uma crítica com exigências de transcendência intramundana, especialmente pelo prisma da teoria do reconhecimento de Axel Honneth, verificamos que o autor buscaria juntar tanto a essencialidade dos conflitos como a ideia de normatividade na Luta por Reconhecimento a fim de poder fazer uma leitura racional e ainda fiel ao projeto de modernidade da sociedade. Verificamos assim que Honneth, apesar de agregar o conflito e a dinâmica de demandas possivelmente indeterminadas como questões para a teoria do reconhecimento e do processo de emancipação social, não se afasta plenamente do projeto de defesa da razão moderna como sustentáculo e princípio maior para amparar o progresso social seguro, tal como Habermas o sustenta na versão de uma ética do discurso. Para pôr esse projeto em perspectiva com o seu arquétipo de crítica, isto é, com o modelo que revela a necessidade de uma transcendência intramundana, buscamos interpretar o conceito de Pöbel (plebe) na Filosofia do Direito de Hegel. Esse conceito nos permite diferenciar dois tipos ideais no modo como se realiza e se ampara um juízo racional que tem por base a liberdade como chave de leitura do progresso. Com essa diferenciação tornamos mais claro o problema que envolve a relação entre teoria e práxis na efetividade da crítica social, pois os dois tipos ideais comportariam riscos assim como teriam seus benefícios, caso adotados em particular e em exclusão um do outro. A partir dessa identificação, procuramos elucidar que uma ética do reconhecimento deveria comportar uma meta-ética que lhe abrisse para momentos de questionamento do próprio conteúdo racional nas expectativas de justiça, dado que se abre a uma leitura em que a experiência tem primazia sobre a consciência, isso ao menos da perspectiva da “política”. Logo, sabendo que “a coruja de Minerva só alça voo ao entardecer”, não podendo assim ser guia último e absoluto do homem, o conceito de reconhecimento, caso queira ser base não só de uma ética, mas de uma política, necessitaria incluir um momento de “indeterminação produtiva” nos momentos lógicos que explicam sua dinâmica social. |
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Longoni, Lucas SchönhofenSilva, Felipe Gonçalves2018-12-06T02:45:05Z2018http://hdl.handle.net/10183/185986001082489Quais os potenciais de transformação a Teoria Crítica poderia ainda suscitar em tempos de esvaziamento da ideia de proletariado? A teoria normativa precisa pressupor um ideal (expectacional) para amparar a prática emancipatória. Esse ideal precisaria, não obstante, para comportar certa dinâmica transformativa incluente da práxis, comprometer-se com a negação do campo das expectativas normativas, isto é, do plano da justificação das demandas por uma “vida boa”. Analisando essa dificuldade, própria de uma crítica com exigências de transcendência intramundana, especialmente pelo prisma da teoria do reconhecimento de Axel Honneth, verificamos que o autor buscaria juntar tanto a essencialidade dos conflitos como a ideia de normatividade na Luta por Reconhecimento a fim de poder fazer uma leitura racional e ainda fiel ao projeto de modernidade da sociedade. Verificamos assim que Honneth, apesar de agregar o conflito e a dinâmica de demandas possivelmente indeterminadas como questões para a teoria do reconhecimento e do processo de emancipação social, não se afasta plenamente do projeto de defesa da razão moderna como sustentáculo e princípio maior para amparar o progresso social seguro, tal como Habermas o sustenta na versão de uma ética do discurso. Para pôr esse projeto em perspectiva com o seu arquétipo de crítica, isto é, com o modelo que revela a necessidade de uma transcendência intramundana, buscamos interpretar o conceito de Pöbel (plebe) na Filosofia do Direito de Hegel. Esse conceito nos permite diferenciar dois tipos ideais no modo como se realiza e se ampara um juízo racional que tem por base a liberdade como chave de leitura do progresso. Com essa diferenciação tornamos mais claro o problema que envolve a relação entre teoria e práxis na efetividade da crítica social, pois os dois tipos ideais comportariam riscos assim como teriam seus benefícios, caso adotados em particular e em exclusão um do outro. A partir dessa identificação, procuramos elucidar que uma ética do reconhecimento deveria comportar uma meta-ética que lhe abrisse para momentos de questionamento do próprio conteúdo racional nas expectativas de justiça, dado que se abre a uma leitura em que a experiência tem primazia sobre a consciência, isso ao menos da perspectiva da “política”. Logo, sabendo que “a coruja de Minerva só alça voo ao entardecer”, não podendo assim ser guia último e absoluto do homem, o conceito de reconhecimento, caso queira ser base não só de uma ética, mas de uma política, necessitaria incluir um momento de “indeterminação produtiva” nos momentos lógicos que explicam sua dinâmica social.What potential transformations could the Critical Theory still give rise to in times of emptying of the idea of the proletariat? Normative theory needs to presuppose an ideal (expectation) to support emancipatory practice. This ideal, however, would need to include some transformative dynamics of praxis, to be committed to the negation of the field of normative expectations, that is, of the plane of justification of the demands for a "good life." Analyzing this difficulty, typical of a critique with demands of intramundane transcendence, especially from the prism of Axel Honneth's recognition theory, we verified that the author sought to combine both the essentiality of the conflicts and the idea of normativity in the Struggle for Recognition, to do a rational and still faithful reading to the project of modernity of society. We thus find that Honneth, while adding the conflict and the dynamics of possibly indeterminate demands as questions to the theory of recognition and the process of social emancipation, does not depart fully from the project of defense of modern reason as a support and major principle to support the secure social progress, as Habermas maintains in the version of a discourse ethics In order to put this project in perspective with its critical archetype, that is, with the model that reveals the need for intramundane transcendence, we seek to interpret the concept of Pöbel (plebs) in Hegel's Philosophy of Right. This concept allows us to differentiate between two ideal types in the way how is realized and supported a rational judgment that is based on freedom as a key to reading of progress. With this differentiation we make clearer the problem of the relationship between theory and praxis in the effectiveness of social critique, since the two ideal types would entail risks as well as their benefits, if adopted in particular and in exclusion of one another. From this identification, we try to elucidate that an ethics of recognition should entail a meta-ethic that opens it to moments of questioning the rational content itself in the expectations of justice, given that Hegelianism opens to a reading in which experience takes precedence over consciousness, at least from the perspective of "politics". Therefore, knowing that "Minerva's owl only takes flight at dusk," and thus cannot be the ultimate and absolute guide of man, the concept of recognition, if it were to be based not only on an ethic but on a policy, would need to include a moment of "productive indetermination" in the logical moments that explain its social dynamics.application/pdfporHegel, Georg Wilhelm Friedrich, 1770-1831Honneth, Axel, 1949-Negação (Filosofia)Teoria críticaFilosofiaIndeterminacyNegationCritiqueHonnethTranscendência intramundana : duas atualizações da crítica hegelianainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em FilosofiaPorto Alegre, BR-RS2018mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001082489.pdf.txt001082489.pdf.txtExtracted Texttext/plain225569http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/185986/2/001082489.pdf.txt321238edc6ca3c45bf62ec14fcdb4c16MD52ORIGINAL001082489.pdfTexto completoapplication/pdf724724http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/185986/1/001082489.pdfb28a85e3c2e94d7f3b82202cd8946e5bMD5110183/1859862018-12-07 02:50:27.87675oai:www.lume.ufrgs.br:10183/185986Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-12-07T04:50:27Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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