Cuid(ar)-se em saúde mental nas residências em atenção psicossocial : como resistir à medicalização?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Schmitt, Micaela Koch
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/272703
Resumo: A pandemia de covid-19 transformou profundamente o modo de vida e de se relacionar das pessoas desde o seu surgimento em 2019, em Wuhan/China. Grandes populações foram confinadas em suas casas, sem acesso a lazer, serviços de saúde (que não fossem considerados essenciais) e atividades escolares. Trabalho sob a forma de home office e sistemas de telessaúde se espalharam com extrema rapidez para que a sociedade pudesse suprir suas necessidades e empreender seu desenvolvimento cotidiano, mas sem ou com o mínimo contato físico, o olho no olho, o corpo a corpo, a pele com pele. Vivências como o medo pelo desconhecido, a dor pelo grande número de mortes, a ansiedade por não conseguir dar conta das atividades sob o modo on-line, a desestruturação de rotinas e da vida domiciliar, a imposição de novas rotinas, a ausência da rua para o contato com áreas livres e até mesmo para as manifestações coletivas, além do stress laboral entre aqueles que tinham que cuidar do medo, da dor, da ansiedade e do sofrimento psíquico do outros, como os profissionais de saúde mental. Tudo isso fez com que muitas pessoas recorressem a práticas de autocuidado ou cuidados profissionais que antes não recorriam, o uso de medicações era uma alternativa fácil ao alívio emocional na ausência das tantas alternativas que envolvem contato físico ou presença em ambientes coletivos. Esta pesquisa procurou conhecer e compreender o cuidado entre residentes de saúde mental alinhados com a luta antimanicomial, bem como se o uso de medicação foi um recurso usado pelos residentes de programas multiprofissionais em saúde mental e quais as outras formas de cuidado que se fizeram necessárias. Assim, foram recebidos 14 questionários de retorno de egressos dos anos de 2020, 2021 e 2022 dos programas de saúde mental do RS, nos meses de agosto a outubro de 2023 que puderam nos sinalizar um pouco sobre as questões de medicalização e cuidados na pandemia. Os resultados nos mostram que os residentes não usaram de medicação durante a pandemia com o intuito de suportar o confinamento e as adversidades do período, bem como procuraram o cuidado em atividades de lazer, psicoterapia entre outras, apesar do aumento de sintomas ansiosos entre eles.
id URGS_9767af6a960c091f097da7e8bac038e8
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/272703
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Schmitt, Micaela KochRodrigues, Elisandro2024-03-02T05:04:00Z2023http://hdl.handle.net/10183/272703001196034A pandemia de covid-19 transformou profundamente o modo de vida e de se relacionar das pessoas desde o seu surgimento em 2019, em Wuhan/China. Grandes populações foram confinadas em suas casas, sem acesso a lazer, serviços de saúde (que não fossem considerados essenciais) e atividades escolares. Trabalho sob a forma de home office e sistemas de telessaúde se espalharam com extrema rapidez para que a sociedade pudesse suprir suas necessidades e empreender seu desenvolvimento cotidiano, mas sem ou com o mínimo contato físico, o olho no olho, o corpo a corpo, a pele com pele. Vivências como o medo pelo desconhecido, a dor pelo grande número de mortes, a ansiedade por não conseguir dar conta das atividades sob o modo on-line, a desestruturação de rotinas e da vida domiciliar, a imposição de novas rotinas, a ausência da rua para o contato com áreas livres e até mesmo para as manifestações coletivas, além do stress laboral entre aqueles que tinham que cuidar do medo, da dor, da ansiedade e do sofrimento psíquico do outros, como os profissionais de saúde mental. Tudo isso fez com que muitas pessoas recorressem a práticas de autocuidado ou cuidados profissionais que antes não recorriam, o uso de medicações era uma alternativa fácil ao alívio emocional na ausência das tantas alternativas que envolvem contato físico ou presença em ambientes coletivos. Esta pesquisa procurou conhecer e compreender o cuidado entre residentes de saúde mental alinhados com a luta antimanicomial, bem como se o uso de medicação foi um recurso usado pelos residentes de programas multiprofissionais em saúde mental e quais as outras formas de cuidado que se fizeram necessárias. Assim, foram recebidos 14 questionários de retorno de egressos dos anos de 2020, 2021 e 2022 dos programas de saúde mental do RS, nos meses de agosto a outubro de 2023 que puderam nos sinalizar um pouco sobre as questões de medicalização e cuidados na pandemia. Os resultados nos mostram que os residentes não usaram de medicação durante a pandemia com o intuito de suportar o confinamento e as adversidades do período, bem como procuraram o cuidado em atividades de lazer, psicoterapia entre outras, apesar do aumento de sintomas ansiosos entre eles.The covid-19 pandemic has profoundly transformed people's way of life and relationships since its emergence in 2019, in Wuhan/China. Large populations were confined to their homes, without access to leisure, health services (that were not considered essential) and school activities. Work in the form of home office and telehealth systems spread extremely quickly so that society could meet its needs and undertake its daily development, but without or with minimal physical contact, eye to eye, hand-to-hand, skin to skin. Experiences such as fear of the unknown, pain due to the large number of deaths, anxiety at not being able to handle activities online, the disruption of routines and home life, the imposition of new routines, the absence of the street for contact with free areas and even for collective demonstrations, in addition to work stress among those who had to deal with the fear, pain, anxiety and psychological suffering of others, such as mental health professionals. All of this led many people to resort to self-care practices or professional care that they had not previously resorted to, the use of medication was an easy alternative to emotional relief in the absence of so many alternatives that involve physical contact or presence in collective environments. This research sought to understand and understand care among mental health residents aligned with the anti-asylum struggle, as well as whether the use of medication was a resource used by residents of multidisciplinary mental health programs and what other forms of care were necessary. Thus, 14 return questionnaires were received from graduates from the years 2020, 2021 and 2022 of mental health programs in RS, in the months of August to October 2023, which were able to tell us a little about the issues of medicalization and care in the pandemic. The results show us that residents did not use medication during the pandemic in order to withstand the confinement and adversities of the period, as well as seeking care in leisure activities, psychotherapy, among others, despite the increase in anxious symptoms among them.application/pdfporEducação em saúdeMedicamentosPandemia de COVID-19 (2020-)Saúde mentalHealth educationMedicationPandemicMultiprofessional residencyMental healthCuid(ar)-se em saúde mental nas residências em atenção psicossocial : como resistir à medicalização?info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de EducaçãoPrograma de Pós-Graduação em EducaçãoPorto Alegre, BR-RS2023mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001196034.pdf.txt001196034.pdf.txtExtracted Texttext/plain156369http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/272703/2/001196034.pdf.txt1e1f986eaa68a0368579ba67002c6f45MD52ORIGINAL001196034.pdfTexto completoapplication/pdf477909http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/272703/1/001196034.pdf6f2d42b43dca78f00c59e2d6276ec803MD5110183/2727032024-03-03 05:00:49.105451oai:www.lume.ufrgs.br:10183/272703Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-03-03T08:00:49Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Cuid(ar)-se em saúde mental nas residências em atenção psicossocial : como resistir à medicalização?
title Cuid(ar)-se em saúde mental nas residências em atenção psicossocial : como resistir à medicalização?
spellingShingle Cuid(ar)-se em saúde mental nas residências em atenção psicossocial : como resistir à medicalização?
Schmitt, Micaela Koch
Educação em saúde
Medicamentos
Pandemia de COVID-19 (2020-)
Saúde mental
Health education
Medication
Pandemic
Multiprofessional residency
Mental health
title_short Cuid(ar)-se em saúde mental nas residências em atenção psicossocial : como resistir à medicalização?
title_full Cuid(ar)-se em saúde mental nas residências em atenção psicossocial : como resistir à medicalização?
title_fullStr Cuid(ar)-se em saúde mental nas residências em atenção psicossocial : como resistir à medicalização?
title_full_unstemmed Cuid(ar)-se em saúde mental nas residências em atenção psicossocial : como resistir à medicalização?
title_sort Cuid(ar)-se em saúde mental nas residências em atenção psicossocial : como resistir à medicalização?
author Schmitt, Micaela Koch
author_facet Schmitt, Micaela Koch
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Schmitt, Micaela Koch
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Rodrigues, Elisandro
contributor_str_mv Rodrigues, Elisandro
dc.subject.por.fl_str_mv Educação em saúde
Medicamentos
Pandemia de COVID-19 (2020-)
Saúde mental
topic Educação em saúde
Medicamentos
Pandemia de COVID-19 (2020-)
Saúde mental
Health education
Medication
Pandemic
Multiprofessional residency
Mental health
dc.subject.eng.fl_str_mv Health education
Medication
Pandemic
Multiprofessional residency
Mental health
description A pandemia de covid-19 transformou profundamente o modo de vida e de se relacionar das pessoas desde o seu surgimento em 2019, em Wuhan/China. Grandes populações foram confinadas em suas casas, sem acesso a lazer, serviços de saúde (que não fossem considerados essenciais) e atividades escolares. Trabalho sob a forma de home office e sistemas de telessaúde se espalharam com extrema rapidez para que a sociedade pudesse suprir suas necessidades e empreender seu desenvolvimento cotidiano, mas sem ou com o mínimo contato físico, o olho no olho, o corpo a corpo, a pele com pele. Vivências como o medo pelo desconhecido, a dor pelo grande número de mortes, a ansiedade por não conseguir dar conta das atividades sob o modo on-line, a desestruturação de rotinas e da vida domiciliar, a imposição de novas rotinas, a ausência da rua para o contato com áreas livres e até mesmo para as manifestações coletivas, além do stress laboral entre aqueles que tinham que cuidar do medo, da dor, da ansiedade e do sofrimento psíquico do outros, como os profissionais de saúde mental. Tudo isso fez com que muitas pessoas recorressem a práticas de autocuidado ou cuidados profissionais que antes não recorriam, o uso de medicações era uma alternativa fácil ao alívio emocional na ausência das tantas alternativas que envolvem contato físico ou presença em ambientes coletivos. Esta pesquisa procurou conhecer e compreender o cuidado entre residentes de saúde mental alinhados com a luta antimanicomial, bem como se o uso de medicação foi um recurso usado pelos residentes de programas multiprofissionais em saúde mental e quais as outras formas de cuidado que se fizeram necessárias. Assim, foram recebidos 14 questionários de retorno de egressos dos anos de 2020, 2021 e 2022 dos programas de saúde mental do RS, nos meses de agosto a outubro de 2023 que puderam nos sinalizar um pouco sobre as questões de medicalização e cuidados na pandemia. Os resultados nos mostram que os residentes não usaram de medicação durante a pandemia com o intuito de suportar o confinamento e as adversidades do período, bem como procuraram o cuidado em atividades de lazer, psicoterapia entre outras, apesar do aumento de sintomas ansiosos entre eles.
publishDate 2023
dc.date.issued.fl_str_mv 2023
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2024-03-02T05:04:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/272703
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001196034
url http://hdl.handle.net/10183/272703
identifier_str_mv 001196034
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/272703/2/001196034.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/272703/1/001196034.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 1e1f986eaa68a0368579ba67002c6f45
6f2d42b43dca78f00c59e2d6276ec803
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1810085640231976960