Comparação entre o dano muscular induzido por exercícios de força : multiarticular versus monoarticular
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/130783 |
Resumo: | A dor muscular após a realização de exercícios intensos tem sido objeto de investigações científicas desde o início do século XX. O primeiro tópico da revisão de literatura contextualiza historicamente o estudo envolvendo a dor muscular e revisita as evidências que levaram ao conhecimento de que a dor muscular tardia é resultado de dano à estrutura muscular, associado a contrações excêntricas. O dano muscular induzido por contrações excêntricas é largamente abordado na literatura, no entanto, recentemente alguns estudos passaram a utilizar exercícios convencionais do treinamento de força para induzir dano muscular e estudar a manifestação e a recuperação de marcadores indiretos de dano muscular. Uma das principais variáveis do treino de força é a seleção dos exercícios, que podem ser divididos em multiarticulares e monoarticulares. O segundo tópico da revisão de literatura trata da definição desses tipos de exercícios e dos estudos que investigaram as diferenças entre eles. Foi constatado que não há consenso na literatura sobre o dano muscular após a execução de exercícios de força multiarticulares e monoarticulares. Portanto, o objetivo do estudo foi comparar o dano muscular induzido por um exercício multiarticular versus monoarticular em indivíduos destreinados. Vinte e quatro sujeitos saudáveis e destreinados foram divididos em dois grupos aleatoriamente: grupo multi (n=12), que realizou o exercício multiarticular Puxada pela Frente e grupo mono (n=12), que realizou o exercício monoarticular Rosca Scott. O protocolo de exercício consistiu de quatro séries de 10 repetições a 80% de uma repetição máxima (1RM). Os flexores do cotovelo foram avaliados nos momentos pré, 0, 24, 48, 72 e 96 h após o protocolo de exercício através do decréscimo na produção de força (CIVM), da dor muscular tardia (DMT) por palpação do braço e extensão do cotovelo, da espessura muscular (EM), do grau de ecogenicidade (ECO) dos músculos Braquial e Bíceps Braquial e da concentração plasmática de creatina cinase (CK). Todos os marcadores apresentaram diferenças significativas ao longo do tempo comparado com o pré. Houve diferença significativa entre os grupos apenas na DMT por palpação (DMT-p) em 24 e 48 h e na CK em 24 e 96 h. O grupo mono apresentou maior DMT-p, enquanto o grupo multi apresentou maior CK. Nenhum dos outros marcadores indireto de dano muscular apresentou diferença significativa entre os grupos. Houve variabilidade nas respostas ao dano muscular devido à responsividade dos sujeitos. Quando separados em responsivos (R) e não-responsivos (NR), grupos mais homogêneos foram formados, porém resultados semelhantes foram encontrados, exceto no ECO, o qual, nos NR, apresentou redução nos valores, o que não corrobora com o comportamento reportado na literatura para essa variável. Os achados sugerem que, em indivíduos destreinados, não há diferença no dano muscular induzido por exercícios de força multiarticulares e monoarticulares. |
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Pompermayer, Marcelo GavaPinto, Ronei Silveira2015-12-08T02:42:40Z2015http://hdl.handle.net/10183/130783000979586A dor muscular após a realização de exercícios intensos tem sido objeto de investigações científicas desde o início do século XX. O primeiro tópico da revisão de literatura contextualiza historicamente o estudo envolvendo a dor muscular e revisita as evidências que levaram ao conhecimento de que a dor muscular tardia é resultado de dano à estrutura muscular, associado a contrações excêntricas. O dano muscular induzido por contrações excêntricas é largamente abordado na literatura, no entanto, recentemente alguns estudos passaram a utilizar exercícios convencionais do treinamento de força para induzir dano muscular e estudar a manifestação e a recuperação de marcadores indiretos de dano muscular. Uma das principais variáveis do treino de força é a seleção dos exercícios, que podem ser divididos em multiarticulares e monoarticulares. O segundo tópico da revisão de literatura trata da definição desses tipos de exercícios e dos estudos que investigaram as diferenças entre eles. Foi constatado que não há consenso na literatura sobre o dano muscular após a execução de exercícios de força multiarticulares e monoarticulares. Portanto, o objetivo do estudo foi comparar o dano muscular induzido por um exercício multiarticular versus monoarticular em indivíduos destreinados. Vinte e quatro sujeitos saudáveis e destreinados foram divididos em dois grupos aleatoriamente: grupo multi (n=12), que realizou o exercício multiarticular Puxada pela Frente e grupo mono (n=12), que realizou o exercício monoarticular Rosca Scott. O protocolo de exercício consistiu de quatro séries de 10 repetições a 80% de uma repetição máxima (1RM). Os flexores do cotovelo foram avaliados nos momentos pré, 0, 24, 48, 72 e 96 h após o protocolo de exercício através do decréscimo na produção de força (CIVM), da dor muscular tardia (DMT) por palpação do braço e extensão do cotovelo, da espessura muscular (EM), do grau de ecogenicidade (ECO) dos músculos Braquial e Bíceps Braquial e da concentração plasmática de creatina cinase (CK). Todos os marcadores apresentaram diferenças significativas ao longo do tempo comparado com o pré. Houve diferença significativa entre os grupos apenas na DMT por palpação (DMT-p) em 24 e 48 h e na CK em 24 e 96 h. O grupo mono apresentou maior DMT-p, enquanto o grupo multi apresentou maior CK. Nenhum dos outros marcadores indireto de dano muscular apresentou diferença significativa entre os grupos. Houve variabilidade nas respostas ao dano muscular devido à responsividade dos sujeitos. Quando separados em responsivos (R) e não-responsivos (NR), grupos mais homogêneos foram formados, porém resultados semelhantes foram encontrados, exceto no ECO, o qual, nos NR, apresentou redução nos valores, o que não corrobora com o comportamento reportado na literatura para essa variável. Os achados sugerem que, em indivíduos destreinados, não há diferença no dano muscular induzido por exercícios de força multiarticulares e monoarticulares.Muscle soreness after intense exercise has been investigated since the early twentieth century. The first topic of the literature review historically contextualizes the study of muscle soreness and revisits evidences that shed light on the fact that muscle soreness is a consequence of damage to muscle structure, associated with eccentric contractions. Eccentric-induced muscle damage is largely studied and reported on the literature. However studies recently began to use conventional strength training exercises to induce muscle damage and account for the manifestation and recovery of indirect markers of muscle damage. A major intervenient variable in strength training is exercise selection, which can be defined as multiple and single-joint exercises (MJ and SJ, respectively). The second topic of the literature review deals with these different exercise types and the investigation carried out in this field. It was found that there is no consensus concerning muscle damage after MJ and SJ exercises. Therefore, the aim of the study was to compare MJ and SJ exercises on muscle damage in untrained subjects. Twenty four healthy and untrained subjects were randomly assigned to one of two groups: MJ group (n=12), which performed a Front Pull-Down and SJ group (n=12), which performed an elbow flexion with a Scott bench. Exercise protocol consisted of four sets of 10 repetitions at 80% of one repetition maximum (1RM). Elbow flexors were evaluated at pre, 0, 24, 48, 72 and 96 h post-exercise through reduction in muscular force (CIVM), muscle soreness (DMT) by palpation and by elbow extension, muscle thickness (EM), echo intensity (ECO) of brachialis and bíceps brachii and plasma creatine kinase activity (CK). All markers of damage presented significant differences across time compared to pre-exercise. There was a statistically significant difference between groups in DMT by palpation (DMT-p) at 24 and 48 h and in CK at 24 and 96 h. SJ group presented larger DMT-p while MJ group presented higher CK. Neither of the other indirect markers of muscle damage showed stastistical differences between groups. A marked variability was demonstrated in muscle damage responses due to subjects’ responsiveness. When splitted in responders (R) and non-responders (NR), more homogenous groups were formed, yet similar trends were found, except for ECO, where a reduction in values were evident in NR, which do not corroborate with the literature. The findings of the present study suggest that there are no differences in muscle damage induced by MJ and SJ exercises in untrained individuals.application/pdfporTreinamento de forçaLesões do esporteDorDano muscularInduced muscle damageStrength trainingMultiple-jointSingle-jointComparação entre o dano muscular induzido por exercícios de força : multiarticular versus monoarticularinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulEscola de Educação FísicaPrograma de Pós-Graduação em Ciências do Movimento HumanoPorto Alegre, BR-RS2015.mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000979586.pdf.txt000979586.pdf.txtExtracted Texttext/plain171468http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/130783/2/000979586.pdf.txtbf3c029e723c1d602b03dc9b88d7df08MD52ORIGINAL000979586.pdf000979586.pdfTexto completoapplication/pdf854321http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/130783/1/000979586.pdf20bc7fa7a7e1a0ec2a62a5eb33d72e6aMD51THUMBNAIL000979586.pdf.jpg000979586.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1085http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/130783/3/000979586.pdf.jpgaa68ebe131a0b84f0f647683dec1bdb4MD5310183/1307832018-10-25 09:45:46.972oai:www.lume.ufrgs.br:10183/130783Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-25T12:45:46Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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