Relação entre níveis de BDNF e comportamentos de dor em pacientes internados em um centro de terapia intensiva
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/204116 |
Resumo: | INTRODUÇÃO: O alívio da dor é um direito humano. No entanto, a dor atualmente não aliviada é muito comum em pacientes de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). As diretrizes de prática clínica para o manejo da dor em pacientes adultos internados em UTIs recomendam que a dor seja rotineiramente monitorada em todos os pacientes. O padrão ouro para avaliar a dor é o autorrelato. Na UTI, entretanto, muitos pacientes não conseguem relatar sua dor, devido à ventilação mecânica e aos distúrbios de consciência. Nesses casos, é recomendado que a avaliação da dor seja feita por meio de escalas comportamentais. Com o intuito de auxiliar na mensuração da dor, são necessários estudos mais avançados, como é o caso do BDNF (brain-derived neurotrophic fator), que surge como uma possibilidade efetiva para esta análise. OBJETIVO: Verificar a relação entre níveis de BDNF e dor em pacientes internados em UTIs. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de coorte prospectivo, em um hospital universitário no sul do Brasil. O processo de tradução do instrumento consistiu em uma versão inicial para o português do Brasil, síntese da tradução, retrotradução para o inglês e, por fim, avaliação por um comitê de especialistas. Dois enfermeiros treinados utilizaram as versões CPOT e BPS do Português Brasileiro para as seguintes avaliações: a) repouso no início; b) após estimulação nociceptiva padronizada por algometria de pressão (SNSPA) com pressão máxima de 14 kgf/cm2; c) durante a troca de posição; e d) 15 minutos após a mudança de posição e realizado coleta sanguínea para mensuração de BDNF. RESULTADOS: De um total de 1019 pacientes admitidos na UTI na qual este estudo foi realizado, apenas 166 foram incluídos no estudo. A idade média foi de 65,0 anos (APACHE II: 23,9 pontos). As mulheres obtiveram resultados inferiores tanto no CPOT (p=0,033) quanto no BPS (p=0,033), quando comparadas aos homens. Já o limiar da dor foi maior no sexo feminino (p=0,010). Foram encontradas relações fracas e positivas do Tolerância CPOT Total e do CPOT Expressão Facial com a idade, além de correlações moderadas e positivas do Tolerância CPOT Total e do BPS Total com a Escala de Glasgow. Houve relação fraca e negativa da Escala de Glasgow com o limiar da dor, e esta escala e o sexo foram as únicas variáveis associadas (R2=19,2% até 54,5%) à variação dos escores de Standart Pain Stimulus (SPS) CPOT, de SPS BPS e de limiar da dor. Apenas a Escala de Glasgow associou 34,8% do escore Tolerância CPOT Expressão Facial. CONCLUSÃO: O uso das versões brasileiras do CPOT e do BPS mostrou boa confiabilidade e validade em pacientes críticos não verbais no Brasil. A algometria de pressão, uma forma específica de estimulação nociceptiva, parece ser uma abordagem padronizada para melhorar a medição da precisão do CPOT e do BPS. Por meio dos dados analisados, não foi possível comprovar a relação de níveis de BDNF e estímulos dolorosos. Apesar de todos os esforços os níveis de BDNF não apresentaram relações de significância neste estudo. |
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Biffi, DéboraVieira, Silvia Regina Rios2020-01-14T04:15:27Z2019http://hdl.handle.net/10183/204116001108781INTRODUÇÃO: O alívio da dor é um direito humano. No entanto, a dor atualmente não aliviada é muito comum em pacientes de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). As diretrizes de prática clínica para o manejo da dor em pacientes adultos internados em UTIs recomendam que a dor seja rotineiramente monitorada em todos os pacientes. O padrão ouro para avaliar a dor é o autorrelato. Na UTI, entretanto, muitos pacientes não conseguem relatar sua dor, devido à ventilação mecânica e aos distúrbios de consciência. Nesses casos, é recomendado que a avaliação da dor seja feita por meio de escalas comportamentais. Com o intuito de auxiliar na mensuração da dor, são necessários estudos mais avançados, como é o caso do BDNF (brain-derived neurotrophic fator), que surge como uma possibilidade efetiva para esta análise. OBJETIVO: Verificar a relação entre níveis de BDNF e dor em pacientes internados em UTIs. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de coorte prospectivo, em um hospital universitário no sul do Brasil. O processo de tradução do instrumento consistiu em uma versão inicial para o português do Brasil, síntese da tradução, retrotradução para o inglês e, por fim, avaliação por um comitê de especialistas. Dois enfermeiros treinados utilizaram as versões CPOT e BPS do Português Brasileiro para as seguintes avaliações: a) repouso no início; b) após estimulação nociceptiva padronizada por algometria de pressão (SNSPA) com pressão máxima de 14 kgf/cm2; c) durante a troca de posição; e d) 15 minutos após a mudança de posição e realizado coleta sanguínea para mensuração de BDNF. RESULTADOS: De um total de 1019 pacientes admitidos na UTI na qual este estudo foi realizado, apenas 166 foram incluídos no estudo. A idade média foi de 65,0 anos (APACHE II: 23,9 pontos). As mulheres obtiveram resultados inferiores tanto no CPOT (p=0,033) quanto no BPS (p=0,033), quando comparadas aos homens. Já o limiar da dor foi maior no sexo feminino (p=0,010). Foram encontradas relações fracas e positivas do Tolerância CPOT Total e do CPOT Expressão Facial com a idade, além de correlações moderadas e positivas do Tolerância CPOT Total e do BPS Total com a Escala de Glasgow. Houve relação fraca e negativa da Escala de Glasgow com o limiar da dor, e esta escala e o sexo foram as únicas variáveis associadas (R2=19,2% até 54,5%) à variação dos escores de Standart Pain Stimulus (SPS) CPOT, de SPS BPS e de limiar da dor. Apenas a Escala de Glasgow associou 34,8% do escore Tolerância CPOT Expressão Facial. CONCLUSÃO: O uso das versões brasileiras do CPOT e do BPS mostrou boa confiabilidade e validade em pacientes críticos não verbais no Brasil. A algometria de pressão, uma forma específica de estimulação nociceptiva, parece ser uma abordagem padronizada para melhorar a medição da precisão do CPOT e do BPS. Por meio dos dados analisados, não foi possível comprovar a relação de níveis de BDNF e estímulos dolorosos. Apesar de todos os esforços os níveis de BDNF não apresentaram relações de significância neste estudo.INTRODUCTION: Pain relief is a human right. However, pain not currently relieved is very common in Intensive Care Unit (ICU) patients. Clinical practice guidelines for pain management in adult ICU patients recommend that pain be routinely monitored in all patients. The gold standard for assessing pain is self-report of pain. However, in the ICU, many patients can not report their pain due to mechanical ventilation and disturbances in consciousness. In these cases, pain assessment is recommended with the use of behavioral scales. In order to assist in the measurement of pain, more advanced studies are needed, so BDNF appears as a possibility of effectiveness for this measurement. OBJETIVE: To verify the relationship between BDNF (brain-derived neurotrophic factor) levels and pain in patients admitted to intensive care units. METHODOLOGY: A prospective cohort study at a university hospital in southern Brazil. The translation process consisted of an initial translation into Brazilian Portuguese, translation synthesis, back translation into English and then an evaluation by a committee of experts. Two trained nurses used CPOT and BPS versions of Brazilian Portuguese for the following evaluations: a) rest at baseline, b) after nociceptive stimulation standardized by pressure algometry (SNSPA) with a maximum pressure of 14 kgf / cm2, c) during the exchange of position, and d) 15 minutes after the change of position, and blood collection. RESULTS: Of a total of 1019 patients admitted to the ICU, only 166 were included in the study. The mean age was 65.0 years (APACHE II: 23.9 points). The women had lower results in both CPOT (p = 0.033) and BPS (p = 0.033), when compared to men. The pain threshold was higher in females (p = 0.010). Weak and positive relationships of Total CPOT Tolerance and CPOT Facial Expression with age, as well as moderate and positive correlations of Total CPOT Tolerance and Total BPS with the Glasgow scale were found. There was a weak and negative relationship between the Glasgow scale and the pain threshold. The Glasgow scale and gender were the only associated variables (R2 = 19.2% up to 54.5%) with the variation of the Standard Pain Stimulus CPOT score, the SPS BPS score, and the pain threshold. Only the Glasgow scale associated 34.8% of the CPOT Tolerance Facial Expression score. CONCLUSION: The use of the Brazilian versions of CPOT and BPS showed good reliability and validity in critically non-verbal patients in Brazil. Pressure algometry, a specific form of nociceptive stimulation, appears to be a standardized approach to improve measurement accuracy of CPOT and BPS. There were no findings to substantiate the relationship of BDNF levels to painful stimulus.application/pdfporDorMedição da dorUnidades de terapia intensivaFator neurotrófico derivado do encéfaloPainIntensive care unitPain measurementBrain-derived neurothrofic factorRelação entre níveis de BDNF e comportamentos de dor em pacientes internados em um centro de terapia intensivainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Medicina: Ciências MédicasPorto Alegre, BR-RS2019doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001108781.pdf.txt001108781.pdf.txtExtracted Texttext/plain122880http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/204116/2/001108781.pdf.txt75c49f614fceb28727bb9a1b3baa5aa3MD52ORIGINAL001108781.pdfTexto completoapplication/pdf1079746http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/204116/1/001108781.pdf413fc4721172c279c4cca56ca5802b62MD5110183/2041162023-04-02 03:24:38.990236oai:www.lume.ufrgs.br:10183/204116Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-04-02T06:24:38Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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