Bioestratigrafia das associações de cistos de dinoflagelados do cretáceo inferior (Albiano) ao neógeno (Plioceno) da Bacia de Pelotas, Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Premaor, Eduardo
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/211865
Resumo: A investigação do conteúdo microfossilífero da margem continental brasileira foi fortemente impulsionada pelo avanço da exploração petrolífera, dada a necessidade do detalhamento estratigráfico de determinados depósitos de interesse econômico. Neste contexto, em comparação com as bacias produtoras as quais a exploração petrolífera é efetiva, a Bacia de Pelotas encontra-se ainda em uma fase incipiente de conhecimento, cujas informações micropaleontológicas e interpretações biocronoestratigráficas são embasadas em sua grande maioria em microfósseis de parede calcária. Em vista disto, cistos de dinoflagelados foram priorizados para a elaboração de um arcabouço palinoestratigráfico, a partir de amostras de calha e testemunhos de sondagem advindas de 535 distintos níveis estratigráficos de dois poços perfurados pela PETROBRAS S.A. na porção offshore da Bacia de Pelotas. A análise palinológica revelou associações diversificadas e abundantes, com idades entre o Cretáceo Inferior (Albiano) e o Neógeno (Plioceno), compreendendo 334 táxons: 17 de fungos, 91 de esporomorfos (32 a esporos; 21 de gimnospermas; 38 de angiospermas), 225 algas (220 cistos de dinoflagelados, 5 clorófitas), além de um gênero de acritarco, estando presentes ainda, palinoforaminíferos e escolecodontes. Dentre os 220 táxons de cistos de dinoflagelados reconhecidos, 93 são citados pela primeira vez para as bacias brasileiras. A sucessão dos bioeventos reconhecidos apresentou potencial nas correlações entre as amplitudes estratigráficas dos cistos de dinoflagelados estabelecidas em nível mundial e com as bacias brasileiras, com significativa convergência de resultados para as seções cretáceas, paleógenas e neógenas. A integração das informações biocronoestatigráficas advinda dos cistos de dinoflagelados com as de nanofósseis calcários já existentes, permitiu a diferenciação de 16 zonas de intervalo, as quais contribuíram positivamente para as correlações bioestratigráficas entre os dois poços analisados: Zona Odontochitina singhii (Albiano superior); Endoceratium dettmanniae (Cenomaniano); Nelsoniella aceras (Turoniano/Campaniano inferior); Trichodinium castanea (Campaniano médio); Dinogymnium spp. (Campaniano superior?/Maastrichtiano); Trithyrodinium evittii (Paleoceno inferior); Palaeocystodinium bulliforme (Paleoceno inferior/superior); Eisenackia reticulata (Paleoceno superior); Biconidinium longissimum (Eoceno inferior); Membranophoridium perforatum (Eoceno inferior/médio); Enneadocysta dictyostila (Eoceno médio/superior); Cooksonidium capricornum (Eoceno superior/Oligoceno inferior); Chiropteridium galea (Oligoceno superior/Mioceno inferior); Cousteaudinium aubryae (Mioceno inferior); Hystrichosphaeropsis obscura (Mioceno médio); Reticulatosphaera actinocoronata (Mioceno superior/Plioceno inferior).
id URGS_a37e9574a24abf165ac93d6b24143519
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/211865
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Premaor, EduardoSouza, Paulo Alves de2020-07-14T03:39:21Z2016http://hdl.handle.net/10183/211865000987160A investigação do conteúdo microfossilífero da margem continental brasileira foi fortemente impulsionada pelo avanço da exploração petrolífera, dada a necessidade do detalhamento estratigráfico de determinados depósitos de interesse econômico. Neste contexto, em comparação com as bacias produtoras as quais a exploração petrolífera é efetiva, a Bacia de Pelotas encontra-se ainda em uma fase incipiente de conhecimento, cujas informações micropaleontológicas e interpretações biocronoestratigráficas são embasadas em sua grande maioria em microfósseis de parede calcária. Em vista disto, cistos de dinoflagelados foram priorizados para a elaboração de um arcabouço palinoestratigráfico, a partir de amostras de calha e testemunhos de sondagem advindas de 535 distintos níveis estratigráficos de dois poços perfurados pela PETROBRAS S.A. na porção offshore da Bacia de Pelotas. A análise palinológica revelou associações diversificadas e abundantes, com idades entre o Cretáceo Inferior (Albiano) e o Neógeno (Plioceno), compreendendo 334 táxons: 17 de fungos, 91 de esporomorfos (32 a esporos; 21 de gimnospermas; 38 de angiospermas), 225 algas (220 cistos de dinoflagelados, 5 clorófitas), além de um gênero de acritarco, estando presentes ainda, palinoforaminíferos e escolecodontes. Dentre os 220 táxons de cistos de dinoflagelados reconhecidos, 93 são citados pela primeira vez para as bacias brasileiras. A sucessão dos bioeventos reconhecidos apresentou potencial nas correlações entre as amplitudes estratigráficas dos cistos de dinoflagelados estabelecidas em nível mundial e com as bacias brasileiras, com significativa convergência de resultados para as seções cretáceas, paleógenas e neógenas. A integração das informações biocronoestatigráficas advinda dos cistos de dinoflagelados com as de nanofósseis calcários já existentes, permitiu a diferenciação de 16 zonas de intervalo, as quais contribuíram positivamente para as correlações bioestratigráficas entre os dois poços analisados: Zona Odontochitina singhii (Albiano superior); Endoceratium dettmanniae (Cenomaniano); Nelsoniella aceras (Turoniano/Campaniano inferior); Trichodinium castanea (Campaniano médio); Dinogymnium spp. (Campaniano superior?/Maastrichtiano); Trithyrodinium evittii (Paleoceno inferior); Palaeocystodinium bulliforme (Paleoceno inferior/superior); Eisenackia reticulata (Paleoceno superior); Biconidinium longissimum (Eoceno inferior); Membranophoridium perforatum (Eoceno inferior/médio); Enneadocysta dictyostila (Eoceno médio/superior); Cooksonidium capricornum (Eoceno superior/Oligoceno inferior); Chiropteridium galea (Oligoceno superior/Mioceno inferior); Cousteaudinium aubryae (Mioceno inferior); Hystrichosphaeropsis obscura (Mioceno médio); Reticulatosphaera actinocoronata (Mioceno superior/Plioceno inferior).The microfossils investigation of the Brazilian continental margin was strongly driven by advances in oil exploration, takingin to accocent the need of stratigraphic detail of certain deposits of economic interest. In this context, compared to the producing basins which oil exploration is effective, the Pelotas Basin is still in an incipient stage of knowledge, whose information micropaleontological and biochronostratigraphy interpretations are performeo mostly by calcareous microfossils. In view of this, dinoflagellate cysts were prioritized for the development of a palynostratigraphic framework from cuttings and core samples that come from 535 different stratigraphic levels of two wells drilled by PETROBRAS S.A. in the offshore portion of the Pelotas Basin. Palynological analysis revealed associations quite diverse and abundant, aged between Lower Cretaceous (Albian) and Neogene (Pliocene), comprising 334 taxa: 17 fungi, 91 of sporomorphs (32 spores, 21 gymnosperms, 38 angiosperms) 225 algae (220 dinoflagellate cysts, 5 chlorophyceae), plus a acritarchs genera, while still present, palynoforaminiferal and scolecodonts. Among the 220 recognized dinoflagellate cysts, 93 are reported for the first time for Brazilian basins. The succession of the recognized bioevents showed potential for stratigraphic correlations between the amplitudes of dinoflagellate cysts established worldwide and the Brazilian basins, with significant results for sections the Cretaceous, Paleogene and Neogene sections. The integration of the biochronostratigraphic information arising out of dinoflagellate cysts with existing calcareous nannofossil, allowed the differentiation a 16 interval zones, which positively contributed for biostratigraphic correlations between the two wells analyzed: Odontochitina singhii Zone (upper Albian); Endoceratium dettmanniae (Cenomanian); Nelsoniella aceras (Turonian/lower Campanian); Trichodinium castanea (middle Campanian); Dinogymnium spp. (upper Campanian?/Maastrichtian); Trithyrodinium evittii (lower Paleocene); Palaeocystodinium bulliforme (lower/upper Paleocene); Eisenackia reticulata (upper Paleocene); Biconidinium longissimum (lower Eocene); Membranophoridium perforatum (lower/middle Eocene); Enneadocysta dictyostila (middle/upper Eocene); Cooksonidium capricornum (upper Eocene/lower Oligocene); Chiropteridium galea (upper Oligocene/lower Miocene); Cousteaudinium aubryae (lower Miocene); Hystrichosphaeropsis obscura (middle Miocene); Reticulatosphaera actinocoronata (upper Miocene/lower Pliocene).application/pdfporPalinologiaBioestratigrafiaPelotas, Bacia sedimentar de (RS)PalynologyBiostratigraphyDinoflagellate cystsCretaceousNeogenePelotas basinBioestratigrafia das associações de cistos de dinoflagelados do cretáceo inferior (Albiano) ao neógeno (Plioceno) da Bacia de Pelotas, Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de GeociênciasPrograma de Pós-Graduação em GeociênciasPorto Alegre, BR-RS2016doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000987160.pdf.txt000987160.pdf.txtExtracted Texttext/plain613611http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/211865/2/000987160.pdf.txt6054dddf9c9d7796f2ea40d43d28a548MD52ORIGINAL000987160.pdfTexto completoapplication/pdf28100042http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/211865/1/000987160.pdf16778b4a2d36101042403b2fef4ca9c4MD5110183/2118652021-03-09 04:54:55.250978oai:www.lume.ufrgs.br:10183/211865Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532021-03-09T07:54:55Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Bioestratigrafia das associações de cistos de dinoflagelados do cretáceo inferior (Albiano) ao neógeno (Plioceno) da Bacia de Pelotas, Brasil
title Bioestratigrafia das associações de cistos de dinoflagelados do cretáceo inferior (Albiano) ao neógeno (Plioceno) da Bacia de Pelotas, Brasil
spellingShingle Bioestratigrafia das associações de cistos de dinoflagelados do cretáceo inferior (Albiano) ao neógeno (Plioceno) da Bacia de Pelotas, Brasil
Premaor, Eduardo
Palinologia
Bioestratigrafia
Pelotas, Bacia sedimentar de (RS)
Palynology
Biostratigraphy
Dinoflagellate cysts
Cretaceous
Neogene
Pelotas basin
title_short Bioestratigrafia das associações de cistos de dinoflagelados do cretáceo inferior (Albiano) ao neógeno (Plioceno) da Bacia de Pelotas, Brasil
title_full Bioestratigrafia das associações de cistos de dinoflagelados do cretáceo inferior (Albiano) ao neógeno (Plioceno) da Bacia de Pelotas, Brasil
title_fullStr Bioestratigrafia das associações de cistos de dinoflagelados do cretáceo inferior (Albiano) ao neógeno (Plioceno) da Bacia de Pelotas, Brasil
title_full_unstemmed Bioestratigrafia das associações de cistos de dinoflagelados do cretáceo inferior (Albiano) ao neógeno (Plioceno) da Bacia de Pelotas, Brasil
title_sort Bioestratigrafia das associações de cistos de dinoflagelados do cretáceo inferior (Albiano) ao neógeno (Plioceno) da Bacia de Pelotas, Brasil
author Premaor, Eduardo
author_facet Premaor, Eduardo
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Premaor, Eduardo
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Souza, Paulo Alves de
contributor_str_mv Souza, Paulo Alves de
dc.subject.por.fl_str_mv Palinologia
Bioestratigrafia
Pelotas, Bacia sedimentar de (RS)
topic Palinologia
Bioestratigrafia
Pelotas, Bacia sedimentar de (RS)
Palynology
Biostratigraphy
Dinoflagellate cysts
Cretaceous
Neogene
Pelotas basin
dc.subject.eng.fl_str_mv Palynology
Biostratigraphy
Dinoflagellate cysts
Cretaceous
Neogene
Pelotas basin
description A investigação do conteúdo microfossilífero da margem continental brasileira foi fortemente impulsionada pelo avanço da exploração petrolífera, dada a necessidade do detalhamento estratigráfico de determinados depósitos de interesse econômico. Neste contexto, em comparação com as bacias produtoras as quais a exploração petrolífera é efetiva, a Bacia de Pelotas encontra-se ainda em uma fase incipiente de conhecimento, cujas informações micropaleontológicas e interpretações biocronoestratigráficas são embasadas em sua grande maioria em microfósseis de parede calcária. Em vista disto, cistos de dinoflagelados foram priorizados para a elaboração de um arcabouço palinoestratigráfico, a partir de amostras de calha e testemunhos de sondagem advindas de 535 distintos níveis estratigráficos de dois poços perfurados pela PETROBRAS S.A. na porção offshore da Bacia de Pelotas. A análise palinológica revelou associações diversificadas e abundantes, com idades entre o Cretáceo Inferior (Albiano) e o Neógeno (Plioceno), compreendendo 334 táxons: 17 de fungos, 91 de esporomorfos (32 a esporos; 21 de gimnospermas; 38 de angiospermas), 225 algas (220 cistos de dinoflagelados, 5 clorófitas), além de um gênero de acritarco, estando presentes ainda, palinoforaminíferos e escolecodontes. Dentre os 220 táxons de cistos de dinoflagelados reconhecidos, 93 são citados pela primeira vez para as bacias brasileiras. A sucessão dos bioeventos reconhecidos apresentou potencial nas correlações entre as amplitudes estratigráficas dos cistos de dinoflagelados estabelecidas em nível mundial e com as bacias brasileiras, com significativa convergência de resultados para as seções cretáceas, paleógenas e neógenas. A integração das informações biocronoestatigráficas advinda dos cistos de dinoflagelados com as de nanofósseis calcários já existentes, permitiu a diferenciação de 16 zonas de intervalo, as quais contribuíram positivamente para as correlações bioestratigráficas entre os dois poços analisados: Zona Odontochitina singhii (Albiano superior); Endoceratium dettmanniae (Cenomaniano); Nelsoniella aceras (Turoniano/Campaniano inferior); Trichodinium castanea (Campaniano médio); Dinogymnium spp. (Campaniano superior?/Maastrichtiano); Trithyrodinium evittii (Paleoceno inferior); Palaeocystodinium bulliforme (Paleoceno inferior/superior); Eisenackia reticulata (Paleoceno superior); Biconidinium longissimum (Eoceno inferior); Membranophoridium perforatum (Eoceno inferior/médio); Enneadocysta dictyostila (Eoceno médio/superior); Cooksonidium capricornum (Eoceno superior/Oligoceno inferior); Chiropteridium galea (Oligoceno superior/Mioceno inferior); Cousteaudinium aubryae (Mioceno inferior); Hystrichosphaeropsis obscura (Mioceno médio); Reticulatosphaera actinocoronata (Mioceno superior/Plioceno inferior).
publishDate 2016
dc.date.issued.fl_str_mv 2016
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2020-07-14T03:39:21Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/211865
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000987160
url http://hdl.handle.net/10183/211865
identifier_str_mv 000987160
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/211865/2/000987160.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/211865/1/000987160.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 6054dddf9c9d7796f2ea40d43d28a548
16778b4a2d36101042403b2fef4ca9c4
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1800309166631288832