Avaliação de pacientes com mucopolissacaridose I que realizaram transplante de células tronco hematopoiéticas no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Boer, Ana Paula Kurz de
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/194348
Resumo: Introdução: A mucopolissacaridose Tipo I (MPS I) é uma doença lisossomal, causada pela atividade nula ou reduzida da enzima alfa-L-iduronidase. Clinicamente classifica-se em forma grave, intermediária e leve. O transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH) é o tratamento disponível para a forma grave, se realizado antes de dois anos de idade. No Brasil, ainda são poucos os pacientes que realizam o transplante, e não há dados brasileiros publicados até o momento sobre os pacientes que realizaram o TCTH. Objetivo: Revisar, descrever, analisar as etapas envolvidas na indicação, realização e seguimento dos pacientes com MPS I submetidos a TCTH no Brasil, e avaliar seus resultados. Métodos: Estudo transversal retrospectivo, realizado no Serviço de Genética Médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), com a participação de centros colaboradores, durante o período de março de 2015 a janeiro de 2018. Foram incluídos neste estudo oito pacientes brasileiros conhecidos com diagnóstico de MPS I submetidos ao TCTH (no período de estudo de 1990-2018). Todos os pacientes incluídos tiveram diagnóstico confirmado por análises bioquímicas e moleculares. As variáveis principais avaliadas foram: sexo, local de realização do transplante, idade ao diagnóstico, mutação encontrada, tipo de doador obtido, realização de terapia de reposição enzimática, idade ao transplante, desfecho pós TCTH. Os dados foram comparados com aqueles disponíveis na literatura internacional. Resultados: Todos os pacientes realizaram o TCTH em centros de referência nas regiões sul e sudeste do Brasil. A média de idade no transplante para sete pacientes (todos que fizeram TCTH a partir de 2010) foi de um ano e oito meses. A média da idade do diagnóstico, para os sete pacientes transplantados após 2010, foi de nove meses; e o tempo entre o diagnóstico e o primeiro transplante, variou de cinco a dezoito meses, para os mesmos sete pacientes. Três dos oito pacientes evoluíram a óbito, dois dos oito pacientes tiveram desfecho desfavorável sem óbito, e três pacientes dos oito tiveram desfecho favorável. Conclusão: A média da idade ao diagnóstico foi abaixo da média descrita na América Latina. O tempo entre o diagnóstico e a realização do primeiro TCTH chegou a quase dois anos, apresentando grande variação, mesmo nos casos em que o diagnóstico precoce foi realizado. Apesar de os pacientes dessa amostra terem sido diagnosticados abaixo da idade descrita para a América Latina e Brasil, a maioria não obteve desfecho favorável com o TCTH. Assim, mostra-se necessária uma avaliação das etapas envolvidas entre o diagnóstico desses pacientes até a realização do TCTH e o seguimento durante e após a realização do transplante, a fim de melhorar o sucesso do tratamento de pacientes com MPS I no Brasil.
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Métodos: Estudo transversal retrospectivo, realizado no Serviço de Genética Médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), com a participação de centros colaboradores, durante o período de março de 2015 a janeiro de 2018. Foram incluídos neste estudo oito pacientes brasileiros conhecidos com diagnóstico de MPS I submetidos ao TCTH (no período de estudo de 1990-2018). Todos os pacientes incluídos tiveram diagnóstico confirmado por análises bioquímicas e moleculares. As variáveis principais avaliadas foram: sexo, local de realização do transplante, idade ao diagnóstico, mutação encontrada, tipo de doador obtido, realização de terapia de reposição enzimática, idade ao transplante, desfecho pós TCTH. Os dados foram comparados com aqueles disponíveis na literatura internacional. Resultados: Todos os pacientes realizaram o TCTH em centros de referência nas regiões sul e sudeste do Brasil. A média de idade no transplante para sete pacientes (todos que fizeram TCTH a partir de 2010) foi de um ano e oito meses. A média da idade do diagnóstico, para os sete pacientes transplantados após 2010, foi de nove meses; e o tempo entre o diagnóstico e o primeiro transplante, variou de cinco a dezoito meses, para os mesmos sete pacientes. Três dos oito pacientes evoluíram a óbito, dois dos oito pacientes tiveram desfecho desfavorável sem óbito, e três pacientes dos oito tiveram desfecho favorável. Conclusão: A média da idade ao diagnóstico foi abaixo da média descrita na América Latina. O tempo entre o diagnóstico e a realização do primeiro TCTH chegou a quase dois anos, apresentando grande variação, mesmo nos casos em que o diagnóstico precoce foi realizado. Apesar de os pacientes dessa amostra terem sido diagnosticados abaixo da idade descrita para a América Latina e Brasil, a maioria não obteve desfecho favorável com o TCTH. Assim, mostra-se necessária uma avaliação das etapas envolvidas entre o diagnóstico desses pacientes até a realização do TCTH e o seguimento durante e após a realização do transplante, a fim de melhorar o sucesso do tratamento de pacientes com MPS I no Brasil.Introduction: Mucopolyssacharidosis type I (MPS I) is a lysosomal disorder caused by reduced or no activity of the alfa-L-iduronidase enzyme. It is clinically classified into severe, intermediate and mild forms. Hematopoietic stem cell transplantation (HSCT) is the treatment available for the severe forms, if performed in children under two years of age. In Brazil, the number of transplants is still small and there is no published data about the patients that have undergone HSCT. Objectives: Review, describe and analyze the steps involved in the recommendation, performance and follow up of MPS I patients that underwent HSCT in Brazil and evaluate the results. Methods: Retrospective cross-sectional study conducted at the Serviço de Genética Médica from Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), together with other collaborating centers, from March 2015 to January 2018. Eight Brazilian patients diagnosed with MPS I and that underwent HSCT (during the studied period 1990-2018) were included in the study. All patients had the diagnosis confirmed by biochemical and molecular assays. The main variables assessed were: gender, place of transplantation, age at diagnosis, mutation detected, type of donor, enzyme replacement therapy, age at transplantation and outcome after HSCT. Data was compared to those available in international literature. Results: All patients underwent HSCT in reference centers (hospitals) in Southwest and South regions of Brazil. Mean age at transplantation for seven patients (patients that underwent HSCT from 2010 on) was one year and eight months and mean age at diagnosis was nine months old. Time between diagnosis and first transplantation ranged from five to 18 months for this group. Three out of eight patients deceased, two out of eight had a non-favorable outcome other than death, and three out of eight had a favorable outcome. Conclusion: Mean age at diagnosis was lower than the mean age reported in Latin America. Mean time between diagnosis and first HSCT was nearly two years, presenting a broad range, even in cases with an early diagnosis. Despite of the fact that patients in this study were diagnosed at an age younger than that reported for Latin America and Brazil, the majority did not have a favorable outcome after HSCT. Thus, it is necessary to evaluate the steps involved between patient’s diagnosis and HSCT performance, patient follow up during and after transplant, in order to improve MPS I patient’s treatment success rate in Brazil.application/pdfporMucopolissacaridose ITransplante de células-tronco hematopoéticasTerapia de reposição de enzimasBrasilMucopolysaccharidosisBrazilEnzyme replacement therapyHematopoietic stem cell transplantationSevere MPS IAvaliação de pacientes com mucopolissacaridose I que realizaram transplante de células tronco hematopoiéticas no Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente. Mestrado Profissional em Genética Aplicada à MedicinaPorto Alegre, BR-RS2018mestrado profissionalinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001092945.pdf.txt001092945.pdf.txtExtracted Texttext/plain131745http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/194348/2/001092945.pdf.txt71d6e9d8094e0a77b490fa243d4aaa3bMD52ORIGINAL001092945.pdfTexto completoapplication/pdf739131http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/194348/1/001092945.pdf7fdd72a287115e124fd555e84e6e4cdbMD5110183/1943482023-09-20 03:30:32.307955oai:www.lume.ufrgs.br:10183/194348Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-09-20T06:30:32Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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