Neobexiga em cães : avaliação da técnica Studer Modificada em cadáveres

• Autor(a) principal: Duz, Janyni
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/271289
• topic: Neoplasias da bexiga urinária; Cistectomia; Cirurgia reconstrutiva; Bexiga urinária; Cães; Carcinoma de células de transição; Reconstrução do trato urinário inferior; Substituição ortotópica; Vesícula urinária

Tumores vesicais costumam ser afecções malignas que acometem a região do trígono vesical e uretra proximal, podendo gerar obstrução do fluxo urinário. Por este fato, a ressecção cirúrgica é o tratamento mais indicado. Na medicina humana, o procedimento de escolha para garantir ampla margem de segurança é a cistectomia total, porém este procedimento requer a reconstrução do trato urinário inferior, sendo a neobexiga ortotópica ileal uma das principais opções. A partir disso, o objetivo do presente estudo foi avaliar a utilização da técnica de neobexiga Studer Modificada após cistectomia total em cadáveres de cães. Para avaliação da viabilidade da técnica, foi analisado o tempo cirúrgico e a capacidade de armazenamento, além de refluxo urinário para os ureteres e vazamento entre suturas através de radiografia contrastada. A técnica foi reproduzida em oito cadáveres, tendo uma mediana de tempo cirúrgico de 160 minutos (variando de 130 a 230 minutos) e mediana de capacidade de armazenamento de 65ml (variando de 45 a 100ml). O refluxo urinário foi constatado em 62,5% dos animais, destes 50% apresentaram refluxo grau 4, 12,5% tiveram refluxo grau 3, nenhum animal apresentou refluxo grau 2 e 37,5% tiveram refluxo grau 1. Quanto ao vazamento entre suturas, 87,5% dos animais apresentaram contraste positivo nas imagens radiográficas. Não houve correlação significativa entre o peso dos animais e o tempo cirúrgico, nem entre o peso e a capacidade de armazenamento da neobexiga. A neobexiga produzida no presente estudo, teve uma maior capacidade de armazenamento quando comparada a uma bexiga em sua capacidade normal (mediana de 55% maior), porém teve uma capacidade menor quando comparada a uma bexiga em sua capacidade máxima (mediana de 73% menor). A técnica foi considerada viável de ser reproduzida, em um tempo cirúrgico esperado para um procedimento complexo que resultou em um reservatório com boa capacidade de armazenamento, sendo uma alternativa promissora no tratamento de tumores vesicais em cães. Apesar do alto índice de refluxo urinário e vazamento entre suturas, sabe-se que essas complicações podem ser esperadas, o que requer um manejo pós-operatório rigoroso. Estudos in vivo são necessários para aprimorar ainda mais a utilização desta técnica na medicina veterinária, visando principalmente reduzir as possíveis complicações e instituir um manejo pós-operatório adequado.