Clubes de gravura no Brasil (1947-1960) : realismo socialista à brasileira
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/266703 |
Resumo: | A presente tese analisa a formação, o funcionamento e as relações dos clubes de gravura no Brasil, entendendo essas entidades como parte de um projeto político e cultural vinculado ao Partido Comunista do Brasil (PCB), que tinha como objetivo popularizar uma arte que se comunicasse com a vida da classe trabalhadora, ao mesmo tempo em que se posicionou criticamente contra o abstracionismo e a intervenção estrangeira na cultura do país. O surgimento da proposta dos clubes de gravura ocorreu a partir do realismo socialista soviético, mas sua efetiva aplicação foi conformada por influências mais heterogêneas como a arte de Käthe Kollwitz, a gravura revolucionária chinesa e o Taller de Gráfica Popular do México. O primeiro Clube de Gravura foi criado em Porto Alegre, em 1950, tendo Carlos Scliar como o principal articulador do projeto no Rio Grande do Sul e em outros estados brasileiros. A partir da primeira experiência foram fundadas entidades semelhantes em Bagé, Curitiba, Recife, São Paulo, Rio de Janeiro, Santos e Florianópolis. Entre os artistas envolvidos nos clubes de gravura estavam, além de Carlos Scliar, Vasco Prado, Abelardo da Hora, Ladjane, Violeta Franco, Nilo Previdi, Renina Katz, Loio Pérsio, Clóvis Graciano, Mário Gruber, Chlau Deveza, Rachel Strosberg e Aldo Nunes. Além dos clubes propriamente ditos, foi dado destaque a algumas revistas culturais, vinculadas ou não ao PCB, que deram suporte à sua produção, como a Horizonte, de Porto Alegre, a Revista da Guaíra e a Joaquim, de Curitiba, a Sul, de Florianópolis, e a Fundamentos de São Paulo. O projeto dos clubes de gravura foi perdendo força na segunda metade dos anos 1950, com as entidades encerrando suas atividades ao longo dos últimos anos da década, o que pode ser atribuído a uma mudança mais geral da conjuntura, marcada pela morte de Stalin e a denúncia do stalinismo, por uma mudança de linha política do PCB e também pelo avanço do abstracionismo no campo das artes. |
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Duprat, Andréia Carolina DuarteKern, Daniela Pinheiro Machado2023-11-07T03:22:34Z2023http://hdl.handle.net/10183/266703001176376A presente tese analisa a formação, o funcionamento e as relações dos clubes de gravura no Brasil, entendendo essas entidades como parte de um projeto político e cultural vinculado ao Partido Comunista do Brasil (PCB), que tinha como objetivo popularizar uma arte que se comunicasse com a vida da classe trabalhadora, ao mesmo tempo em que se posicionou criticamente contra o abstracionismo e a intervenção estrangeira na cultura do país. O surgimento da proposta dos clubes de gravura ocorreu a partir do realismo socialista soviético, mas sua efetiva aplicação foi conformada por influências mais heterogêneas como a arte de Käthe Kollwitz, a gravura revolucionária chinesa e o Taller de Gráfica Popular do México. O primeiro Clube de Gravura foi criado em Porto Alegre, em 1950, tendo Carlos Scliar como o principal articulador do projeto no Rio Grande do Sul e em outros estados brasileiros. A partir da primeira experiência foram fundadas entidades semelhantes em Bagé, Curitiba, Recife, São Paulo, Rio de Janeiro, Santos e Florianópolis. Entre os artistas envolvidos nos clubes de gravura estavam, além de Carlos Scliar, Vasco Prado, Abelardo da Hora, Ladjane, Violeta Franco, Nilo Previdi, Renina Katz, Loio Pérsio, Clóvis Graciano, Mário Gruber, Chlau Deveza, Rachel Strosberg e Aldo Nunes. Além dos clubes propriamente ditos, foi dado destaque a algumas revistas culturais, vinculadas ou não ao PCB, que deram suporte à sua produção, como a Horizonte, de Porto Alegre, a Revista da Guaíra e a Joaquim, de Curitiba, a Sul, de Florianópolis, e a Fundamentos de São Paulo. O projeto dos clubes de gravura foi perdendo força na segunda metade dos anos 1950, com as entidades encerrando suas atividades ao longo dos últimos anos da década, o que pode ser atribuído a uma mudança mais geral da conjuntura, marcada pela morte de Stalin e a denúncia do stalinismo, por uma mudança de linha política do PCB e também pelo avanço do abstracionismo no campo das artes.This thesis analyzes the formation, functioning and relationships of engraving clubs in Brazil, understanding these entities as part of a political and cultural project linked to the Communist Party of Brazil (PCB), which aimed to popularize an art that communicated with working-class life, while taking a critical stance against abstractionism and foreign intervention in the country's culture. The emergence of the proposal for engraving clubs occurred from Soviet socialist realism, but its effective application was shaped by more heterogeneous influences such as the art of Käthe Kollwitz, Chinese revolutionary engraving and the Taller de Gráfica Popular in Mexico. The first Engraving Club was created in Porto Alegre, in 1950, with Carlos Scliar as the main articulator of the project in Rio Grande do Sul and in other Brazilian states. From the first experience, similar entities were founded in Bagé, Curitiba, Recife, São Paulo, Rio de Janeiro, Santos and Florianópolis. Among the artists involved in the engraving clubs were, in addition to Carlos Scliar, Vasco Prado, Abelardo da Hora, Ladjane, Violeta Franco, Nilo Previdi, Renina Katz, Loio Pérsio, Clóvis Graciano, Mário Gruber, Chlau Deveza, Rachel Strosberg and Aldo Nunes. In addition to the clubs themselves, emphasis was given to some cultural magazines, linked or not to the PCB, which supported its production, such as Horizonte, from Porto Alegre, Revista da Guaíra and Joaquim, from Curitiba, Sul, from Florianópolis, and Fundamentos, from São Paulo. The engraving club project lost strength in the second half of the 1950s, with the entities closing their activities over the last few years of the decade, which can be attributed to a more general change in the situation, marked by Stalin's death and the denunciation of Stalinism, for a change in the political line of the PCB and also for the advance of abstractionism in the field of arts.application/pdfporArteGravuraRealismo socialistaComunismoSocial artClubes de gravuraSocialist realismCommunismClubes de gravura no Brasil (1947-1960) : realismo socialista à brasileirainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de ArtesPrograma de Pós-Graduação em Artes VisuaisPorto Alegre, BR-RS2023doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001176376.pdf.txt001176376.pdf.txtExtracted Texttext/plain742092http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/266703/2/001176376.pdf.txt284934a6b40b39a5e0cc08fe83df5112MD52ORIGINAL001176376.pdfTexto completoapplication/pdf27368568http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/266703/1/001176376.pdfb61e569b3400d9863b49275af2c2b896MD5110183/2667032023-11-08 04:25:07.433157oai:www.lume.ufrgs.br:10183/266703Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-11-08T06:25:07Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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