Avaliação cardiopulmonar em pacientes com osteogênese imperfeita

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pinheiro, Bruna de Souza
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/234594
Resumo: INTRODUÇÃO: A Osteogênese Imperfeita (OI) é uma doença genética do tecido conjuntivo caracterizada por fragilidade óssea causada principalmente por variantes patogênicas nos genes do colágeno I (COL1A1/COL1A2). Achados extra esqueléticos, como complicações cardíacas e pulmonares, são geralmente considerados características secundárias significativas. OBJETIVOS: Avaliar a função cardiopulmonar e o padrão ventilatório dos indivíduos com OI em acompanhamento no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. MÉTODOS: Foi realizado um estudo em pacientes pediátricos e adultos atendidos no ambulatório do Hospital de Clinicas de Porto Alegre. Dados clínicos foram obtidos nas consultas ambulatoriais. A avaliação ecocardiográfica dos pacientes pediátricos foi realizada de maneira transversal e controlada. O estudo ecocardiográfico em adultos foi transversal. Um estudo de coorte prospectivo foi utilizado na avaliação respiratória sendo avaliada em dois momentos (inclusão e reavaliação após 12 meses). Foram feitas avaliação, através da espirometria. As pressões inspiratórias e expiratórias foram medidas através da manovacuometria. Os pacientes que eram capazes de deambular realizaram o teste de caminhada dos seis minutos (TC6M) para determinar a capacidade funcional do exercício. RESULTADOS: Na avaliação cardíaca em crianças, 54 crianças com OI e 54 controles foram incluídas. O grupo OI apresentou valores significativamente maiores de diâmetro aórtico (DA), diâmetro do átrio esquerdo (DAE), diâmetro diastólico final do ventrículo esquerdo (DDFVE), diâmetro sistólico final do ventrículo esquerdo (DSFVE) e diâmetro do ventrículo direito (DVD) em comparação com o grupo controle. Todos os indivíduos eram assintomáticos para manifestações clínicas cardíacas, porém 26 (48,1%) dos casos apresentavam insuficiência tricúspide fisiológica, nos controles, esse achado foi observado em oito indivíduos (31,5%) (p <0,001). Na avaliação do ecocardiograma em adultos, trinta e seis adultos com OI foram avaliados. O grupo OI moderada-grave apresentou área de superfície corporal significativamente menor que o OI leve (1,60 vs. 1,32 m2 (p<0,05). A DAE foi significativamente maior no grupo OI leve quando comparado com OI moderada-grave (3,40 vs. 3,09 cm, p = 0,020). Todos os pacientes eram assintomáticos para alterações cardíacas, porém regurgitação valvar, sem alteração estrutural específica, foi observada em 29 (80,6%) indivíduos com OI. Já na avaliação respiratória, cinquenta e seis pacientes (pediátricos e adultos) foram incluídos no estudo. O grupo OI apresentou maiores valores médios absolutos de CVF (2,43 vs. 2,55 L, p<0,001), VEF1 (2,17 vs. 2,26, p <0,001) e MEF75 (4,91 vs. 5,18, p=0,006) na reavaliação após um ano do exame. As distâncias médias percorridas no TC6M foram significativamente maiores no grupo OI – 1 em relação ao grupo OI – 3/8 (255,7 vs. 519,8 m, p = 0,006) na avaliação. CONCLUSÃO: Este estudo demonstra a importância de se realizar avaliações cardiopulmonares em pacientes com Osteogênese imperfeita. De modo geral, os pacientes pediátricos apresentaram função cardíaca dentro dos padrões de normalidade, entretanto medidas como DA, DAE, DDFVE, DSFVE e DVD foram superiores que seus controles, além disso, 48,1% dos casos apresentaram regurgitação tricúspide fisiológica. Nos adultos também observamos uma função cardíaca dentro dos padrões de normalidade, mas as alterações no VE e dilatação da aorta pareciam ser mais pronunciadas nos tipos mais graves de OI em comparação aos leves.
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Um estudo de coorte prospectivo foi utilizado na avaliação respiratória sendo avaliada em dois momentos (inclusão e reavaliação após 12 meses). Foram feitas avaliação, através da espirometria. As pressões inspiratórias e expiratórias foram medidas através da manovacuometria. Os pacientes que eram capazes de deambular realizaram o teste de caminhada dos seis minutos (TC6M) para determinar a capacidade funcional do exercício. RESULTADOS: Na avaliação cardíaca em crianças, 54 crianças com OI e 54 controles foram incluídas. O grupo OI apresentou valores significativamente maiores de diâmetro aórtico (DA), diâmetro do átrio esquerdo (DAE), diâmetro diastólico final do ventrículo esquerdo (DDFVE), diâmetro sistólico final do ventrículo esquerdo (DSFVE) e diâmetro do ventrículo direito (DVD) em comparação com o grupo controle. Todos os indivíduos eram assintomáticos para manifestações clínicas cardíacas, porém 26 (48,1%) dos casos apresentavam insuficiência tricúspide fisiológica, nos controles, esse achado foi observado em oito indivíduos (31,5%) (p <0,001). Na avaliação do ecocardiograma em adultos, trinta e seis adultos com OI foram avaliados. O grupo OI moderada-grave apresentou área de superfície corporal significativamente menor que o OI leve (1,60 vs. 1,32 m2 (p<0,05). A DAE foi significativamente maior no grupo OI leve quando comparado com OI moderada-grave (3,40 vs. 3,09 cm, p = 0,020). Todos os pacientes eram assintomáticos para alterações cardíacas, porém regurgitação valvar, sem alteração estrutural específica, foi observada em 29 (80,6%) indivíduos com OI. Já na avaliação respiratória, cinquenta e seis pacientes (pediátricos e adultos) foram incluídos no estudo. O grupo OI apresentou maiores valores médios absolutos de CVF (2,43 vs. 2,55 L, p<0,001), VEF1 (2,17 vs. 2,26, p <0,001) e MEF75 (4,91 vs. 5,18, p=0,006) na reavaliação após um ano do exame. As distâncias médias percorridas no TC6M foram significativamente maiores no grupo OI – 1 em relação ao grupo OI – 3/8 (255,7 vs. 519,8 m, p = 0,006) na avaliação. CONCLUSÃO: Este estudo demonstra a importância de se realizar avaliações cardiopulmonares em pacientes com Osteogênese imperfeita. De modo geral, os pacientes pediátricos apresentaram função cardíaca dentro dos padrões de normalidade, entretanto medidas como DA, DAE, DDFVE, DSFVE e DVD foram superiores que seus controles, além disso, 48,1% dos casos apresentaram regurgitação tricúspide fisiológica. Nos adultos também observamos uma função cardíaca dentro dos padrões de normalidade, mas as alterações no VE e dilatação da aorta pareciam ser mais pronunciadas nos tipos mais graves de OI em comparação aos leves.BACKGROUND: Osteogenesis Imperfecta (OI) is a genetic disease of the connective tissue characterized by bone fragility caused mainly by pathogenic variants in collagen I genes (COL1A1/COL1A2). Extraskeletal findings, such as cardiac and pulmonary complications, are generally considered to be significant secondary features. OBJECTIVES: To evaluate the cardiopulmonary function and the ventilatory pattern of individuals with OI being followed up at the Hospital de Clinicas de Porto Alegre. METHODS: A study was carried out in pediatric and adult patients treated at the outpatient clinic of the Hospital de Clinicas de Porto Alegre. Clinical data were obtained from outpatient consultations. The echocardiographic assessment of pediatric patients was performed in a cross-sectional and controlled manner. The echocardiographic study in adults was cross-sectional. A prospective cohort study was used in the respiratory assessment, which was evaluated in two moments (inclusion and reassessment after 12 months). Assessment was performed using spirometry. Inspiratory and expiratory pressures were measured using manovacuometry. Patients who were able to walk performed the six-minute walk test (6MWT) to determine the functional capacity of the exercise. RESULTS: In the cardiac evaluation in children, 54 children with OI and 54 controls were included. The OI group had significantly higher values of aortic diameter (LA), left atrial diameter (LAD), left ventricular end-diastolic diameter (LVDD), left ventricular end-systolic diameter (LVSD) and right ventricular diameter (LVD) in comparison with the control group. All individuals were asymptomatic for clinical cardiac manifestations, but 26 (48.1%) of the cases had physiological tricuspid insufficiency, in controls, this finding was observed in eight individuals (31.5%) (p <0.001). In evaluating the echocardiogram in adults, thirty-six adults with OI were evaluated. The moderate-severe OI group had significantly lower body surface area than the mild OI (1.60 vs. 1.32 m2 (p<0.05) The LAD was significantly higher in the mild OI group when compared to the moderate-OI group. severe (3.40 vs. 3.09 cm, p = 0.020) All patients were asymptomatic for cardiac alterations, but valvular regurgitation, without specific structural alteration, was observed in 29 (80.6%) individuals with OI. in the respiratory evaluation, fifty-six patients (pediatrics and adults) were included in the study. The OI group had higher mean absolute values of FVC (2.43 vs. 2.55 L, p<0.001), FEV1 (2.17 vs. 2.26, p<0.001) and MEF75 (4.91 vs. 5.18, p=0.006) in the reassessment after one year of the exam. The mean distances covered in the 6MWT were significantly greater in the OI - 1 group compared to the OI group – 3/8 (255.7 vs. 519.8 m, p = 0.006) in the assessment. CONCLUSION: This study demonstrates the importance of performing cardiopulmonary assessments in patients with Osteogenesis imperfecta. In general, pediatric patients had cardiac function within normal limits, however measures such as AD, LAD, DDFVE, DSFVE and DVD were superior to their controls, in addition, 48.1% of the cases had physiological tricuspid regurgitation. In adults, we also observed cardiac function within normal limits, but changes in LV and aortic dilation seemed to be more pronounced in more severe types of OI compared to mild ones.application/pdfporOsteogênese imperfeitaCoraçãoCriançaAdultoPulmãoOsteogenesis imperfectaChildrenAdultLungHeartAvaliação cardiopulmonar em pacientes com osteogênese imperfeitainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do AdolescentePorto Alegre, BR-RS2019doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001135817.pdf.txt001135817.pdf.txtExtracted Texttext/plain107607http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/234594/2/001135817.pdf.txt2ad5222d7c23892637aa465df11ee828MD52ORIGINAL001135817.pdfTexto parcialapplication/pdf848653http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/234594/1/001135817.pdf9a988bb6316f4c6d3cce76be8cac5c40MD5110183/2345942022-02-22 05:06:06.13718oai:www.lume.ufrgs.br:10183/234594Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-02-22T08:06:06Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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