Grau de processamento de alimentos e pressão arterial em adultos e adolescentes de Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rossato, Sinara Laurini
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/194590
Resumo: Objetivo: Este estudo avaliou a relação entre o grau de processamento de alimentos e o teor de nutrientes da dieta e também com a pressão arterial em adolescentes e adultos de Porto Alegre. Métodos: A hipóteses foi testada atravéz de em um estudo transversal, com amostra probabilística, onde foram recrutados 599 adolescentes e 1685 adultos, participantes do estudo SOFT (Estudo da síndrome de obesidade e fatores de risco cardiovasculares). Em uma sub amostra de adolescentes e adultos, recrutada com a finalidade de validar o questionário de frequência de consumo alimentar (QFA), a dieta foi avaliada por meio de dois recordatórios de 24 horas (RA24h) consecutivos. Informações dos RA24h foram utilizadas para desmembrar receitas e estimar a ingestão de ingredientes culinários. Alimentos foram agregados em três grupos: não processados, moderadamente processados e ultra-processados analisados em gramas por dia em tercis de ingestão (gramas por dia) e padrões alimentares baseados em diferentes combinações dos três grupos alimentares foram comparados a reomendações de ingestão de nutrientes para a dieta DASH (Dietary approach to stop Hypertension). Adolescentes e adultos do estudo SOFT foram avaliados com o mesmo QFA, com 135 itens. Peso e altura foram obtidos com equipamentos calibrados, de forma padronizada, por assistentes de pesquisa certificados. Medidas de pressão arterial foram realizadas durante a entrevista, utilizando monitor oscilométrico e a média de quatro aferições foi empregada na análise. Informações sobre sexo, idade, escolaridade, atividade física, tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas foram obtidas com questionario padronizado. Todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Análise estatística foi baseada em modelos lineares generalizados. Resultados: Este estudo mostrou que a ingestão de alimentos moderadamente processados é maior entre os homens e indivíduos adultos de ambos os sexos e a ingestão de alimentos ultra-processados reduz com a idade. Quanto maior o grau de processamento, maior o teor de energia e carboidratos da dieta. O consumo de alimentos não processados associa-se com elevado teor de proteínas, fibras, cálcio e magnésio. Alimentos moderadamente processados resultaram em maior teor de gordura e sódio. Enquanto o elevado teor de potássio é nítidamente explicado pelo consumo de não processados, o contrário ocorre com o sódio. A ingestão de proteínas, fibras, cálcio, magnésio e potássio foi diretamente relacionada com aumento do consumo de alimentos não processados. A ingestão de alimentos moderadamente processados foi inversamente relacionada com o teor de cálcio, e houve uma tendência a uma relação direta com sódio, enquanto a ingestão de alimentos ultra-processados foram associados negativamente com fibra e de potássio. O teor de fibras, magnésio e potássio da dieta foi maior quando o padrão alimentar foi composto por alta ingestao de alimentos não processados e baixa de moderadamente e ultra-processados. Quando houve alta ingestão de alimentos ultra-processados combinada com baixa ingestão de não processados, a meta para ingestão de sódio e energia foi ultrassada. Entre adolescentes, ao analisar o consumo dos alimentos classificados de acordo com o grau de processamento em gramas por dia, houve um efeito inverso entre o consumo de ultra-processados e a pressão arterial sistólica. Ao combinar os três grupos alimentares, a pressão arterial sistólica foi 4.6 mmHg (P=0.01) maior entre adolescentes com baixa ingestão (tercil 1) dos três grupos alimentares em comparação aqueles que tiveram uma dieta com baixa ingestão de não processados (tercil 1), intermediária de moderadamente processados (tercil 2) e alta em ultra-processados (tercil 3). Entre os adultos, não houve associação entre a pressão arterial sistólica e diastólica de acordo com aumento, em tercis, no consumo de alimentos não processsados, moderadamente e ultra-processados e houve um significativo efeito de interação entre o grau de processamento e indice de massa corporal. Ao testar combinações de grupos alimentares observou-se que a pressão arterial sistólica foi 7,7 mmHg menor para indivíduos com ingestão baixa ingestão dos tres grupos alimentares (tercil 1) em comparação aqueles cujo dieta teve baixa ingestão de não processados (tercil 1) e alta de moderadamente e ultra-processados (tercil 3). Conclusões: Conclui-se portanto, que o grau de processamento de alimentos influencia o teor de energia, fibras e micronutrientes da dieta. Em adolescentes o consumo de alimentos ultra-processados foi inverso a pressão arterial. Entre adultos houve interação entre o índice de massa corporal e o grau de processamento de alimentos. Entre adolescentes e adultos a combinação dos grupos alimentares associase significativamente com a variação da pressão arterial. Para ambos, a maior participação dos alimentos moderadamente e ultra-processados em detrimento de não processados na ingestão alimentar total, associa-se com elevação da pressão arterial sistólica e diastólica. Salienta-se que este é o primeiro estudo avaliando o efeito do grau de processamento dos alimentos sobre a pressão arterial e que o delineamento do estudo implica potenciais limitações.
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Alimentos foram agregados em três grupos: não processados, moderadamente processados e ultra-processados analisados em gramas por dia em tercis de ingestão (gramas por dia) e padrões alimentares baseados em diferentes combinações dos três grupos alimentares foram comparados a reomendações de ingestão de nutrientes para a dieta DASH (Dietary approach to stop Hypertension). Adolescentes e adultos do estudo SOFT foram avaliados com o mesmo QFA, com 135 itens. Peso e altura foram obtidos com equipamentos calibrados, de forma padronizada, por assistentes de pesquisa certificados. Medidas de pressão arterial foram realizadas durante a entrevista, utilizando monitor oscilométrico e a média de quatro aferições foi empregada na análise. Informações sobre sexo, idade, escolaridade, atividade física, tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas foram obtidas com questionario padronizado. Todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Análise estatística foi baseada em modelos lineares generalizados. Resultados: Este estudo mostrou que a ingestão de alimentos moderadamente processados é maior entre os homens e indivíduos adultos de ambos os sexos e a ingestão de alimentos ultra-processados reduz com a idade. Quanto maior o grau de processamento, maior o teor de energia e carboidratos da dieta. O consumo de alimentos não processados associa-se com elevado teor de proteínas, fibras, cálcio e magnésio. Alimentos moderadamente processados resultaram em maior teor de gordura e sódio. Enquanto o elevado teor de potássio é nítidamente explicado pelo consumo de não processados, o contrário ocorre com o sódio. A ingestão de proteínas, fibras, cálcio, magnésio e potássio foi diretamente relacionada com aumento do consumo de alimentos não processados. A ingestão de alimentos moderadamente processados foi inversamente relacionada com o teor de cálcio, e houve uma tendência a uma relação direta com sódio, enquanto a ingestão de alimentos ultra-processados foram associados negativamente com fibra e de potássio. O teor de fibras, magnésio e potássio da dieta foi maior quando o padrão alimentar foi composto por alta ingestao de alimentos não processados e baixa de moderadamente e ultra-processados. Quando houve alta ingestão de alimentos ultra-processados combinada com baixa ingestão de não processados, a meta para ingestão de sódio e energia foi ultrassada. Entre adolescentes, ao analisar o consumo dos alimentos classificados de acordo com o grau de processamento em gramas por dia, houve um efeito inverso entre o consumo de ultra-processados e a pressão arterial sistólica. Ao combinar os três grupos alimentares, a pressão arterial sistólica foi 4.6 mmHg (P=0.01) maior entre adolescentes com baixa ingestão (tercil 1) dos três grupos alimentares em comparação aqueles que tiveram uma dieta com baixa ingestão de não processados (tercil 1), intermediária de moderadamente processados (tercil 2) e alta em ultra-processados (tercil 3). Entre os adultos, não houve associação entre a pressão arterial sistólica e diastólica de acordo com aumento, em tercis, no consumo de alimentos não processsados, moderadamente e ultra-processados e houve um significativo efeito de interação entre o grau de processamento e indice de massa corporal. Ao testar combinações de grupos alimentares observou-se que a pressão arterial sistólica foi 7,7 mmHg menor para indivíduos com ingestão baixa ingestão dos tres grupos alimentares (tercil 1) em comparação aqueles cujo dieta teve baixa ingestão de não processados (tercil 1) e alta de moderadamente e ultra-processados (tercil 3). Conclusões: Conclui-se portanto, que o grau de processamento de alimentos influencia o teor de energia, fibras e micronutrientes da dieta. Em adolescentes o consumo de alimentos ultra-processados foi inverso a pressão arterial. Entre adultos houve interação entre o índice de massa corporal e o grau de processamento de alimentos. Entre adolescentes e adultos a combinação dos grupos alimentares associase significativamente com a variação da pressão arterial. Para ambos, a maior participação dos alimentos moderadamente e ultra-processados em detrimento de não processados na ingestão alimentar total, associa-se com elevação da pressão arterial sistólica e diastólica. Salienta-se que este é o primeiro estudo avaliando o efeito do grau de processamento dos alimentos sobre a pressão arterial e que o delineamento do estudo implica potenciais limitações.Objective: This study evaluated the relationship between the degree of food processing and the nutrient content of the diet and tested the relationship between the degree of processing and blood pressure in adolescents and adults of Porto Alegre. Methods: The hypothesis was tested in a transversal study, with a probabilistic sample, where 599 adolescents and 1685 adults were recruited, participants of the SOFT study (A study on the obesity syndrome and cardiovascular risk factors). In a sub-sample of adolescents and adults, recruited with the intention to validate the questionnaire on frequency of food consumption (FFQ), diet was evaluated via two consecutive 24-hour dietary recalls (24h-DR). Information from the 24h-DR was used to break down recipes and estimate the intake of culinary ingredients. Foods were aggregated in three groups: unprocessed, moderately processed and ultra-processed, which were analyzed in grams per day in tertiles (grams per day) and food patterns based on the combination of the three food groups were compared to the DASH diet eating plan recommendation (Dietary Approach to Stop Hypertension). Adolescents and adults of the SOFT study were evaluated with the same FFQ, with 136 items. Weight and height were obtained with calibrated equipment, in standardized form, by certified research assistants. Blood pressure measurements were realized during the interview, utilizing an oscillometric monitor and a mean of four calibrations were used in the analysis. Information on sex, age, education level, physical activity, smoking habits, alcohol consumption was obtained with a standardized questionnaire. All of the participants signed the term of free and clear consent. Statistical analysis was based on generalized linear models. Results: This study showed that the intake of moderately processed foods is greater among men and adult individuals of both sexes and the intake of ultra-processed foods reduces with age. The greater the degree of processing, the greater the energy and carbohydrate content of the diet. The consumption of unprocessed foods is associated with an elevated content of proteins, fibers, calcium and magnesium. Moderately processed foods results in higher fat and sodium content. While the elevated potassium content is clearly explained by the consumption of unprocessed foods, the contrary occurs with sodium. The intake of proteins, fibers, calcium, magnesium and potassium was directly related with the increase in consumption of unprocessed foods. The intake of moderately processed foods was inversely related with the calcium content, and there was a tendency to associate directly with sodium content; whereas, the intake of ultra-processed foods was negatively related with fiber and potassium. The dietary fiber, magnesium, and potassium contents were clearly improved when the food pattern was composed of a higher intake of unprocessed foods and a lower intake of moderately and ultra-processed. It was unlikely to achieve the target recommendation of sodium and energy when there was a higher intake of ultra-processed combined with a lower intake of unprocessed food products. Among adolescents, in analyzing the consumption of foods classified by processing degree in grams per day, there was an inverse relationship between consumption of ultra-processed foods and systolic blood pressure. In combining the three food groups, the systolic blood pressure was 4.6 mmHg (P=0.01) higher among adolescents with lower intake of the three foods groups in comparison to those who have a diet with lower intake of unprocessed foods (1 st tertile), intermediate intake of moderately processed (2nd tertile) and higher intake of ultra-processed foods (3 rd tertile) The diastolic blood pressure was not different according to food groups combination. Among adults, there was no association between the systolic and diastolic blood pressures according to increase, in tertiles, in consumption of unprocessed, moderately processed and ultra-processed foods, and there was a significant effect of interaction between the processing degree and body mass index. In testing combinations of food groups, we observed that the systolic blood pressure was 7.7 mmHg lower for individuals with lower intake of all the three food groups (1st tertile) in comparison to those who diet had lower intake of unprocessed (1st tertile), and higher intake of moderately and ultra-processed (3rd tertile). In comparing the systolic blood pressure of those who had lower intake of the three food groups and who consumed lower amounts of unprocessed and ultra-processed food products and higher amounts of moderately, the SBP was equally higher (130,2 and 130.1 mmHg). Conclusions: We conclude, therefore, that the degree of food processing influences the energy, fiber and micronutrient content of the diet. In adolescents, the consumption of ultra-processed foods was inverse to blood pressure. Among adults, there was an interaction between body mass index and the degree of food processing. Among adolescents and adults, the combination of food groups is significantly associated with blood pressure variations. For both, a greater consumption of moderately and ultraprocessed foods in detriment of unprocessed foods in total food intake, is associated with reduced systolic blood pressure levels. We highlight that this is the first study evaluating the effect of the degree of food processing on blood pressure and the design of this study implies potential limitations.application/pdfporManipulação de alimentosDietaPressão arterialIngestão de alimentosAdultoAdolescentePorto Alegre (RS)Food processingBlood pressureProcessed foodsBlood pressureArterial hypertensionGrau de processamento de alimentos e pressão arterial em adultos e adolescentes de Porto Alegreinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em EpidemiologiaPorto Alegre, BR-RS2013doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000910317.pdf.txt000910317.pdf.txtExtracted Texttext/plain202988http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/194590/2/000910317.pdf.txt4169f6ac472ba5224006683689c712cbMD52ORIGINAL000910317.pdfTexto completoapplication/pdf2668600http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/194590/1/000910317.pdf52f6fedebd324bf51b684f0ede0bba9fMD5110183/1945902019-05-30 02:40:52.636996oai:www.lume.ufrgs.br:10183/194590Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532019-05-30T05:40:52Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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Análise estatística foi baseada em modelos lineares generalizados. Resultados: Este estudo mostrou que a ingestão de alimentos moderadamente processados é maior entre os homens e indivíduos adultos de ambos os sexos e a ingestão de alimentos ultra-processados reduz com a idade. Quanto maior o grau de processamento, maior o teor de energia e carboidratos da dieta. O consumo de alimentos não processados associa-se com elevado teor de proteínas, fibras, cálcio e magnésio. Alimentos moderadamente processados resultaram em maior teor de gordura e sódio. Enquanto o elevado teor de potássio é nítidamente explicado pelo consumo de não processados, o contrário ocorre com o sódio. A ingestão de proteínas, fibras, cálcio, magnésio e potássio foi diretamente relacionada com aumento do consumo de alimentos não processados. A ingestão de alimentos moderadamente processados foi inversamente relacionada com o teor de cálcio, e houve uma tendência a uma relação direta com sódio, enquanto a ingestão de alimentos ultra-processados foram associados negativamente com fibra e de potássio. O teor de fibras, magnésio e potássio da dieta foi maior quando o padrão alimentar foi composto por alta ingestao de alimentos não processados e baixa de moderadamente e ultra-processados. Quando houve alta ingestão de alimentos ultra-processados combinada com baixa ingestão de não processados, a meta para ingestão de sódio e energia foi ultrassada. Entre adolescentes, ao analisar o consumo dos alimentos classificados de acordo com o grau de processamento em gramas por dia, houve um efeito inverso entre o consumo de ultra-processados e a pressão arterial sistólica. Ao combinar os três grupos alimentares, a pressão arterial sistólica foi 4.6 mmHg (P=0.01) maior entre adolescentes com baixa ingestão (tercil 1) dos três grupos alimentares em comparação aqueles que tiveram uma dieta com baixa ingestão de não processados (tercil 1), intermediária de moderadamente processados (tercil 2) e alta em ultra-processados (tercil 3). Entre os adultos, não houve associação entre a pressão arterial sistólica e diastólica de acordo com aumento, em tercis, no consumo de alimentos não processsados, moderadamente e ultra-processados e houve um significativo efeito de interação entre o grau de processamento e indice de massa corporal. Ao testar combinações de grupos alimentares observou-se que a pressão arterial sistólica foi 7,7 mmHg menor para indivíduos com ingestão baixa ingestão dos tres grupos alimentares (tercil 1) em comparação aqueles cujo dieta teve baixa ingestão de não processados (tercil 1) e alta de moderadamente e ultra-processados (tercil 3). Conclusões: Conclui-se portanto, que o grau de processamento de alimentos influencia o teor de energia, fibras e micronutrientes da dieta. Em adolescentes o consumo de alimentos ultra-processados foi inverso a pressão arterial. Entre adultos houve interação entre o índice de massa corporal e o grau de processamento de alimentos. Entre adolescentes e adultos a combinação dos grupos alimentares associase significativamente com a variação da pressão arterial. Para ambos, a maior participação dos alimentos moderadamente e ultra-processados em detrimento de não processados na ingestão alimentar total, associa-se com elevação da pressão arterial sistólica e diastólica. Salienta-se que este é o primeiro estudo avaliando o efeito do grau de processamento dos alimentos sobre a pressão arterial e que o delineamento do estudo implica potenciais limitações.
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