Novas informações sobre a morfologia dentária de Hyperodapedontinae (Archosauromorpha, Rhynchosauria)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/264280 |
Resumo: | Rhynchosauria é um grupo de Archosauromorpha basais, com registro fóssil restrito ao período Triássico. Eram formas herbívoras com um peculiar aparato mastigatório caracterizado por pré-maxilares voltados ventralmente, formando um “bico”, e um sistema de oclusão precisa entre os sulcos longitudinais maxilares e lâminas cortantes do dentário. A morfologia deste aparato desempenha um papel fundamental no estudo da sistemática e história evolutiva do grupo, principalmente no clado Hyperodapedontinae, cujo táxons são diagnosticados principalmente por caracteres maxilares e dentários. Este estudo apresenta a descrição de dois espécimes brasileiros portadores de dentes serrilhados, possibilitando a identificação de dois novos morfotipos, Sh (spearhead), para dentição maxilar, e Ch (chisel), para dentição bucal do dentário. Estes novos morfotipos representam o primeiro registro de serrilhas para todo o clado Rhynchosauria. Uma reavaliação dos dentes de coroas piramidais maxilares permitiu o entendimento de que o morfotipo P3, antes interpretado como produto de desgaste, é um morfotipo válido, além dos já estabelecidos P1 e P2. Com o intuito de investigar se a morfologia das coroas dentárias maxilares dos hyperodapedontines possui potencial de identificação taxonômica ou se estaria relacionada a variações ontogenéticas e/ou influência paleoambiental, duas abordagens metodológicas foram empregadas, uma qualitativa e outra quantitativa. A análise qualitativa compreendeu o estudo da forma, ornamentações (i.e., flutes e serrilhas), e graus de disparidade de tamanho das coroas dentárias de Hyperodapedontinae como um todo, avaliando também a distribuição geográfica, taxonômica, filogenética e ontogenética dos morfotipos identificados. A abordagem quantitativa consistiu em uma análise da morfometria geométrica das coroas dentárias maxilares não-cônicas de espécimes Hyperodapedontinae brasileiros, amostrando-se um total de quinze indivíduos. Os resultados revelaram que a morfologia da coroa não é taxonomicamente informativa. Contudo, a forma da coroa dentária maxilar tende a variar de acordo com o tamanho e a forma da placa maxilar, parâmetros diretamente relacionados à ontogenia dos indivíduos. Além disso, a ocorrência exclusiva de ornamentações em uma estreita faixa paleolatitudinal do Gondwana, coberta pela mesma subprovíncia florística Onslow, sugere a possibilidade destas estruturas serem uma adaptação para o processamento de alimentos vegetais típicos dessa subprovíncia. |
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Araujo, Camila Scartezini deSoares, Marina Bento2023-09-05T03:37:32Z2021http://hdl.handle.net/10183/264280001171088Rhynchosauria é um grupo de Archosauromorpha basais, com registro fóssil restrito ao período Triássico. Eram formas herbívoras com um peculiar aparato mastigatório caracterizado por pré-maxilares voltados ventralmente, formando um “bico”, e um sistema de oclusão precisa entre os sulcos longitudinais maxilares e lâminas cortantes do dentário. A morfologia deste aparato desempenha um papel fundamental no estudo da sistemática e história evolutiva do grupo, principalmente no clado Hyperodapedontinae, cujo táxons são diagnosticados principalmente por caracteres maxilares e dentários. Este estudo apresenta a descrição de dois espécimes brasileiros portadores de dentes serrilhados, possibilitando a identificação de dois novos morfotipos, Sh (spearhead), para dentição maxilar, e Ch (chisel), para dentição bucal do dentário. Estes novos morfotipos representam o primeiro registro de serrilhas para todo o clado Rhynchosauria. Uma reavaliação dos dentes de coroas piramidais maxilares permitiu o entendimento de que o morfotipo P3, antes interpretado como produto de desgaste, é um morfotipo válido, além dos já estabelecidos P1 e P2. Com o intuito de investigar se a morfologia das coroas dentárias maxilares dos hyperodapedontines possui potencial de identificação taxonômica ou se estaria relacionada a variações ontogenéticas e/ou influência paleoambiental, duas abordagens metodológicas foram empregadas, uma qualitativa e outra quantitativa. A análise qualitativa compreendeu o estudo da forma, ornamentações (i.e., flutes e serrilhas), e graus de disparidade de tamanho das coroas dentárias de Hyperodapedontinae como um todo, avaliando também a distribuição geográfica, taxonômica, filogenética e ontogenética dos morfotipos identificados. A abordagem quantitativa consistiu em uma análise da morfometria geométrica das coroas dentárias maxilares não-cônicas de espécimes Hyperodapedontinae brasileiros, amostrando-se um total de quinze indivíduos. Os resultados revelaram que a morfologia da coroa não é taxonomicamente informativa. Contudo, a forma da coroa dentária maxilar tende a variar de acordo com o tamanho e a forma da placa maxilar, parâmetros diretamente relacionados à ontogenia dos indivíduos. Além disso, a ocorrência exclusiva de ornamentações em uma estreita faixa paleolatitudinal do Gondwana, coberta pela mesma subprovíncia florística Onslow, sugere a possibilidade destas estruturas serem uma adaptação para o processamento de alimentos vegetais típicos dessa subprovíncia.Rhynchosauria is an early-divergent group of Archosauromorpha, with a fossil record restricted to the Triassic period. They were herbivorous forms with a peculiar masticatory apparatus characterized by ventrally facing premaxillae, forming a “beak”, and a precise occlusion system between the maxillary longitudinal grooves and dental cutting blades. The morphology of this apparatus plays a fundamental role in the study of the systematics and evolutionary history of the group, mainly in the Hyperodapedontinae clade, whose taxa are mainly diagnosed by maxillary and dental characters. This study presents the description of two Brazilian specimens with serrated teeth, enabling the identification of two new morphotypes, Sh (spearhead), for maxillary dentition, and Ch (chisel), for dentary buccal dentition. These new morphotypes represent the first record of serrations for the entire Rhynchosauria clade. A reassessment of the maxillary pyramidal crown teeth allowed the understanding that the P3 morphotype, previously interpreted as a wear product, is a valid morphotype, in addition to the already established P1 and P2. In order to investigate whether the morphology of the maxillary dental crowns of hyperodapedontines has a potential for taxonomic identification or if it would be related to ontogenetic variations and/or paleoenvironmental influence, two methodological approaches were used, one qualitative and the other quantitative. The qualitative analysis included the study of the shape, ornamentation (i.e., flutes and serrations), and degrees of disparity in size of the dental crowns of Hyperodapedontinae as a whole, also evaluating the geographic, taxonomic, phylogenetic and ontogenetic distribution of the identified morphotypes. The quantitative approach consisted of an analysis of the geometric morphometry of non-conical maxillary dental crowns of Brazilian specimens Hyperodapedontinae, sampling a total of fifteen individuals. The results revealed that the crown morphology is not taxonomically informative. However, the shape of the maxillary dental crown tends to vary according to the size and shape of the maxillary plate, parameters directly related to the individuals' ontogeny. The exclusive occurrence of ornamentations in a narrow paleolatitudinal range of Gondwana, covered by the same floristic sub-province Onslow, suggests the possibility of these structures being an adaptation for the processing of plant foods typical of this sub-province.application/pdfporPaleontologia : TriássicoRhynchosauriaGondwanaMorfometria geométricaPaleobiologiaMorfologia dentáriaTeeth crownsSerrationsFlutesTriassicNovas informações sobre a morfologia dentária de Hyperodapedontinae (Archosauromorpha, Rhynchosauria)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de GeociênciasPrograma de Pós-Graduação em Geociências2021mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001171088.pdf.txt001171088.pdf.txtExtracted Texttext/plain232279http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/264280/2/001171088.pdf.txt5ea312ae652ae9d281e16bf25369d876MD52ORIGINAL001171088.pdfTexto completoapplication/pdf7765322http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/264280/1/001171088.pdfa75993b7fa7a3c23814a8bea37a5b34bMD5110183/2642802023-09-06 03:42:11.592689oai:www.lume.ufrgs.br:10183/264280Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-09-06T06:42:11Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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Rhynchosauria é um grupo de Archosauromorpha basais, com registro fóssil restrito ao período Triássico. Eram formas herbívoras com um peculiar aparato mastigatório caracterizado por pré-maxilares voltados ventralmente, formando um “bico”, e um sistema de oclusão precisa entre os sulcos longitudinais maxilares e lâminas cortantes do dentário. A morfologia deste aparato desempenha um papel fundamental no estudo da sistemática e história evolutiva do grupo, principalmente no clado Hyperodapedontinae, cujo táxons são diagnosticados principalmente por caracteres maxilares e dentários. Este estudo apresenta a descrição de dois espécimes brasileiros portadores de dentes serrilhados, possibilitando a identificação de dois novos morfotipos, Sh (spearhead), para dentição maxilar, e Ch (chisel), para dentição bucal do dentário. Estes novos morfotipos representam o primeiro registro de serrilhas para todo o clado Rhynchosauria. Uma reavaliação dos dentes de coroas piramidais maxilares permitiu o entendimento de que o morfotipo P3, antes interpretado como produto de desgaste, é um morfotipo válido, além dos já estabelecidos P1 e P2. Com o intuito de investigar se a morfologia das coroas dentárias maxilares dos hyperodapedontines possui potencial de identificação taxonômica ou se estaria relacionada a variações ontogenéticas e/ou influência paleoambiental, duas abordagens metodológicas foram empregadas, uma qualitativa e outra quantitativa. A análise qualitativa compreendeu o estudo da forma, ornamentações (i.e., flutes e serrilhas), e graus de disparidade de tamanho das coroas dentárias de Hyperodapedontinae como um todo, avaliando também a distribuição geográfica, taxonômica, filogenética e ontogenética dos morfotipos identificados. A abordagem quantitativa consistiu em uma análise da morfometria geométrica das coroas dentárias maxilares não-cônicas de espécimes Hyperodapedontinae brasileiros, amostrando-se um total de quinze indivíduos. Os resultados revelaram que a morfologia da coroa não é taxonomicamente informativa. Contudo, a forma da coroa dentária maxilar tende a variar de acordo com o tamanho e a forma da placa maxilar, parâmetros diretamente relacionados à ontogenia dos indivíduos. Além disso, a ocorrência exclusiva de ornamentações em uma estreita faixa paleolatitudinal do Gondwana, coberta pela mesma subprovíncia florística Onslow, sugere a possibilidade destas estruturas serem uma adaptação para o processamento de alimentos vegetais típicos dessa subprovíncia. |
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