A variação do ditongo nasal ão nas comunidades bilíngues de Panambi e Flores da Cunha, no Rio Grande do Sul
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/77757 |
Resumo: | O trabalho tem como tema o estudo da variação do ditongo nasal ão em sílaba final de vocábulo (ex. pão ~ pon; tiravam ~ tiravon) por falantes bilíngues de português-alemão e português-italiano das comunidades de Panambi e Flores da Cunha, respectivamente. A decisão por investigar essas comunidades deve-se à constatação preliminar de que tal fenômeno é característico de comunidades bilíngues cujas línguas de origem não possuem ditongos nasais. A amostra constitui-se de 16 entrevistas do PROJETO VARSUL (Variação Linguística Urbana na Região Sul). Dados do PROJETO ALERS (Atlas Linguístico-Etnográfico da Região Sul do Brasil) de comunidades bilíngues de alemão e de italiano contribuíram para enriquecer a discussão. No presente estudo, a variável dependente, a alternância do ditongo nasal ão/am ~on em final de vocábulo, é examinada frente a possíveis condicionadores linguísticos e extralinguísticos, suas variáveis independentes. As variáveis linguísticas analisadas são Tonicidade do Alvo, Extensão do Vocábulo, Classe Gramatical, Número (Singular ou Plural) e Contexto Precedente. De forma geral, o fenômeno se aplica em sílabas finais tônicas de palavras no singular, fazendo uma leve distinção entre palavras longas e curtas. Além disso, como se trata de uma variação fonética de superfície, a classe gramatical não parece ser relevante nesse processo, ainda que deva incidir mais significativamente sobre alguns itens lexicais em específico. Quanto às variáveis extralinguísticas, foram analisados Localidade Bilíngue, Idade, Sexo e Escolaridade. De forma geral, o processo não faz distinção importante entre as duas localidades bilíngues analisadas, mas se aplica mais entre os menos escolarizados, por seu menor contato com a modalidade padrão da língua portuguesa. Além disso, o processo aplica-se mais entre homens com mais de 50 anos, em virtude de seu grau de bilinguismo e, possivelmente, por as mulheres dessas comunidades evitarem mais do que os homens variantes desprestigiadas. Os resultados foram analisados estatisticamente pelo programa GOLDVARB X e discutidos na perspectiva da Teoria da Variação, proposta por Labov (1969, 1972). |
id |
URGS_bde4ddd075220ba8c0522384bd288933 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.lume.ufrgs.br:10183/77757 |
network_acronym_str |
URGS |
network_name_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
repository_id_str |
1853 |
spelling |
Horbach, Aline ReginaSchwindt, Luiz Carlos da Silva2013-09-05T01:46:02Z2013http://hdl.handle.net/10183/77757000896755O trabalho tem como tema o estudo da variação do ditongo nasal ão em sílaba final de vocábulo (ex. pão ~ pon; tiravam ~ tiravon) por falantes bilíngues de português-alemão e português-italiano das comunidades de Panambi e Flores da Cunha, respectivamente. A decisão por investigar essas comunidades deve-se à constatação preliminar de que tal fenômeno é característico de comunidades bilíngues cujas línguas de origem não possuem ditongos nasais. A amostra constitui-se de 16 entrevistas do PROJETO VARSUL (Variação Linguística Urbana na Região Sul). Dados do PROJETO ALERS (Atlas Linguístico-Etnográfico da Região Sul do Brasil) de comunidades bilíngues de alemão e de italiano contribuíram para enriquecer a discussão. No presente estudo, a variável dependente, a alternância do ditongo nasal ão/am ~on em final de vocábulo, é examinada frente a possíveis condicionadores linguísticos e extralinguísticos, suas variáveis independentes. As variáveis linguísticas analisadas são Tonicidade do Alvo, Extensão do Vocábulo, Classe Gramatical, Número (Singular ou Plural) e Contexto Precedente. De forma geral, o fenômeno se aplica em sílabas finais tônicas de palavras no singular, fazendo uma leve distinção entre palavras longas e curtas. Além disso, como se trata de uma variação fonética de superfície, a classe gramatical não parece ser relevante nesse processo, ainda que deva incidir mais significativamente sobre alguns itens lexicais em específico. Quanto às variáveis extralinguísticas, foram analisados Localidade Bilíngue, Idade, Sexo e Escolaridade. De forma geral, o processo não faz distinção importante entre as duas localidades bilíngues analisadas, mas se aplica mais entre os menos escolarizados, por seu menor contato com a modalidade padrão da língua portuguesa. Além disso, o processo aplica-se mais entre homens com mais de 50 anos, em virtude de seu grau de bilinguismo e, possivelmente, por as mulheres dessas comunidades evitarem mais do que os homens variantes desprestigiadas. Os resultados foram analisados estatisticamente pelo programa GOLDVARB X e discutidos na perspectiva da Teoria da Variação, proposta por Labov (1969, 1972).This dissertation deals with the variation of the nasal diphthong [ãw] in final syllable of word position (ex. pão ~ pon; tiravam ~ tiravon) by bilingual speakers of German and Italian communities from Panambi and Flores da Cunha, respectively. The decision to investigate these communities due to the preliminary conclusion, that this phenomenon is characteristic of bilingual communities whose languages of origin do not have nasal diphthongs. The sample is constituted of 16 interviews from VARSUL PROJECT (Urban Linguistic Variation in South Region). Data from ALERS PROJECT (Linguistic-Ethnographic Atlas of Southern Brazil) communities bilingual German and Italian contributed to enrich the discussion. In this study, the dependent variable, the alternation of the nasal diphthong ão/am ~ on at the end of word, is examined against possible linguistic and extra linguistic conditioners, their independent variables. The linguistic variables analyzed are Target Toning, Extension of the Word totally, Grammar Class, Number (singular or plural) and Previous Context. In general, the phenomenon applies in tonic final syllables of words in the singular, making a slight distinction between long and short words. Moreover, as it is a phonetic variation of surface, the grammar class is not relevant in this process, although it should focus more significantly on some lexical items in particular. Concerning to the extralinguistic variables, were analyzed bilingual Place, Age, Gender and Education. In general, the process does not distinguish between the two major bilingual cities analyzed, but applies more among the less educated, on the slightest contact with the standard form of the Portuguese language. Furthermore, the process applies more among men over 50 years, because of their degree of bilingualism and, possibly, by the fact the women these communities more than men discredited variants. The results were statistically analyzed by the GOLDVARB X and discussed from the perspective of the Theory of Change, proposed by Labov (1969, 1972).application/pdfporFonéticaFonologiaVariação lingüísticaTeoria da variaçãoDitongoBilingüismoComunidade bilíngueAnálise lingüísticaLíngua portuguesaLinguagem e línguasPanambi (RS)Flores da Cunha (RS)Language variationNasal diphthong [ãw]BilingualismA variação do ditongo nasal ão nas comunidades bilíngues de Panambi e Flores da Cunha, no Rio Grande do Sulinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de LetrasPrograma de Pós-Graduação em LetrasPorto Alegre, BR-RS2013mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000896755.pdf000896755.pdfTexto completoapplication/pdf8679200http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/77757/1/000896755.pdf06c4255cb1a45f737c2d3b9417985669MD51TEXT000896755.pdf.txt000896755.pdf.txtExtracted Texttext/plain183622http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/77757/2/000896755.pdf.txt04ee637fe1b991d6713b660d70909d24MD52THUMBNAIL000896755.pdf.jpg000896755.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1146http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/77757/3/000896755.pdf.jpgbd881324984c7dbfa8fa8770309d39bbMD5310183/777572018-10-18 08:21:00.894oai:www.lume.ufrgs.br:10183/77757Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-18T11:21Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
A variação do ditongo nasal ão nas comunidades bilíngues de Panambi e Flores da Cunha, no Rio Grande do Sul |
title |
A variação do ditongo nasal ão nas comunidades bilíngues de Panambi e Flores da Cunha, no Rio Grande do Sul |
spellingShingle |
A variação do ditongo nasal ão nas comunidades bilíngues de Panambi e Flores da Cunha, no Rio Grande do Sul Horbach, Aline Regina Fonética Fonologia Variação lingüística Teoria da variação Ditongo Bilingüismo Comunidade bilíngue Análise lingüística Língua portuguesa Linguagem e línguas Panambi (RS) Flores da Cunha (RS) Language variation Nasal diphthong [ãw] Bilingualism |
title_short |
A variação do ditongo nasal ão nas comunidades bilíngues de Panambi e Flores da Cunha, no Rio Grande do Sul |
title_full |
A variação do ditongo nasal ão nas comunidades bilíngues de Panambi e Flores da Cunha, no Rio Grande do Sul |
title_fullStr |
A variação do ditongo nasal ão nas comunidades bilíngues de Panambi e Flores da Cunha, no Rio Grande do Sul |
title_full_unstemmed |
A variação do ditongo nasal ão nas comunidades bilíngues de Panambi e Flores da Cunha, no Rio Grande do Sul |
title_sort |
A variação do ditongo nasal ão nas comunidades bilíngues de Panambi e Flores da Cunha, no Rio Grande do Sul |
author |
Horbach, Aline Regina |
author_facet |
Horbach, Aline Regina |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Horbach, Aline Regina |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Schwindt, Luiz Carlos da Silva |
contributor_str_mv |
Schwindt, Luiz Carlos da Silva |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Fonética Fonologia Variação lingüística Teoria da variação Ditongo Bilingüismo Comunidade bilíngue Análise lingüística Língua portuguesa Linguagem e línguas Panambi (RS) Flores da Cunha (RS) |
topic |
Fonética Fonologia Variação lingüística Teoria da variação Ditongo Bilingüismo Comunidade bilíngue Análise lingüística Língua portuguesa Linguagem e línguas Panambi (RS) Flores da Cunha (RS) Language variation Nasal diphthong [ãw] Bilingualism |
dc.subject.eng.fl_str_mv |
Language variation Nasal diphthong [ãw] Bilingualism |
description |
O trabalho tem como tema o estudo da variação do ditongo nasal ão em sílaba final de vocábulo (ex. pão ~ pon; tiravam ~ tiravon) por falantes bilíngues de português-alemão e português-italiano das comunidades de Panambi e Flores da Cunha, respectivamente. A decisão por investigar essas comunidades deve-se à constatação preliminar de que tal fenômeno é característico de comunidades bilíngues cujas línguas de origem não possuem ditongos nasais. A amostra constitui-se de 16 entrevistas do PROJETO VARSUL (Variação Linguística Urbana na Região Sul). Dados do PROJETO ALERS (Atlas Linguístico-Etnográfico da Região Sul do Brasil) de comunidades bilíngues de alemão e de italiano contribuíram para enriquecer a discussão. No presente estudo, a variável dependente, a alternância do ditongo nasal ão/am ~on em final de vocábulo, é examinada frente a possíveis condicionadores linguísticos e extralinguísticos, suas variáveis independentes. As variáveis linguísticas analisadas são Tonicidade do Alvo, Extensão do Vocábulo, Classe Gramatical, Número (Singular ou Plural) e Contexto Precedente. De forma geral, o fenômeno se aplica em sílabas finais tônicas de palavras no singular, fazendo uma leve distinção entre palavras longas e curtas. Além disso, como se trata de uma variação fonética de superfície, a classe gramatical não parece ser relevante nesse processo, ainda que deva incidir mais significativamente sobre alguns itens lexicais em específico. Quanto às variáveis extralinguísticas, foram analisados Localidade Bilíngue, Idade, Sexo e Escolaridade. De forma geral, o processo não faz distinção importante entre as duas localidades bilíngues analisadas, mas se aplica mais entre os menos escolarizados, por seu menor contato com a modalidade padrão da língua portuguesa. Além disso, o processo aplica-se mais entre homens com mais de 50 anos, em virtude de seu grau de bilinguismo e, possivelmente, por as mulheres dessas comunidades evitarem mais do que os homens variantes desprestigiadas. Os resultados foram analisados estatisticamente pelo programa GOLDVARB X e discutidos na perspectiva da Teoria da Variação, proposta por Labov (1969, 1972). |
publishDate |
2013 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2013-09-05T01:46:02Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2013 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10183/77757 |
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv |
000896755 |
url |
http://hdl.handle.net/10183/77757 |
identifier_str_mv |
000896755 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
instacron_str |
UFRGS |
institution |
UFRGS |
reponame_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
collection |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/77757/1/000896755.pdf http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/77757/2/000896755.pdf.txt http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/77757/3/000896755.pdf.jpg |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
06c4255cb1a45f737c2d3b9417985669 04ee637fe1b991d6713b660d70909d24 bd881324984c7dbfa8fa8770309d39bb |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br |
_version_ |
1810085266931580928 |