A fábula : tradição e mudança

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Castro, Marta Barbosa
Data de Publicação: 2004
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/195977
Resumo: Este trabalho faz um estudo histórico da fábula, enquanto gênero literário, a partir de sua origem na Grécia antiga e se concentra em dois autores: Esopo e La Fontaine. As definições comuns de fábula associam-na aos gêneros pedagógicos ou moralizantes. Através da pesquisa, identificam-se elementos que permitem relacionar a fábula à literatura camavalizada, com base em Bahktin, istoé , em uma esfera de interpretação relativizada que permite outras leituras que não apenas as de cunho pedagógico ou moralizante. Essa carnavalização manifesta-se na fábula de diferentes maneiras. Na sua origem, a fábula está ligada a um dos momentos mais marcantes do pensamento grego que é a passagem do mythos ao logos, iniciada pelos filósofos pré-socráticos, os primeiros a tentarem substituir a explicação mítica pela explicação racional do kosmos. Na fábula grega, mythos e logos são utilizados indistintamente, conforme o uso comum desses termos na época. Só com a filosofia posterior a Sócrates, os termos passam a ter sentidos diferentes. A fábula, no seculo XVII, jáé de dominio público e La Fontaine baseia-se no conhecimento dos seus leitores para empreender mudanças ao genero. Nos seis primeiros livros, La Fontaine mantem-se muito próximo aos textos de Esopo, porém, nos seis últimos livros, empenha-se para dar um novo sentido a sua obra. Com base nas premissas do logos, repensa sua obra e a tradição da fábula, inserindo novas caracteristicas no gênero, principalmente, na esfera do narrador. A fábula passa, então, por alterações estruturais que podem ser observadas em autores posteriores a La Fontaine.
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