Idades de descarte da vaca : eficiência bioeconômica e resiliência do sistema de cria
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/232250 |
Resumo: | Para expandir os conhecimentos em relação à idade ideal de descarte da vaca no rebanho de cria, foram realizados dois estudos com modelos de simulação dinâmicos e determinísticos. O primeiro comparou a eficiência bioeconômica de sistemas de cria com diferentes idades máxima de descarte da vaca, denominado de tempo de permanência (TP). Foram construídos dez cenários com vacas de descarte dos quatro (TP4) aos treze anos (TP13). A oferta de energia metabolizável (EM) considerou o suprimento total das exigências dos animais (NRC, 2000, 2016). A relação entre a produção de peso vivo (PV) total e a EM consumida determinou a eficiência biológica dos sistemas (EBio). A eficiência econômica foi representada pela relação da margem bruta (MB) e a área de produção (EEA) para os sistemas; e pela relação entre a MB e as vacas de cria (EEV) para avaliar a eficiência das vacas. Uma regressão linear simples entre a EBio, a EEA e a EEV determinou a eficiência bioeconômica. O TP4 apresentou os melhores resultados para EBio e EEA, porém a EEV foi melhor no TP13. A eficiência bioeconômica foi melhor no TP6, o que demonstra que um rebanho de cria expressa sua melhor eficiência quando o as vacas são descartadas ao atingem a idade adulta. O segundo estudo comparou o efeito de diferentes idades de descarte da vaca e de três níveis de energia na resiliência de sistemas de cria estáveis. No primeiro ano (Ano 1), considerou-se a disponibilidade de energia baixa (50%, B), média (75%, M) e alta (100%, A) 60 dias antes e depois do início da parição (120 dias) (NRC, 2000, 2016), para os rebanhos de idade máxima de descarte da vaca (tempo de permanência, TP) aos quatro (TP4B, TP4M, TP4A), seis (TP6B, TP6M, TP6A) e onze anos (TP11B, TP11M, T11A). A partir do Ano 2 a disponibilidade energética para todos os sistemas foi alta. A relação entre a venda de kg dos animais (touros, vacas e bezerros) e a área útil para a produção determino A resiliência foi considerada quando os sistemas atingiram 95% da produtividade padrão (anterior à redução da disponibilidade energética). Os resultados para atingir a resiliência foram melhores nos TP6 e TP11 que necessitaram de dois anos, enquanto para os TP4 foi necessário três anos. Entretanto, o descarte de vacas mais velhas levou ao maior aumento de kg de vaca na proporção de produto vendido. Portanto, rebanhos estáveis manifestam melhores EBio e EEA quanto mais jovens forem as vacas de descarte, mas apresentam maior vulnerabilidade frente às intempéries climáticas que possam prejudicar os índices produtivos, o que retarda a resiliência. Por outro lado, o maior tempo de permanência da vaca possibilita a melhor EEV e resiliência mais rápida, porém há maior aumento da participação de kg de vaca vendidos pelo sistema em situações de desafios alimentares. Assim, o descarte de vacas próximo aos cinco anos e meio (TP6) proporciona o equilíbrio entre os indicadores de eficiência, apresenta menor tempo à resiliência e sofre alterações intermediárias na estrutura do produto vendido. |
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Sessim, Amir GilBarcellos, Julio Otavio JardimPereira, Gabriel Ribas2021-11-26T04:46:37Z2020http://hdl.handle.net/10183/232250001128343Para expandir os conhecimentos em relação à idade ideal de descarte da vaca no rebanho de cria, foram realizados dois estudos com modelos de simulação dinâmicos e determinísticos. O primeiro comparou a eficiência bioeconômica de sistemas de cria com diferentes idades máxima de descarte da vaca, denominado de tempo de permanência (TP). Foram construídos dez cenários com vacas de descarte dos quatro (TP4) aos treze anos (TP13). A oferta de energia metabolizável (EM) considerou o suprimento total das exigências dos animais (NRC, 2000, 2016). A relação entre a produção de peso vivo (PV) total e a EM consumida determinou a eficiência biológica dos sistemas (EBio). A eficiência econômica foi representada pela relação da margem bruta (MB) e a área de produção (EEA) para os sistemas; e pela relação entre a MB e as vacas de cria (EEV) para avaliar a eficiência das vacas. Uma regressão linear simples entre a EBio, a EEA e a EEV determinou a eficiência bioeconômica. O TP4 apresentou os melhores resultados para EBio e EEA, porém a EEV foi melhor no TP13. A eficiência bioeconômica foi melhor no TP6, o que demonstra que um rebanho de cria expressa sua melhor eficiência quando o as vacas são descartadas ao atingem a idade adulta. O segundo estudo comparou o efeito de diferentes idades de descarte da vaca e de três níveis de energia na resiliência de sistemas de cria estáveis. No primeiro ano (Ano 1), considerou-se a disponibilidade de energia baixa (50%, B), média (75%, M) e alta (100%, A) 60 dias antes e depois do início da parição (120 dias) (NRC, 2000, 2016), para os rebanhos de idade máxima de descarte da vaca (tempo de permanência, TP) aos quatro (TP4B, TP4M, TP4A), seis (TP6B, TP6M, TP6A) e onze anos (TP11B, TP11M, T11A). A partir do Ano 2 a disponibilidade energética para todos os sistemas foi alta. A relação entre a venda de kg dos animais (touros, vacas e bezerros) e a área útil para a produção determino A resiliência foi considerada quando os sistemas atingiram 95% da produtividade padrão (anterior à redução da disponibilidade energética). Os resultados para atingir a resiliência foram melhores nos TP6 e TP11 que necessitaram de dois anos, enquanto para os TP4 foi necessário três anos. Entretanto, o descarte de vacas mais velhas levou ao maior aumento de kg de vaca na proporção de produto vendido. Portanto, rebanhos estáveis manifestam melhores EBio e EEA quanto mais jovens forem as vacas de descarte, mas apresentam maior vulnerabilidade frente às intempéries climáticas que possam prejudicar os índices produtivos, o que retarda a resiliência. Por outro lado, o maior tempo de permanência da vaca possibilita a melhor EEV e resiliência mais rápida, porém há maior aumento da participação de kg de vaca vendidos pelo sistema em situações de desafios alimentares. Assim, o descarte de vacas próximo aos cinco anos e meio (TP6) proporciona o equilíbrio entre os indicadores de eficiência, apresenta menor tempo à resiliência e sofre alterações intermediárias na estrutura do produto vendido.To expand the knowledge regarding the ideal age for cow culling in the cow-calf herd, two studies were carried out with dynamic and deterministic simulation models. The first compared the bioeconomic efficiency of cow-calf systems with different maximum age for cow culling, called lifetime (LT). Ten scenarios were built with cows culling from four (LT4) to thirteen years (LT13). The supply of metabolizable energy (ME) considered the total supply of the animals' requirements (NRC, 2000, 2016). The relation between total live weight (LW) production and the consumed ME determined the biological efficiency of the systems (BioE). Economic efficiency was represented by the ratio of gross margin (GM) and production area (EEA) for the systems; and the relation between GM and cows (EEC) to assess the efficiency of cows. A simple linear regression between BioE, EEA and EEC determined bioeconomic efficiency. The LT4 presented the best results for BioE and EEA, however EEC was better in LT13. Bioeconomic efficiency was better in LT6, which shows that a cow-calf herd expresses its best efficiency when the cows reach adult age. The second study compared the effect of different ages of cow culling and of three energy levels on the resilience of stable cow-calf systems. In the first year (Year 1), was considered availability of low (50%, L), medium (75%, M) and high (100%, H) energy 60 days before and after the start of the birth (120 days) (NRC, 2000, 2016), for herds of maximum age for cow culling (lifetime, LT) at four (LT4L, LT4M, LT4H), six (LT6L, LT6M, LT6H) and eleven years (LT11L, LT11M, LT11H). From Year 2, energy availability for all systems was high. The relation between the sale of kg of animals (bulls, cows and calves) and the area used for production determined the productivity of the system. Resilience was considered when the systems reached 95% of standard productivity (prior to the reduction in energy availability). The results to achieve resilience were better in LT6 and LT11, which required two years, while for LT4 was necessary three years. However, the older cows culling led to a greater increase in kg of cow in the proportion of product sold. Therefore, stable herds show better BioE and EEA the younger the cows are culling, but they are more vulnerable to weather conditions that can damage production rates, which slows resilience. In contrast, the longer lifetime the cow allows better EEC and faster resilience, but there is a greater increase in the kg of cow sold by the system in situations of food challenges. Thus, the disposal of cows close to five and a half years (LT6) provides a balance between efficiency indicators, presents less time to resilience and undergoes intermediate changes in the structure of the product sold.application/pdfporVacaSistema de produçãoCondição ambientalProdutividadeCow longevityCows feed restrictionHerd structureResistanceReversibilityStayabilityIdades de descarte da vaca : eficiência bioeconômica e resiliência do sistema de criaCow culling ages: bioeconomic efficiency and resilience of the cow-calf system info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de AgronomiaPrograma de Pós-Graduação em ZootecniaPorto Alegre, BR-RS2020doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001128343.pdf.txt001128343.pdf.txtExtracted Texttext/plain189978http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/232250/2/001128343.pdf.txt38c4d093b205c9d8db7dbc0a57752d4eMD52ORIGINAL001128343.pdfTexto completoapplication/pdf2363305http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/232250/1/001128343.pdf344be8951f3eb9835824dfadeb23927fMD5110183/2322502022-02-22 05:14:01.131428oai:www.lume.ufrgs.br:10183/232250Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-02-22T08:14:01Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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