Avaliação do efeito de um modelo de educação para pacientes com diabetes mellitus tipo 2 que não usam insulina

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Scain, Suzana Fiore
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/14679
Resumo: Introdução: A educação faz parte do tratamento dos pacientes diabéticos juntamente com a dieta, os exercícios físicos e o uso de medicamentos. É um processo contínuo que, através da aprendizagem, traduz conhecimentos em ações para o autocuidado. O impacto da educação em diabetes sobre o controle metabólico foi relativamente pouco estudado. Objetivo: Avaliar o efeito de intervenção educativa estruturada de abordagem grupal sobre o controle metabólico em pacientes portadores de Diabetes Mellitus (DM) tipo 2. Métodos: Ensaio clínico randomizado, com duração de 1 ano, em um hospital universitário público. Foram incluídos pacientes ambulatórias com DM tipo 2, não usuários de insulina, alfabetizados. Os pacientes foram subdivididos, de forma randomizada, em 2 grandes grupos: grupo controle (tratamento convencional, com visitas ambulatoriais rotineiras ao médico assistente e à enfermeira) e grupo de intervenção (visitas rotineiras mais intervenção educacional). A intervenção foi um processo educacional estruturado, com 4 sessões semanais, consecutivas, teórico-práticas, em grupos (8- 10 pacientes cada), com 120 minutos de duração cada uma. Foram ministradas por uma enfermeira educadora especialmente treinada, em forma de aulas (nutrição, automonitoramento da glicosúria, exercício, cuidado com os pés e outros tópicos de autocuidado). O tempo de contato com o educador foi de 14 horas no grupo de intervenção durante o ano do estudo. O conhecimento sobre diabetes foi avaliado, através de um questionário, na entrada e após 30 dias (1 mês corrido para os controles e ao final do curso para o grupo de intervenção). No recrutamento e aos 4, 8 e 12 meses, foram avaliados a hemoglobina glicada (teste A1c), peso corporal, a pressão arterial e o perfil lipídico. Resultados: Foram incluídos 104 pacientes, com idade de 59 ± 9,5 anos (31-74), duração conhecida do DM de 10,5 ± 6,70 anos (3- 38), Índice de Massa Corporal (IMC) 29,1 ± 4,4kg/m², relação cintura/quadril (C/Q) de 0,94 ± 0,08 cm e A1C de 6,8 ±1,4 mg / dL. No grupo de intervenção, a A1c foi significativamente mais baixa do que no basal, aos 4 (P = 0,007), 8 (P = 0,009) e 12 meses de acompanhamento (P = 0,04). O grupo controle apresentou um aumento progressivo da A1c até o 8º mês, mantendo-se estável até o fim do estudo. Os valores de A1c, no grupo de intervenção, aos 8 e 12 meses correlacionaram-se significativamente com o número de acertos no teste aplicado aos 30 dias (r = 0,22; P = 0,022 aos 8 e r = 0,23; P = 0,023 aos 12 meses, respectivamente). Ao longo do estudo, em ambos os grupos houve melhora semelhante, significativa, no peso, nos níveis pressóricos, nos níveis de colesterol total e High Density Lipoprotein (HDLColesterol). Conclusão: Em pacientes ambulatoriais com DM tipo 2, participar de um programa estruturado de educação em diabetes, com aulas em grupo, associa-se significativamente com redução dos níveis de A1c a partir de 4 meses, efeito que se mantém significativo até os 12 meses.
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Os pacientes foram subdivididos, de forma randomizada, em 2 grandes grupos: grupo controle (tratamento convencional, com visitas ambulatoriais rotineiras ao médico assistente e à enfermeira) e grupo de intervenção (visitas rotineiras mais intervenção educacional). A intervenção foi um processo educacional estruturado, com 4 sessões semanais, consecutivas, teórico-práticas, em grupos (8- 10 pacientes cada), com 120 minutos de duração cada uma. Foram ministradas por uma enfermeira educadora especialmente treinada, em forma de aulas (nutrição, automonitoramento da glicosúria, exercício, cuidado com os pés e outros tópicos de autocuidado). O tempo de contato com o educador foi de 14 horas no grupo de intervenção durante o ano do estudo. O conhecimento sobre diabetes foi avaliado, através de um questionário, na entrada e após 30 dias (1 mês corrido para os controles e ao final do curso para o grupo de intervenção). No recrutamento e aos 4, 8 e 12 meses, foram avaliados a hemoglobina glicada (teste A1c), peso corporal, a pressão arterial e o perfil lipídico. Resultados: Foram incluídos 104 pacientes, com idade de 59 ± 9,5 anos (31-74), duração conhecida do DM de 10,5 ± 6,70 anos (3- 38), Índice de Massa Corporal (IMC) 29,1 ± 4,4kg/m², relação cintura/quadril (C/Q) de 0,94 ± 0,08 cm e A1C de 6,8 ±1,4 mg / dL. No grupo de intervenção, a A1c foi significativamente mais baixa do que no basal, aos 4 (P = 0,007), 8 (P = 0,009) e 12 meses de acompanhamento (P = 0,04). O grupo controle apresentou um aumento progressivo da A1c até o 8º mês, mantendo-se estável até o fim do estudo. Os valores de A1c, no grupo de intervenção, aos 8 e 12 meses correlacionaram-se significativamente com o número de acertos no teste aplicado aos 30 dias (r = 0,22; P = 0,022 aos 8 e r = 0,23; P = 0,023 aos 12 meses, respectivamente). Ao longo do estudo, em ambos os grupos houve melhora semelhante, significativa, no peso, nos níveis pressóricos, nos níveis de colesterol total e High Density Lipoprotein (HDLColesterol). Conclusão: Em pacientes ambulatoriais com DM tipo 2, participar de um programa estruturado de educação em diabetes, com aulas em grupo, associa-se significativamente com redução dos níveis de A1c a partir de 4 meses, efeito que se mantém significativo até os 12 meses.Introduction: Education is part of the management of diabetes mellitus, along with diet, physical activity and medications. It is a continuous process in which knowledge is translated into actions for self-care. The impact of diabetes education on metabolic control has not been sufficiently studied. Objective: To evaluate the effect of a structured educational group intervention on the metabolic control of patients with Type 2 Diabetes Mellitus (T2DM). Methods: A randomized, controlled, clinical trial, lasting 12 months in a public University hospital outpatient clinic. The patients had T2DM (WHO), were not using insulin, and were literate. They were randomly subdivided into 2 groups: the control group (conventional treatment, with routine outpatient physician and nurse appointments) and the intervention group (conventional treatment plus the structured educational intervention). The intervention was a structured educational process, consisting of 4 consecutive, group (8-10 participants), weekly, theoretical-practical sessions, and each one lasting up to 120 minutes. These sessions were conducted by a diabetes educator nurse, specially trained, in the form of classes (nutrition, home blood glucose monitoring, exercise, foot care and other aspects of self-care). During the study, the patients in the intervention group spent a total 14 hours with the nurse educator. Knowledge about diabetes was evaluated on entry and at 30 days through a questionnaire (after 1 full month for the control group and after the completion of the course for the intervention group). At baseline and after 4, 8 and 12 months, glycated haemoglobin (A1c), body weight, blood pressure and lipid profile were measured. Results: 104 patients were included, ages 59 ± 9.5 years, known duration of T2DM 10.5 ± 6.7 years, BMI 29.1±4.4kg/m²,waist/hip ratio 0.94 ± 0.08 cm and A1C 6.8 ±1.4 mg / dL. In the intervention group, A1c was significantly lower than at baseline at 4 (P = 0.007), 8 (P = 0.009) and 12 months of follow-up (P = 0.04). The control group had a progressive rise of A1c until the 8th month, keeping stable until the completion of the study. The values of A1c at 8 and 12 months in the intervention group were significantly correlated with the number of correct answers in the test applied at 30 days (r = 0.22; P = 0.022 at 8, r = 0.23; P = 0.023 at 12 months, respectively). Along the study, both groups showed similar, significant, improvement in BMI, blood pressure, total cholesterol and HDL. Conclusion: In T2DM outpatients, participating in a structured diabetes education programme, with group classes, is significantly associated with a reduction in A1c, that is observable at 4 months and remains significant for up to 12 months.application/pdfporDiabetes mellitus tipo 2Educação de pacientesPatient education.Health educationDiabetes Mellitus, type 2GroupAvaliação do efeito de um modelo de educação para pacientes com diabetes mellitus tipo 2 que não usam insulinainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Ciências Médicas: EndocrinologiaPorto Alegre, BR-RS2008doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000661646.pdf000661646.pdfTexto completoapplication/pdf1654151http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/14679/1/000661646.pdf63a3abc4c6881ef9ed921931b9d3b164MD51TEXT000661646.pdf.txt000661646.pdf.txtExtracted Texttext/plain96828http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/14679/2/000661646.pdf.txt301dee7e186e8064eba66f3fe6cfbe38MD52THUMBNAIL000661646.pdf.jpg000661646.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1033http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/14679/3/000661646.pdf.jpgaf7925d813f32c369f888cfe8de88a5bMD5310183/146792018-10-17 08:48:43.539oai:www.lume.ufrgs.br:10183/14679Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-17T11:48:43Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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