Entre letras-mulheres : leitoras brancas e escritas negras através de um grupo de leiturações na cidade de Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues, Aline de Moura
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/274626
Resumo: Nesta etnografia, a partir da inserção da pesquisadora como parte do Grupo Permanente de Escrita para Mulheres, atividade promovida pelo Selo Editorial Todas Escrevemos em parceria com a ONG e Coletivo Fora da Asa, buscou-se documentar e analisar os encontros entre mulheres diferencialmente racializadas que juntas leem e escrevem não apenas seus projetos de publicação, mas também alternativas de enfrentamento aos privilégios e desconfortos que as experiências de racialidade e racismo geram, também através da escrita. O objetivo desta pesquisa é analisar a maneira pela qual as mulheres brancas autodeclaradas antirracistas se relacionam com escrita de autoria negra feminina. Entre memórias de escutas de outro tempo e relatos de vidas perpassadas pelas letras-mulheres nos anos de 2021 e 2023, esta etnografia foi tecida em meio a pandemia e engendrada entre telas. Esta etnografia buscou incitar olhares para as interseccionalidades de privilégios e de opressões presentes na trajetória de leitoras brancas de escritas de autoria negra e feminina. Quais as localizações dos saberes gerados por leituras feitas por pessoas autoconscientes de sua racialidade branca? Quais os caminhos de diálogo podem ser tecidos neste reconhecimento de si, através de letras-mulheres negras? Longe de explorar em profundidade a discussão teórica sobre o tema das leituras, aqui o interesse é pensar dimensões da etnografia enquanto texto tecido e lido por existências antropológicas racialmente diversas, das quais em muitos casos, se colocam também na busca por uma prática antirracista no seu fazer leituras e escritas coletivas. O texto etnográfico é, por si só, intrinsecamente plural, porém se faz necessário explicitar a dimensão racial das alteridades envolvidas no trabalho de campo, assim como no âmbito de organizações sociais e pessoas em movimento, neste trabalho tendo se direcionado o olhar mais detidamente a mulheres brancas autodeclaradas como antirracistas.
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spelling Rodrigues, Aline de MouraJoseph, Handerson2024-04-11T06:26:17Z2024http://hdl.handle.net/10183/274626001200154Nesta etnografia, a partir da inserção da pesquisadora como parte do Grupo Permanente de Escrita para Mulheres, atividade promovida pelo Selo Editorial Todas Escrevemos em parceria com a ONG e Coletivo Fora da Asa, buscou-se documentar e analisar os encontros entre mulheres diferencialmente racializadas que juntas leem e escrevem não apenas seus projetos de publicação, mas também alternativas de enfrentamento aos privilégios e desconfortos que as experiências de racialidade e racismo geram, também através da escrita. O objetivo desta pesquisa é analisar a maneira pela qual as mulheres brancas autodeclaradas antirracistas se relacionam com escrita de autoria negra feminina. Entre memórias de escutas de outro tempo e relatos de vidas perpassadas pelas letras-mulheres nos anos de 2021 e 2023, esta etnografia foi tecida em meio a pandemia e engendrada entre telas. Esta etnografia buscou incitar olhares para as interseccionalidades de privilégios e de opressões presentes na trajetória de leitoras brancas de escritas de autoria negra e feminina. Quais as localizações dos saberes gerados por leituras feitas por pessoas autoconscientes de sua racialidade branca? Quais os caminhos de diálogo podem ser tecidos neste reconhecimento de si, através de letras-mulheres negras? Longe de explorar em profundidade a discussão teórica sobre o tema das leituras, aqui o interesse é pensar dimensões da etnografia enquanto texto tecido e lido por existências antropológicas racialmente diversas, das quais em muitos casos, se colocam também na busca por uma prática antirracista no seu fazer leituras e escritas coletivas. O texto etnográfico é, por si só, intrinsecamente plural, porém se faz necessário explicitar a dimensão racial das alteridades envolvidas no trabalho de campo, assim como no âmbito de organizações sociais e pessoas em movimento, neste trabalho tendo se direcionado o olhar mais detidamente a mulheres brancas autodeclaradas como antirracistas.In this ethnography, through the researcher's involvement as part of the Permanent Writing Group for Women, an activity promoted by the Editorial Seal 'Todas Escrevemos' in partnership with the NGO and Collective 'Fora da Asa,' the aim was to document and analyze the meetings among racially diverse women who collectively read and write not only their publication projects but also alternatives to address the privileges and discomforts generated by experiences of race and racism, also through writing. The objective of this research is to analyze how self proclaimed white women who identify as antiracists engage with writing by Black women authors. Amidst memories of listening to another time and accounts of lives shaped by women's letters in the years 2021 and 2023, this ethnography was woven amidst the pandemic and engendered among screens. This ethnography aimed to provoke reflections on the intersections of privileges and oppressions present in the trajectory of white readers of Black and women authored writings. What are the locations of knowledge generated by readings made by individuals self-aware of their white racial identity? What paths of dialogue can be woven in this self-recognition through Black women's letters? Far from delving deeply into the theoretical discussion about reading, here the interest lies in contemplating dimensions of ethnography as a text woven and read by racially diverse anthropological existences, many of whom also seek an anti-racist practice in their collective readings and writings. The ethnographic text is inherently plural, yet it's necessary to clarify the racial dimension of the alterities involved in fieldwork, as well as within social organizations and people in motion, with this work focusing more closely on self-proclaimed white women as antiracists.En esta etnografía, a través de la participación de la investigadora como parte del Grupo Permanente de Escritura para Mujeres, una actividad promovida por el Sello Editorial 'Todas Escrevemos' en colaboración con la ONG y el Colectivo 'Fora da Asa', el objetivo fue documentar y analizar los encuentros entre mujeres racialmente diversas que leen y escriben colectivamente no solo sus proyectos de publicación, sino también alternativas para enfrentar los privilegios e incomodidades generados por las experiencias de raza y racismo, también a través de la escritura. El objetivo de esta investigación es analizar cómo las mujeres blancas autodeclaradas como antirracistas se relacionan con la escritura de autoras negras. En medio de recuerdos de escuchar otro tiempo y relatos de vidas moldeadas por las letras de las mujeres en los años 2021 y 2023, esta etnografía se tejió en medio de la pandemia y se engendró entre pantallas. Esta etnografía buscó provocar reflexiones sobre las intersecciones de privilegios y opresiones presentes en la trayectoria de lectoras blancas de escritos de autoras negras y mujeres. ¿Cuáles son los lugares del conocimiento generado por lecturas hechas por personas conscientes de su identidad racial blanca? ¿Qué caminos de diálogo pueden tejerse en este autorreconocimiento a través de las letras de mujeres negras? Lejos de adentrarse profundamente en la discusión teórica sobre la lectura, aquí el interés radica en contemplar dimensiones de la etnografía como un texto tejido y leído por existencias antropológicas racialmente diversas, muchas de las cuales también buscan una práctica antirracista en sus lecturas y escritos colectivos. El texto etnográfico es intrínsecamente plural, sin embargo, es necesario aclarar la dimensión racial de las alteridades involucradas en el trabajo de campo, así como dentro de organizaciones sociales y personas en movimiento, enfocándose más estrechamente en mujeres blancas autodeclaradas como antirracistas.application/pdfporEscritoras negrasAntirracismoLeitoresMulheresTextualidadeBranquitudeWhite readersBlack writingAntiracismWhitenessTextualitiesLectoras blancasEscrituras negrasAnti-racismoBlanquedadTextualidadesEntre letras-mulheres : leitoras brancas e escritas negras através de um grupo de leiturações na cidade de Porto Alegreinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em Antropologia SocialPorto Alegre, BR-RS2024mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001200154.pdf.txt001200154.pdf.txtExtracted Texttext/plain530582http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/274626/2/001200154.pdf.txt7c52d47cb3bff14695bca000ffd7ad05MD52ORIGINAL001200154.pdfTexto completoapplication/pdf3171240http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/274626/1/001200154.pdfdb635c3fb2104f9c675976ee9ac9b675MD5110183/2746262024-04-12 06:20:01.827244oai:www.lume.ufrgs.br:10183/274626Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-04-12T09:20:01Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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