Reconstrução mamária imediata em tempo único versus cirurgia em dois tempos : dezenove anos de experiência em uma única instituição
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/213270 |
Resumo: | Introdução: Dados sobre complicações pós-operatórias em mulheres submetidas a mastectomia e reconstrução imediata baseada em implantes são conflitantes entre as instituições. A segurança local é um dos principais tópicos na tomada de decisão sobre qual abordagem cirúrgica a ser empregada. A escolha final sobre a técnica de reconstrução deve ser individualizada e baseada em características da paciente e do tumor. Este estudo investigou a prevalência de perda de implantes e as complicações pós-operatórias, após a reconstrução mamária, imediata utilizando expansores versus prótese-direta. O objetivo secundário foi determinar se variáveis clínicas de interesse apresentavam associação com as complicações pós-operatórias. Método: Estudo transversal, retrospectivo, realizado através da coleta de dados em prontuário eletrônico de mulheres com mais de 18 anos, submetidas à mastectomia terapêutica ou profilática e reconstrução mamária imediata baseada em implantes, entre os anos de 2000 e 2019, no Serviço de Mastologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre/RS (HCPA), Brasil. Resultados: Foram analisadas 241 reconstruções mamárias, 127 (52,7%) no grupo expansor e 114 (47,3%) no grupo prótese. A taxa de retirada de implantes neste estudo foi de 10% e a taxa de complicações maiores foi de 15,8%. Em comparação à técnica clássica de reconstrução em 2 tempos com expansores, a reconstrução com prótese direta apresentou maior prevalência de remoção dos implantes (15,8% vs 4,7%, P= 0,008), após a mastectomia. O grupo prótese-direta também apresentou maiores taxas de complicações globais, necrose de pele ou do complexo aréolo-papilar, exposição do implante e infecção (66,7% vs 47,2%; 40,4% vs 22,0%; 12,3% vs 1,6%; 13,2% vs 3,9%, respectivamente), com significância estatística (P<0,05). Não foram identificadas correlações significativas entre as demais variáveis clínicas e a taxa de remoção dos implantes. Por outro lado, peso da mama, técnica nipple-sparing de mastectomia e radioterapia prévia à mastectomia mostraram-se diretamente relacionadas à taxa de complicações globais. Tabagismo apresentou relação direta com as complicações maiores. Conclusões: As técnicas de reconstrução mamária com próteses/expansores constituem uma opção segura na reconstrução imediata e, para cada técnica cirúrgica, devem ser tomadas decisões sensatas no que diz respeito à seleção das pacientes candidatas. Nesta série, o uso de expansores de tecido foi a técnica de reconstrução com melhores desfechos. Tamanho da mama, tabagismo e história de radioterapia prévia são fatores que merecem atenção especial na avaliação pré-operatória. |
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Tomazzoni, Gabriela DinnebierDamin, Andrea Pires SoutoBiazús, Jorge Villanova2020-09-02T03:39:02Z2019http://hdl.handle.net/10183/213270001113776Introdução: Dados sobre complicações pós-operatórias em mulheres submetidas a mastectomia e reconstrução imediata baseada em implantes são conflitantes entre as instituições. A segurança local é um dos principais tópicos na tomada de decisão sobre qual abordagem cirúrgica a ser empregada. A escolha final sobre a técnica de reconstrução deve ser individualizada e baseada em características da paciente e do tumor. Este estudo investigou a prevalência de perda de implantes e as complicações pós-operatórias, após a reconstrução mamária, imediata utilizando expansores versus prótese-direta. O objetivo secundário foi determinar se variáveis clínicas de interesse apresentavam associação com as complicações pós-operatórias. Método: Estudo transversal, retrospectivo, realizado através da coleta de dados em prontuário eletrônico de mulheres com mais de 18 anos, submetidas à mastectomia terapêutica ou profilática e reconstrução mamária imediata baseada em implantes, entre os anos de 2000 e 2019, no Serviço de Mastologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre/RS (HCPA), Brasil. Resultados: Foram analisadas 241 reconstruções mamárias, 127 (52,7%) no grupo expansor e 114 (47,3%) no grupo prótese. A taxa de retirada de implantes neste estudo foi de 10% e a taxa de complicações maiores foi de 15,8%. Em comparação à técnica clássica de reconstrução em 2 tempos com expansores, a reconstrução com prótese direta apresentou maior prevalência de remoção dos implantes (15,8% vs 4,7%, P= 0,008), após a mastectomia. O grupo prótese-direta também apresentou maiores taxas de complicações globais, necrose de pele ou do complexo aréolo-papilar, exposição do implante e infecção (66,7% vs 47,2%; 40,4% vs 22,0%; 12,3% vs 1,6%; 13,2% vs 3,9%, respectivamente), com significância estatística (P<0,05). Não foram identificadas correlações significativas entre as demais variáveis clínicas e a taxa de remoção dos implantes. Por outro lado, peso da mama, técnica nipple-sparing de mastectomia e radioterapia prévia à mastectomia mostraram-se diretamente relacionadas à taxa de complicações globais. Tabagismo apresentou relação direta com as complicações maiores. Conclusões: As técnicas de reconstrução mamária com próteses/expansores constituem uma opção segura na reconstrução imediata e, para cada técnica cirúrgica, devem ser tomadas decisões sensatas no que diz respeito à seleção das pacientes candidatas. Nesta série, o uso de expansores de tecido foi a técnica de reconstrução com melhores desfechos. Tamanho da mama, tabagismo e história de radioterapia prévia são fatores que merecem atenção especial na avaliação pré-operatória.Background: Data from postoperative complications in women submitted to mastectomy and implant-based immediate breast reconstruction (IBR) are conflicting among the institutions. Local safety is one of the main issues in the decision making of the reconstructive approach. The ultimate choice on breast reconstruction should be individualized and based on both patient and tumor characteristics. This study investigated the prevalence of device loss and postoperative complications after expander-based versus direct-to-implant (DTI) immediate breast reconstruction. The secondary aim was to establish if clinical variables were associated with postoperative complications. Methods: Cross-sectional, observational, retrospective study was performed with electronic data collection for women older than 18 years, submitted to therapeutic or prophylactic mastectomy and implant-based immediate breast reconstruction, between 2000 and 2019, in the Mastology Unit of Hospital de Clínicas de Porto Alegre/RS (HCPA), Brazil. Results: 241 breast reconstructions were analyzed, being 127 (52.7%) in the EBR group and 114 (47.3%) in the DTI group. In our study, the explantation rate of the device was 10% and the major complication rate was 15.8%. Compared to the classic expander-based reconstruction (EBR), the DTI reconstruction showed to be associated with a higher prevalence of explantation of the device (15.8% vs 4.7%, P= 0.008) after mastectomy. The DTI group showed higher statistically significative rates (P<0.05) of overall complications, skin or nipple-areolar complex (NAC) necrosis, exposure of the device and infection (66.7% vs 47.2%; 40.4% vs 22.0%; 12.3% vs 1.6%; 13.2% vs 3.9%; respectively). No other significant correlations between the clinical variables and the explantation rate of the device were identified. On the other hand, breast weight, nipple-sparing mastectomy and pre-mastectomy radiotherapy were directly related to the overall complication rate. Tobacco smoking was directly related to the major postoperative complications. Conclusion: The implant-based techniques provide a safe option in the immediate breast reconstruction and for each surgical approach a sensible decision making should be made regarding to the selection of the patients. In this series the use of tissue expander was the reconstruction technique with the best outcomes. Breast size, tobacco smoking and previous radiotherapy history are factors that should have a special attention in the preoperative evaluation.application/pdfporMamoplastiaImplantes de MamaImplante mamárioComplicações pós-operatóriasNeoplasias da mamaPrevalênciaDispositivos para expansão de tecidosMastectomiaImmediate breast reconstructionImplant based breast reconstructionTissue expandersDirect-to-implant2-stage breast reconstructionSingle-stage breast reconstructionPostoperative complicationsOutcomesReconstrução mamária imediata em tempo único versus cirurgia em dois tempos : dezenove anos de experiência em uma única instituiçãoDirect-to-implant versus two-stage tissue expander/implant immediate breast reconstruction : nineteen years experience at a single institutioninfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Ginecologia e ObstetríciaPorto Alegre, BR-RS2019mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001113776.pdf.txt001113776.pdf.txtExtracted Texttext/plain101874http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/213270/2/001113776.pdf.txt747f7d109544be01a8e7be9f5c818814MD52ORIGINAL001113776.pdfTexto completoapplication/pdf1027484http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/213270/1/001113776.pdf4611471e428279735446079b917a6212MD5110183/2132702022-09-08 04:52:35.914221oai:www.lume.ufrgs.br:10183/213270Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-09-08T07:52:35Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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